Análise | Katana ZERO (Nintendo Switch)

Desenvolvido pela Askiisoft e distribuído pela Devolver Digital, Katana Zero coloca o jogador no controle d’O Dragão, um samurai assassino mercenário e com um sério problema de memória.

O jogo se apoia em quatro pilares para entregar algo ao mesmo tempo similar e único. São eles: o sistema de repetição das missões, o sistema de diálogos, o controle do tempo e combate de único ponto de vida.

Tente, morra, repita, vença

O foco principal é claramente no gameplay, sendo necessário pleno domínio de suas mecânicas para executar as missões com sucesso e a estrutura de fases e cenários curtos equilibra a dificuldade e a necessidade de múltiplas repetições de cada uma.

O personagem possui um comando de ataque com a espada, um para arremessar objetos obtidos durante as fases, um de pulo, um de interação com o cenário, a rolagem e o principal: a redução da velocidade através de controle do tempo.

Cada uma dessas habilidades é apresentada de forma simples e direta em níveis pensados para aproveitar bem a mecânica que está sendo apresentada e permite ao jogador se adaptar aos controles em questão de minutos. Essa simplicidade, porém oculta uma necessidade de completo domínio da variação e combinação das habilidades para eliminar todos os inimigos e chegar ao final.

Ao dominar a mecânica o jogador produzirá sequências de combate que farão inveja aos melhores combates dos animes e trarão uma grande satisfação.

A mecânica que diferencia Katana Zero de outros jogos de samurais e ninjas é o controle do fluxo do tempo, mais especificamente a redução de seu ritmo. Ao desacelerar o jogador poderá desviar ou rebater ataques e amplificar o controle de movimento. Esse poder associado a uma sequência precisa de movimentos, ataques e saltos expressa bem a ferocidade do combate.

A narrativa que amplifica a experiência

Apesar de o foco do jogo ser a mecânica precisa e engajante a narrativa consegue ter um bom impacto, contando uma estória misteriosa e com um sistema de diálogo que da certa agência ao jogador.

Você controla o Dragão, um samurai-ninja-assassino que faz terapia após seu retorno do campo de batalha. O que poderia ser apenas um pano de fundo se torna o direcionador das ações, já que ao final de cada consulta o psiquiatra aplica um remédio e lhe entrega a próxima missão.

Durante as conversas você pode decidir um pouco da personalidade do Dragão, pois pode fazer ele mais impaciente e rude ou mais tranquilo e isso também impacta como você toma conhecimento de alguns acontecimentos.

A cada missão você vai descobrindo mais sobre o mundo e com os seus sonhos vai revelando um pouco do seu passado e seus traumas da guerra.

Essa forma de apresentação é muito cativante e instiga o jogador a continuar insistindo nas missões mesmo morrendo um monte.

O pequeno problema dessa narrativa é que o final, apesar de fechar e responder à pergunta principal do jogo, é incompleto. Mas, conforme indicado pelo desenvolvedor, o complemento chegará na DLC que está planejada para lançamento ainda esse ano.

Aumentando o desafio

Pouco após o lançamento, Katana Zero atingiu a marca de 100 mil cópias vendidas e com esse sucesso veio a primeira DLC que trazia o novo modo para Speedrun, que também permite a configuração de aumento da dificuldade.

O jogo no modo normal é bem desafiador e por seu modelo de planejamento de missões e repetição ficava claro que haveria uma opção para speedrun, e é muito divertido tentar correr contra o tempo e matar todos os inimigos sem errar os movimentos.

Testei também um pouco do modo hard e fica clara a diferença de inteligência dos NPC que mudam seus padrões e parecem vivos. Um acréscimo muito interessante para o jogo, uma pena não poder jogar no hard fora do modo speedrun.

Katana Zero está disponível para PC e Nintendo Switch (inclusive na loja brasileira com preço bem bacana).