Análise | West of Dead (PS4)

Com uma estética única com a dublagem de Ron Perlman, ator que fez os primeiros filmes de HellBoy, e uma jogabilidade diferenciada, West of Dead te leva para o Velho Oeste de uma forma diferente do que estamos acostumados.

O Jogo se passa em Purgatory em Wyoming no ano de 1888 com William Mason como nosso protagonista que está sem memória e não sabe o que está acontecendo e começa com 2 armas e começa a encontrar inimigos que deve derrotar.

O jogo que é uma mistura de vários estilos, tem uma câmera isométrica, é um twin stick shooter estratégico rouguelike, ou seja tem fases geradas de forma procedural e com um alto nível de dificuldade, demanda bastante estratégia e usar dos recursos do cenário para conseguir derrotar os inimigos, não queira bancar o rambo e ir atirando sem pensar que será morte na certa.

Falando da jogabilidade funciona assim, no começo você recebe duas armas sendo cada uma com características diferentes, as armas tem munição ilimitada mas possuem quantidade de tiros e tempos de recarga, cooldown específico para cada arma,por exemplo um revólver pode dar até 5 tiros com um dano pequeno,e precisará de 2 segundos para recarregar, já um tipo de espingarda pode dar somente 1 tiro mas com um dano maior e um tempo de recarga de 1 segundo, e é aí que precisa da estratégia de saber usar as duas armas, gerenciar o tempo de cooldown e aproveitar os lugares para cobertura do cenário.

Conforme for adentrando a fase pode encontrar alguma recuperação de vida, armas ou até o mercador mas não confie que será fácil encontrar alguma dessas coisas inclusive pode passar o capítulo inteiro sem ter uma recuperação de energia.

Falando em mercador, é lógico que temos que pagar ele com algo e a moeda do jogo é Ferro que você ganha em alguns inimigos ou quebrando certas caixas no cenário, e o mercador pode oferecer tanto armas primárias como secundárias ou itens de defesa, então deve administrar com sabedoria as suas economias de Ferro.

Após morrer algumas vezes e acabar passando para o segundo capítulo,você receberá um cantil que permite recuperar a vida durante a fase, dando uma facilitada na jornada e dessa vez é um equipamento que sempre vai iniciar contigo na jornada.

Além disso você irá se deparar com uma Bruxa que também serve como mercadora só que desta vez ela não aceita Ferro como pagamento e sim Pecados, sim isso mesmo, inclusive o William Mason se pergunta o que ela faz com os Pecados, diferente do outro mercador, ela vende melhorias para o cantil, defesa, etc, após depositar os Pecados pode passar para a próxima sala para recarregar o seu cantil e recuperar a sua energia ficando pronto para o próximo capítulo da jornada, e a partir de agora toda a vez que acabar um capítulo voltará para esse lugar onde pode trocar os Pecados por melhorias e recuperar a energia. 

Além dos inimigos normais e diferentes cenários também há os chefes que logicamente são difíceis e exigem muita estratégia e habilidade em saber usar muito bem as armas principais e secundárias além da esquiva e cobertura.

E falando de armas funciona da seguinte maneira, em cada um dos gatilhos L2 e R2 fica o acionamento de um arma primária, com os botões de ombro L1 e L2 ficam as armas secundárias ou itens de defesa, no botão X temos a esquiva e no Quadrado temos o botão para recuperar a energia usando o cantil.

Dependendo da arma que está utilizando, o tempo de mira é um pouco diferente e é muito importante cuidar se a mira foi efetuada com precisão coisa que acontece formando a seta completa no chão para poder aumentar o dano de cada tiro, ou seja mais estratégia envolvida.

Uma coisa interessante é que o estilo gráfico é utilizado como parte da jogabilidade usando a luz e sombra, durante os combates, quando o inimigo está no escuro você não consegue mirar com precisão, e assim que um lampião é aceso os inimigos ficam momentaneamente atordoados abrindo chance de um ataque sem ter muita resistência.

Agora falando exclusivamente da versão de PlayStation 4 que foi a que eu joguei, por ter sido lançada depois das versões de PC e Xbox One, ela já está mais refinada, não notei nenhum problema ou bug a não ser em alguns momentos onde tem muitos inimigos mirar com precisão fica mais difícil, mas pode ser escolha do desenvolvedor já que a dificuldade é um dos fatores centrais para o jogo.

Chegando aos finalmentes, eu mesmo não sendo o público alvo ou seja que adora jogos com dificuldade elevada, até porque não sou o melhor jogador do mundo, gostei do jogo, confesso que no início estava ficando frustrado por ficar bastante tempo preso no primeiro capítulo, mas após passar para o segundo capítulo a sensação de vitória é maravilhosa, sem contar que toda a estética do jogo é muito bem feita e faz sentido com a jogabilidade e história, outro ponto alto é a dublagem do protagonista, sim o jogo não tem dublagem em português mas todos os textos estão bem localizados para a nossa língua.

Temos uns detalhes ou outros como os próprios cenários, não são tão variados e acabam sendo muitos corredores com salas, mesmo sendo gerado proceduralmente mudando os caminhos e sim cada vez que inicia uma nova partida todos os caminhos serão diferentes as vezes mais fácil ou mais difícil dependendo da sua sorte.

Mesmo não tendo terminado o jogo ainda, pois lembrando me falta bastante habilidade para isso, é um jogo que por ter um quê de originalidade deve ser jogado, e temos ainda a história do nosso protagonista sem memória, mas principalmente quem gosta de jogos de estratégia e rouguelike ficará muito feliz com o jogo, que mistura os estilos de uma forma muito competente e agradável, até para uma pessoa como eu que não fã do gênero mas pode ser inclusive uma porta de entrada para os que não estão familiarizados com o gênero e mais uma vez devo dizer que o trabalho de voz feito por Ron Perlman está primoroso encaixando perfeitamente com o personagem e atmosfera do jogo.

Outra coisa que pode facilitar a conhecer o jogo é que ele está disponível para PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch.