Hoje, o Meia Lua tem a honra de trazer a análise de um filme que foi aguardado por longos vinte e quatro anos: “Gladiador 2”. A sequência do clássico dirigido por Ridley Scott pode ter parecido, durante algum tempo, impossível. No entanto, os fãs podem respirar aliviados: com um elenco brilhante e sinopse intrigante, “Gladiador 2” chegará aos cinemas no dia 14/11/24. Portanto, deixarei aqui as minhas impressões e considerações sobre o filme.
Em “Gladiador 2”, conheceremos os fatos que se desenrolaram após a morte de Maximus Decimus Meridius (Russell Crowe) no primeiro filme. Para isto, a trama foca na jornada de Lucius (Paul Mescal), filho de Maximus e Lucilla (Connie Nielsen). Em uma tentativa desesperada de salvar Lucius de um possível (e provável) assassinato por sua posição como herdeiro do trono, Lucilla o envia para Numídia. Ao longo dos anos, Lucius se desenvolve como um guerreiro notável, mas sua vida toma rumos diferentes quando tropas do Império Romano invadem e tomam Numídia, tornando Lucius exatamente o que foi seu pai: um gladiador sedento por vingança.
Boa parte da sinopse de “Gladiador 2” pode parecer extremamente similar ao que vemos no primeiro filme, e de fato posso ressaltar que o enredo de ambos possui a mesma “base”. Aqui, assim como no primeiro filme, acredito que inúmeras escolhas são feitas de forma assertiva e segura, uma vez que a direção de Ridley Scott toma uma fórmula difícil de errar: o enredo de baixa complexidade, cenas de luta brutais, nível elevado de ação e personagens memoráveis. Tudo isso atrelado aos efeitos especiais e cenários absolutamente grandiosos cria uma fórmula que, além de permitir uma execução precisa, cria a imersão perfeita para que o expectador se sinta completamente imerso ao filme. Em “Gladiador 2” temos a comprovação de que o simples bem executado ainda funciona: não exagerar nas inovações também pode ser uma forma de não decepcionar.
Entre os três atos do longa podemos notar uma oscilação de ritmo: você verá nos primeiros minutos de filme mais ação do que provavelmente todo o cinema apresentou no ano de 2024, mas ao longo da exibição irá se deparar com momentos de desenvolvimento lento. Contudo, acredito que a trama sustenta a tensão do espectador mesmo em cenas de baixa ação, pois a história tem carga emocional o suficiente para nos conectar. Além disso, toda a violência brutal dos combates no Coliseu não são inseridos a sorte apenas para atingir um certo nível de ferocidade: aqui veremos combates das mais diversas formas inseridos no contexto do filme e dos personagens, aprimorando a história e não apenas preenchendo tempo.
Fãs mais afetuosos do primeiro filme poderão sentir que falta substância no segundo longa do título, uma vez que a conexão criada com o Gladiador de Russell Crowe é quase que inigualável. E eles não estão equivocados: Maximus é um personagem memorável que dificilmente será esquecido, e mesmo com a atuação brilhante de Paul Mescal como Lucius, seu personagem não comove ao público da mesma forma que Maximus. Mantendo o foco nas atuações, vemos um trabalho incrível de Connie Nielsen novamente como Lucilla. Sequências de grandes títulos como Gladiador são sempre arriscadas, e coube a ela exercer um papel de extrema importância, sendo o grande elo entre as duas histórias. Além disso, vale mencionar Pedro Pascal (Acacius), que segue mostrando por que é um dos atores mais queridos da atualidade: o carisma de Pedro com certeza fará de Acacius um dos personagens mais queridos de “Gladiador 2”. Entretanto, o grande destaque em termos de atuação fica para Denzel Washington (Macrinus). O roteiro entregue a Denzel foi interpretado de forma tão ao ponto de nem mesmo nos lembrarmos dos outros vilões da trama, Geta (Joseph Quinn) e Caracalla (Fred Hechinger). Além de mostrar mais uma vez sua versatilidade que permite se destacar em diversos filmes em facetas absolutamente diferentes, a expressividade do ator o torna único e aproxima Macrinus do público.
Para concluir, é fundamental ressaltar o ponto alto de “Gladiador 2”: efeitos visuais e sonoros. Cada detalhe visual do filme é impressionante, seja nos remos gigantes se pondo para fora dos barcos no início do filme ou por pequenos detalhes na maquiagem e figurino dos personagens, tudo colabora para que o longa seja uma experiência excepcional. Além disso, as lutas são assustadoramente bem coreografadas, tornando cada embate alucinante, com a capacidade de despertar os mais variados sentimentos ao público. Efeitos especiais e práticos foram desenvolvidos em perfeita harmonia de forma a nos transportar para cada ambientação e acontecimento, e até mesmo os exageros (sim, veremos o Coliseu repleto de água e até tubarões), que podem não fazer sentido de forma prática, irão fazer deste um filme extraordinário.
“Gladiador 2” não é uma ideia fácil. Executar a sequência de um dos filmes de maior sucesso na história é desafiador e desencadeia uma grande pressão por parte dos fãs. No entanto, o dever foi cumprido com maestria: a trama não corresponde a mais um seguimento injustificado ou fracassado. Trata-se de uma história pensada para complementar o que vimos em 2000 com o primeiro filme do título de forma a não confrontar as ideias, e sim concluí-las. Apesar de abordar um enredo nada inovador, em momento algum considero que saí da sessão de cinema frustrada: “Gladiador 2” poderá até não surpreender a alguns, mas dificilmente irá decepcionar. Recomendo sim a ida ao cinema, principalmente para exibição em IMAX, que tornará sua experiência ainda mais surpreendente. Prepare-se para batalhas sangrentas, traições e conspirações, vilões insanos, e é claro: para finais não tão felizes.
Confira abaixo o trailer de “Gladiador 2”:
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