A animação já começa com uma sequência musical que remete aos grandes clássicos da Disney, é nostálgico de assistir, sem sombra de dúvidas. Desde que a Pixar foi comprada pelo Estúdio da Walt Disney e John Lasseter (criador das franquias Toy Story e Carros) assumiu todo o departamento de animação, a intenção era manter sua qualidade por muito mais tempo, a Disney não brinca em serviço, isso é fato. Inclusive Lasseter é produtor de Frozen, o roteiro de enredo simples foi bem escrito por Jennifer Lee (roteirista de Detona Ralph) que também assina a direção ao lado de Chris Buck (diretor de Tarzan e Tá Dando Onda). Essa adaptação foi baseada no clássico da literatura infantil “A Rainha da Neve”, do dinamarquês Hans Christian Andersen, e chama atenção por sutilmente resgatar o formato clássico da Disney de “contar histórias”.
A trama é construída em torno de duas irmãs, duas princesas para ser mais exato (quer coisa mais Disney do que isso?!), tem toques de clássico, mas também traz uma ótima adaptação ao tempo em que vivemos agora e isso faz desse filme um exemplo de que a Disney está mudando sua fórmula sem deixar de lado a sua essência, encontrando o equilíbrio certo entre seu passado e o seu presente. Uma maneira de mostrar que as histórias mudam de acordo com o público que o aprecia, antes se apresentava princesas que apenas com a ajuda dos seus príncipes, ou seus amores verdadeiros, poderiam vencer o mal, com o passar do tempo isso foi mudando, algumas princesas se tornaram mais independentes, Frozen é uma evidência disso. Duas princesas que enfrentam seus desafios iniciais sozinhas, cada uma em sua circunstância. Elsa, a irmã mais velha, tem um dom/maldição da criocinese (habilidade de controlar e manipular o gelo) que não tem domínio total e em um acidente quase tira a vida de sua irmã, Anna, com isso seus pais acham por bem mantê-las separadas, por enquanto que Elsa tenta controlar seu poder. Com essa premissa se desenvolve uma aventura com personagens carismáticos, visual de “tirar o fôlego” de tão lindo (Valeu a pena o 3D!) e alguns clichês, porém, eu acredito que clichês quando bem usados se tornam essenciais para coerência da história. Algo que chama atenção também é o fato de se tratar como foco o “amor fraternal”, isso foge do que normalmente encontramos em várias outras animações da Disney, ponto positivo por isso. Não irei falar mais nada sobre a história, não quero acabar estragando o legal de ir descobrindo e acompanhando essa envolvente proeza cinematográfica, onde tudo parece um sonho.
Mesmo sendo divertidíssimo, eu tenho que admitir que o filme não seja perfeito, tem algumas questões que percebi e não posso negá-las. Inicialmente, não se explica a origem do poder de Elsa, não chega a ser algo tão relevante no decorrer dos acontecimentos, mas tive a sensação de que faltou isso e seria interessante saber mais sobre. Os Trolls poderiam ter sido mais explorados, apresentar um pouco sobre “quem são” e “o que fazem” não doeria, sendo seres mágicos e especiais logo despertam a curiosidade, é inevitável. A conclusão da história é um tanto rápida, como se tudo fosse tão óbvio que não tinha o porquê de se demorar em finalizar toda a trama de uma vez, não é um pecado mortal isso, mas foi o que senti. Tirando esses pequenos pontos negativos, na minha humilde opinião, o filme é maravilhoso para curtir com toda a família, o personagem Olaf (o boneco de neve que ama o verão) rouba a cena e faz qualquer um dar risadas sinceras e um momento magnífico é quando a princesa Elsa canta “Livre Estou” (Let It Go), com toda certeza é a cena mais linda (esteticamente falando), o efeito límpido, com transparências, desenvolvimento e formas infinitas do gelo no 3D é de deixar o espectador pasmo com tamanha qualidade.
