Stellar Blade foi disponibilizado oficialmente na última sexta, 26 de Abril, para todos os jogadores do Playstation 5.
Nós do Meia-Lua recebemos uma chave para análise da equipe Playstation Brasil, que agradeço mais uma vez pela confiança.
Em meio a tantas polêmicas que antecederam seu lançamento, Stellar Blade impressiona? Vamos discorrer sobre o mesmo a seguir.
História e gráficos
O jogo se inicia em um missão no Distrito 3, onde precisamos eliminar os Naytibas naquela região e dar cabo de seu ancião.
Os Naytibas são uma raça mutante e nosso principal inimigo que representa uma ameaça potencial para tudo e todos na terra, que se encontra devastada e tomada por estes monstros.
Quando nossas forças adentram a atmosfera do planeta, são alvejados pelos inimigos, fazendo a cápsula de Eve, a protagonista, sofrer um pouso forçado.
Depois de ser resgatada por Tachy, outra guerreira e mentora de Eve, o jogo começa em meio ao caos, com inimigos nos atacando, destroços de naves caindo do céu e explosões.
Esse trecho inicial rapidamente nos ensina alguns comandos básicos de gameplay, que falarei um pouco mais adiante.
O gráfico do game impressiona, principalmente em se tratando da modelagem dos personagens e inimigos.
A ambientação salta aos olhos e embora não esteja no nível de jogos Triple A, não deixa nada a desejar, mesmo em cenários mais abertos como as terras áridas e o grande deserto.
Após um embate contra um Naytiba poderoso, somos derrotados e resgatados por Adam, um dos companheiros de Eve durante toda sua jornada. Após o trecho inicial apresentado na Demo, encontramos a segunda companheira da nossa protagonista, a engenheira Lily.
Ambos são bem interessantes e possuem personalidades únicas. Embora inteligentes, Adam é mais sério e centrado, enquanto Lily é carismática e mais alto astral.
Eve, no entanto, apesar de ser corajosa, destemida e poderosa, é decidida quanto aos seus objetivos, curiosa e não tem muita paciência.
Cada um destes perfis se complementa, uma vez que eles estão sempre juntos, trazendo uma dinâmica bem bacana.
Não demora muito para que Adam revele a existência de Xion, a última cidade humana da terra. Essa, sem dúvida, foi uma baita referência a obra Matrix, que gostei bastante.
Lá conhecemos Orcal, que seria uma espécie de oráculo com habilidades únicas. Nosso principal objetivo continua sendo encontrar e derrotar o Naytiba ancião, com o intuito de dar fim a essa ameaça.
Contudo, outros questionamentos são abordados, como a existência dos monstros, a atuação da mãe esfera e como isso, e muito mais, culminou no cenário vislumbrado no momento atual do jogo.
A forma como a história se desenrola e suas reviravoltas são bem legais, embora previsíveis em alguns momentos.
Temos acontecimentos épicos que resultam em batalhas insanas. O final, que obviamente não irei detalhar aqui, me deixou bem intrigado e vocês irão entender o motivo após finalizarem o game.
Embora não seja espetacular, o enredo de Stellar Blade atiça a curiosidade, nos instigando a avançar para desvendar os mistérios ali presentes.
Jogabilidade precisa e mega divertida
Como mencionei anteriormente, assim que tomamos controle de Eve o jogo nos passa os comandos básicos da boneca.
À medida que avançamos, periodicamente novas dicas são apresentadas, de forma que possamos entender todo o potencial da mesma.
Tudo é bem didático, simples e divertido. Eve pode realizar ataques leves, pesados, se defender, esquivar, manusear uma arma de fogo (através do drone de Adam) e até mesmo usar o famoso parry, recurso extremamente útil aqui.
Além disso, contamos com algumas habilidades especiais que causam mais dano nos inimigos, que vamos desbloqueando no decorrer de nossa aventura. Falarei mais sobre elas a seguir.
Stellar Blade traz uma mistura de muitos gêneros conhecidos. Posso citar, por exemplo, jogos como Devil May Cry, Nier Automata e até mesmo Sekiro: Shadows Die Twice.
Esse mix de gêneros, embora familiares, tornam Stellar Blade único, na minha opinião.
O combate contra os Naytibas é bem desafiador. Nota-se que o design de cada inimigo foi pensado de forma minuciosa, causando incômodo devido a sua aparência bizarra e tornando seus ataques imprevisíveis.
Stellar Blade traz uma boa variedade, desde inimigos normais, até subchefes e chefes.
Começamos nossa aventura em Eidos 7, no entanto, à medida que avançamos e descobrimos outros locais, novos Naytibas são apresentados, cada um com sua particularidade.
Embora seja bastante inspirado no gênero Hack’n Slash, apertar os botões de ataque freneticamente pode ser um erro fatal.
Os inimigos não são atordoados facilmente, podendo contra-atacar no meio de nosso combo, causando um bom dano no HP.
É nesse ponto que o jogo brilha, pois precisamos agir de forma estratégica, entender o padrão de ataque de cada criatura e fazer uso do parry/esquiva perfeitas, abrindo brechas para atacar com mais precisão.
Além disso, novos ataques após o uso correto desses recursos podem ser desbloqueados, resultando em investidas devastadoras e cinematográficas que causam um bom dano nos inimigos.
Tudo é bem fluido e dinâmico, e a estrutura dos cenários, mesmo os mais vastos, não torna a aventura maçante em momento algum, salvo algumas missões paralelas, que entrarei em detalhes logo mais.
