Neste mês, a MS LIVE Gold liberou o jogo PNEUMA: BREATH OF LIFE.
Desenvolvido pelo Deco Digital & Bevel Studios, o jogo indie se trata de resolver quebra-cabeças baseados basicamente no campo de visão do personagem, enquanto se escuta um monólogo do mesmo sobre a vida e a sua percepção de mundo.
Como de costume, quero começar falando um pouco das mecânicas e visual do jogo.
Você controla PNEUMA, o personagem principal, em primeira pessoa. Diferentemente da maioria dos jogos nesse estilo, este não apresenta nenhum tipo de “hub” ou indicadores na tela. Tirando em momento específicos nos quais é preciso apertar botões.
Essa jogada deixa bem claro o que se espera do jogador. Ele deve observar todo o cenário, nos mínimos detalhes, para encontrar a linha de raciocínio que irá solucionar os desafios propostos.
Em alguns momentos, o personagem dá algum tipo de dica em meio ao seu monólogo, mas são raros os casos e, mesmo assim, são bem camuflados em meio às outras frases ditas. Tudo isso é muito bem construído dessa forma para estruturar a real mecânica do jogo.
Como dito anteriormente, a maior parte dos desafios é resolvida apenas com o “olhar” do personagem, que brinca serem seus poderes mentais. Para isso, você tem dois tipos bases de ação: ou algo se altera ao entrar no campo de visão ou existem “olhos”, símbolo do jogo, que se ativam enquanto você os estiver encarando.
Achei que me cansaria dessa mecânica rapidamente, acreditando que os “puzzles” seriam bem similares, apenas se trocando a roupagem e o cenários, mas estava errado. A criatividade dos produtores foi muito além das minhas expectativas, me colocando em situações que eu tive de parar e realmente prestar atenção no que estava acontecendo.
Alguns dos quebra-cabeças de Pneuma, envolvem também um pouco de velocidade, só que a habilidade motora é pouco requisitada em relação à habilidade lógica e observativa, permitindo que se torne um jogo atrativo para o mais diverso público.
Nos quesitos visuais, podemos considerar o jogo como bonito. Por ser todo criado em cima da Unreal Engine 4, os cenário são complexos, detalhados e bem acabados.
Entretanto, o que me incomodou um pouco foi a iluminação. Em alguns momentos, dependendo da posição na qual estava e do ângulo que virava a visão, percebi diversas falhas de luz e sombra, algumas chegando a atrapalhar na resolução de problemas. Além de, mesmo sendo um jogo de 2015, Pneuma se parece com os primórdios do UE4, podendo ser facilmente rodado em consoles da geração anterior.
Tudo isso já seria suficiente para dar uma chance ao jogo, mas ele ainda apresenta mais um fator extremamente positivo: o roteiro.
Pneuma, desde o momento inicial do jogo, faz um monólogo constante de como está percebendo o mundo e que teorias estão regendo o universo. Isso é feito com uma maestria ímpar, pontilhado com o humor britânico clássico e pensamentos muito bem colocados.
Obviamente, ao iniciar sozinho num facho de luz, Pneuma chega à uma conclusão óbvia, pelo menos para ele: ele é DEUS e tudo ao seu redor é decorrente de sua vontade.
Esse pensamento inicial, em paralelo com os problemas propostos, criam um palco para discussões de o que é o tempo, o espaço, como funcionam os movimentos e até o que são as mãos. Tudo isso feito de modo caricato, satírico e inteligente, deixando muito prazeroso o decorrer do game e criando uma vontade no jogador de continuar avançando, para continuar escutando Pneuma falar.
Assim as coisas se desenrolam até o ponto final do jogo, onde um clímax acontece e ele termina de um modo que eu não esperava, me pegando de surpresa e me fazendo soltar um palavrão de satisfação.
Concluindo, vale muito a pena experimentar Pneuma: Breath of Life. É um jogo bem curto que não tomará mais de 4 horas do seu dia, retribuindo com desafios bem construídos e boa diversão.
Deem uma olhada no trailer e aproveitem a promoção desse mês na Live Gold do XBox One.
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