Eu gostei do filme, não achei o final tão obvio assim, na verdade até me surpreendeu em alguns pontos. Uma coisa que eu gostei bastante foi que a pegada musical mudou muito, nas animações de antigamente nós sentiamos vergonha dos personagens quando eles começavam a cantar. Desta ver a coisa ficou muito mais bem feita, as partes musicais se encaixam perfeitamente no filme sem tirar o personagem do clima do momento (se é que me entende).
Gostei da música tema e até em português ela ficou bacana, O Olaf tambem foi muito bem dublado pelo Fabio Porchat (ele me surpreendeu). Acredito que a Disney não vá paras apenas nesse filme, ela apresentou a sua nova princesa (ou melhor, as duas novas princesas) e acredito que teremos continuações a vir.
E por ultimo (desculpe o tamanho do comentário) eu particularmente recomendo muito assistir no cinemas em 3D, nem tanto pelo filme, mas sim pelo excelente curta do Mickey que é passado antes
Fui…
ps> Jessica, parabéns pela bela critica 🙂
Primeiramente, eu agradeço muito pelo seu comentário maravilhoso, não me importo nem um pouco por ser longo, respeito sua opinião e por isso irei esclarecer alguns pontos que você citou. Eu não disse que o final foi óbvio, o que aconteceu foi que tudo se apresentou de maneira rápido no desfecho, então passou essa impressão de óbvio, esse sentimento em mim. E como foi uma crítica curta, não quis colocar tantos detalhes, fui o mais simples e objetiva que pude, críticas longas se tornam cansativas e chatas de ler. Como citei no texto, eles adaptaram a animação a modernidade em que vivemos como um todo, tanto nas músicas como na temática abordada, mas não deixou de nos relembrar um pouco das características antigas tão bem retratadas nos grandes clássicos. A dublagem brasileira tem uma qualidade reconhecida no mundo, vale a pena conferir, eu recomendo o 3D também, é lindo e infelizmente não consegui ver o curta do Mickey, cheguei atrasada a sessão, mas tentarei ver depois, estão todos falando maravilhas desse curta que fiquei curiosa. Mais uma vez, obrigada pela atenção em comentar minha critica, isso só me ajuda a crescer e a me dedicar cada vez mais, já que isso é o que tanto amo fazer.
Bem, ainda não vi o filme, mas se a animação for fiel à crítica, estou mais do que interessado em assistir. Assim que o vir postarei minha opinião.
Aliás, bom texto. Parabéns!
Obrigada Anderson, tentei fazer um texto voltado para o público que não assistiu também, então ainda bem que funcionou da maneira como queria. Fico feliz que gostou.
Belo texto moça! Parabéns! 🙂
Curioso pra assistir
Obrigada Eliel. Vale a pena assistir.
Vala pena? rsrs
HAHAHAHAHHAHAH… #Valapena
Boa crítica. Fiquei com vontade de ver o filme. Bom, não posso falar nada sobre o filme pq não assisti. O que posso falar é que discordo totalmente do amigo aí em cima quando fala dos personagens da Disney cantando nos classicos. Me desculpa, mas eu lembro muito bem do Dumbo, e todas as partes musicais são excelentes. Na questão dos personagens cantando, a parte dos Urubus, “Já vi tudo menos um elefante voar”, Ah, Vai tomar n… É muito bom. Desculpa os palavrões e se por acaso eu assistir a esse filme vai ser por culpa da sua crítica kk
kkkkkk… Muito obrigada Lucio, fico feliz em saber que gostou tanto da minha crítica. Eu fui bastante sincera no que escrevi, inclusive quando falei sobre alguns pontos negativos que foram totalmente toleráveis, nada que realmente mudasse a qualidade dessa animação, mas não poderia deixar de falar. E cada um tem a sua opinião sobre os clássicos, devemos respeitar, mesmo porque “gosto não se discute” como diz o ditado popular, alguns que gostem, outros que não, porém eles marcaram na história do cinema, independente se são bons ou ruins, eles sempre serão os pioneiros e com o passar de tantos anos é que se nota como a qualidade cresceu absurdamente. O importante é que as animações existem em uma diversidade de temas enorme, justamente para atender o desejo de todos, cabe a nós apenas apreciá-los. Frozen é muito bom, você vai gostar.