O filme trata de um tema delicado que atormenta as decisões de vida de qualquer pessoa. Ben Stiller, além de atuar como protagonista, dirige esse longa e não diria que sua direção é extraordinária, mas ele fez bem o seu trabalho, já em sua atuação ele tentou fugir um pouco do estereótipo de ser um ator “apenas de comédia”, finalmente mostrando o seu lado mais dramático, sendo comovente o suficiente para seu personagem, seguiu uma linha bem simples, nada de exageros desnecessários, ou seja, ele conseguiu um bom desempenho nas suas funções.
Walter Mitty (Stiller) é um homem comum e que leva uma vida honesta, ele assumiu a responsabilidade de cuidar da família (mãe e irmã) após a morte de seu pai. E a idade começa a incomodar, com mais de 40 anos sem mulher ou filhos, apenas dedicação ao trabalho, tímido demais e sonhador, deixa se levar pela própria imaginação e sonha acordado, na frustação de querer coisas que não tem coragem de conquista-las. Seu mundo é “cinza”, a única fuga do seu tédio é parar um pouco e sonhar, nem que seja por alguns segundos, com isso ele esquece totalmente o que acontece de verdade ao seu redor, fica paralisado até seu sonho acabar e então volta para realidade. Esse filme nos passa uma perspectiva interessante sobre escolher entre seguir seus sonhos ou aceitar uma realidade comum de uma vida sem grandes desafios, é uma boa história, definitivamente, porque qualquer um pode passar por esse momento de escolha na vida, seja na juventude ou até mesmo depois da maturidade, todos nós seres humanos temos uma vida secreta dentro da liberdade de nossa imaginação, assim como Walter Mitty, mesmo não querendo admitir isso, é assim que somos.
A fotografia desse filme é belíssima, muito bem representada pelas cores vibrantes nos momentos de sonhos e cenas opacas com tons de cinza que enfatizam a realidade desinteressante da vida do protagonista. Todo o elenco executou bem seus papéis, com destaque a pequena participação de Sean Penn que mesmo sendo rápida é bastante significante, a única exceção é Adam Scott que tentou fazer um antagonista irônico e egocêntrico, mas lamentavelmente apenas conseguiu ser insípido e monótono. Concluindo, com ótimas escolhas musicais para a trilha sonora, esse é um bom filme para assistir em casa com amigos e família porque tem uma mensagem relevante a ser passada, porém, mesmo assim, ainda aconselho que assista com o coração e mente livres de preconceitos, pois ele abrirá os seus olhos para um questionamento: será que estaremos buscando nossos sonhos ou apenas aceitamos o pouco que temos e seguimos em frente? É basicamente isso, não fique preso a sua imaginação, comece a viver os seus sonhos de verdade.
Parece bem legal e tem tudo pra ser um bom filme. Como o próprio texto diz que é fácil se identificar com o protagonista, não foi diferente comigo, me identifiquei na hora lendo a critica. Com certeza vou assistir quando tiver a oportunidade.
Fico feliz que você gostou da minha crítica, Lucio. Assista, é bem legal mesmo. 😉