Estivemos na cabine de imprensa de um filme que gerou grande expectativa aos fãs de games: “Borderland: O Destino do Universo Está em Jogo”. O filme é a adaptação dos jogos Borderland, que representam uma das franquias de maior sucesso da Gearbox Software. Tendo seu primeiro game lançado em 2009, Borderlands traz elementos de RPG e FPS, e foi popularizado através de seu humor peculiar e visual único, além de personagens cativantes. Quando decide-se lançar uma adaptação cinematográfica de jogos altamente populares e queridos pelo público, já é pressuposto que haverá uma bilheteria numerosa, mas isso desencadeia duas possibilidades extremas: uma massa popular aprovando e recomendando a produção, ou uma massa popular absolutamente insatisfeita que irá atacar o filme e todos nele envolvidos. Por isso, adaptações representam uma grande responsabilidade aos seus desenvolvedores, que certamente buscam não decepcionar os fãs mais apaixonados dos games. No entanto, em qual desses dois extremos “Borderland: O Destino do Universo Está em Jogo” se encaixa?
Em “Borderland: O Destino do Universo Está em Jogo”, produção dirigida pelo já conhecido e renomado diretor Eli Roth, Somos apresentados ao universo Borderland através da protagonista Lilith (Cate Blanchett), uma caçadora de recompensas que é procurada por Atlas (Édgar Ramirez) para resgatar sua filha Tina (Ariana Greenblatt), supostamente desaparecida. Para isso, Lilith terá que retornar para seu odiado planeta, Pandora. Lá, em meio ao caos e destruição mencionados por Lilith, ela irá encontrar o robô Claptrap (Jack Black), e se juntará ao psicopata Krieg e ao soldado Roland (Kevin Hart) ao descobrir a verdadeira ameaça que Tina poderá vivenciar.
A premissa do filme, a princípio, parece satisfatória. No entanto, o desenrolar da trama se dá de forma extremamente apressada e deixa diversas pontas soltas. Com menos de duas horas de duração e várias passagens que não agregam de forma considerável ao enredo, acredito que o tempo de filme poderia ter sido melhor trabalhado para que soubéssemos mais, por exemplo, sobre o vilão Atlas ou sobre as arcas, que são o que desencadeia toda a sequência de acontecimentos do longa. No entanto, o que se vê em tela, mesmo no tempo mal aproveitado de “Borderland: O Destino do Universo Está em Jogo”, não é um completo desastre: é possível se divertir com a história do longa, se afeiçoar aos personagens, e apreciar algumas cenas de ação bem executadas, além dos belos cenários.
Outro aspecto negativo sobre “Borderland: O Destino do Universo Está em Jogo”, se dá pela constante tentativa da inserção de uma veia cômica que não funciona. E isso parece ocorrer, especificamente, quando se trata do tempo de tela do personagem Claptrap, robô dublado por Jack Black. O humor representado através do personagem é repetitivo, infantilizado e inserido de forma exagerada, o que o torna mais cansativo do que de fato engraçado. Esse é o único aspecto que destacaria como necessariamente maçante na obra.
Sobre efeitos visuais e sonoros, não considero que haja muito o que criticar no longa. Temos explosões, tiros e cenários muito bem trabalhados, cenas de ação bem coreografadas, figurinos impecáveis e uma trilha sonora incrível. Uma avaliação minuciosa sobre os efeitos visuais poderia sim apontar alguns problemas, mas considero que o filme se destaca nesse aspecto, considerando que alguns filmes do gênero mais recentes trouxeram efeitos visuais que não se enquadram nem mesmo no aceitável.
Outro ponto que merece destaque em Borderland está no trabalho brilhante do elenco. Todos trabalharam bem com o roteiro simplório que lhes foi entregue, mesmo que seja decepcionante ver Kevin Hart executar um papel que não explore de forma adequada seu potencial cômico e Jamie Lee Curtis (Tannis) ser secundarizada pelo já mencionando tempo mal trabalhado. Destaque para Cate Blanchett, que entrega uma Lilith absolutamente imponente.
“Borderland: O Destino do Universo Está em Jogo” é um filme que poderá satisfazer o público comum, mas que tem aspectos técnicos fracos. O enredo é pouco surpreendente, e se agarra a diversos clichês que o tornam um filme que, apesar de não ser um fracasso, é esquecível. Acredito que os fãs mais afeiçoados aos jogos da franquia Borderland poderão se satisfazer com algumas referências implementadas ao filme. No entanto, não será uma produção que fará esses fãs se encantarem ou emocionarem, pois o fanservice é absolutamente raso.
É um filme divertido para se ver em família: apesar de não ser tecnicamente uma excelente produção, vale a pena assistir a “Borderland: O Destino do Universo Está em Jogo”, porém sem grandes expectativas. Não espere grandes reviravoltas ou um enredo brilhante, mas sim uma dose de diversão e entretenimento.
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