Árvore de habilidades, estações de descanso e trajes
A árvore de habilidades de Eve possui algumas ramificações que podem parecer complexas inicialmente.
No entanto, ao observar calmamente cada uma delas, fica bem fácil entender como esses ramos funcionam e quais são as melhores habilidades para se adquirir logo de cara.
Esse foi um ponto que gostei bastante, pois faz com que a compra de novas skills seja bem objetiva.
As árvores são divididas entre combate, sobrevivência, habilidades beta e habilidades de explosão e uma espécie de super poder da Eve, que não entrarei em detalhes por estar atrelado ao enredo.
Essa gama de possibilidades nos permite montar uma build poderosa para nossa protagonista, muito necessária em combate, por sinal, principalmente contra os chefes.
Temos algumas estações de descanso construídas de forma interessante, por parecerem uma espécie de acampamento.
Nelas podemos recarregar e aumentar a quantidade de poções de vida da Eve, comprar novas habilidades, upar nossa espada, as exo-espinhas que a mesma utiliza e equipar novos trajes.
Além disso, contamos com uma loja para compra de itens consumíveis como bombas, munição para nossa arma de fogo, entre outros recursos que auxiliarão durante o combate.
Sobre os trajes, os mesmos podem ser adquiridos de diferentes formas, seja fazendo uma missão secundária, explorando os cenários ou resolvendo puzzles que dão acesso a áreas secretas.
Apenas um traje está diretamente ligado às latinhas, um colecionável do jogo que também adquirimos mediante a exploração.
Exploração e level design agradável
Embora apresente uma ambientação linear em boa parte da jornada, Stellar Blade traz cenários com diferentes pontos para se explorar, que fogem ao caminho principal.
Neles podemos encontrar caixas com recursos valiosos, dinheiro para compra de itens e é claro, inimigos.
Durante minha run, fui incentivado a explorar cada cantinho dos locais que visitei, que são bem objetivos e não causam um sentimento de “perda de tempo”.
Como citei anteriormente, após o arco inicial em Eidos 7 conhecemos Xion e, a partir dali, viajamos para outros locais como as terras áridas, o grande deserto e a matriz 11.
Os dois primeiros apresentam uma área mais vasta e não tão linear. Podemos caracterizá-los como um mundo semi-aberto, possuindo diversos locais distintos para exploração com segredos, missões e até chefes.
As estações de descanso que encontramos trazem cabines telefônicas que podem ser usadas para viagem rápida.
Nas terras áridas e no grande deserto, por serem maiores, em diversos pontos podemos encontrar estas cabines, agilizando nossa locomoção pelo mapa.
Boa parte das missões secundárias estão localizadas nestas duas áreas. Com a devida exploração, podemos concluí-las rapidamente e assim evoluir mais a nossa protagonista.
Gostei bastante do level design apresentado em cada ambiente.
As atividades paralelas em Stellar Blade
Além da campanha principal, contamos também com uma boa leva de missões secundárias.
Ao chegar em Xion, conhecemos os habitantes da cidade e estes nos pedem ajuda para concluir certas atividades.
Os objetivos variam entre encontrar um companheiro perdido, coletar recursos para certos personagens, derrotar diferentes variações de Naytibas, entre outros.
Algumas são bem legais de se realizar, seja pelo enredo ou inimigo único que encontramos, outras nem tanto.
Certos personagens geram empatia com as histórias que contam, enquanto os demais simplesmente nos passam atividades genéricas.
Embora sejam legais, acredito que a Shift Up poderia ter trabalhado melhor em algumas missões ou, de repente, estendido o arco de outras mais interessantes.
Alguns Bugs irritantes
Stellar Blade é incrível em diversos aspectos, mas não está livre de bugs irritantes.
Em alguns cenário fica nítido as texturas borradas, me deparei com leves delays de renderização e até mesmo alguns pequenos bugs em inimigos.
No entanto, o que mais me frustrou em certos momentos foi a movimentação de Eve.
Não me entenda mal, as mecânicas da boneca foram muito bem implementadas, mas, quando precisamos escalar, agarrar em cordas ou subir escadas, as coisas não funcionam como deveriam.
Por vezes a personagem passou direto pelas cordas, sem agarrá-las. No momento dos saltos, caso ela esteja virada para uma certa direção, não é feito um auto correct mediante a posição da câmera e o salto que realizamos.
As escadas ficam intangíveis em alguns momentos e não posso esquecer da mecânica de nado, que é travada e muito ruim de controlar. Por sorte, os locais que precisamos de fato nadar são poucos.
Esses bugs, obviamente, não tiram o brilho de Stellar Blade mas causam frustração. Espero que tragam ajustes em patches futuros.
Vale a pena?
A equipe da Shift Up fez um trabalho exemplar em Stellar Blade, principalmente quando olhamos o histórico da empresa, cujo foco sempre foi em games para celular.
A história intrigante, unida a um gameplay delicioso e desafiador, traz uma mistura que precisa ser desfrutada, principalmente para aqueles que são fãs de jogos como Sekiro, Nier e Devil May Cry.
O jogo possui sim seus problemas, mas nada grave o suficiente para afetar toda a experiência deste projeto que está rendendo bons frutos para a Sony.
Caso ainda esteja na dúvida, jogue a demonstração. Se você curte games do gênero, tenho certeza que será o suficiente para te convencer a dar uma chance para a versão final.
Stellar Blade está disponível mundialmente como um exclusivo de Playstation 5.
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