Este é provavelmente um dos filmes com maior expectativa e, principalmente, receio previsto para este ano. Afinal Warner e DC resolveram acelerar o passo para correr atrás de um concorrente que já tem mais de cinco anos de trabalho bem estabelecido.
A chance de erro aqui era gigante e entre prédios destruídos e enxurrada de personagens introduzidos parece que temos um sobrevivente: o futuro da DC nos cinemas.
Quando anunciada a sequência de Homem de Aço, esperava que fariam uma trilogia como a de Batman. Ledo engano. Havia algo maior em curso e havia pressa.
Colocaram então um sucesso para salvar uma dúvida e finalmente construir o universo DC nos cinemas.
Normalmente, coisas que são feitas com pressa geram muitas falhas e este filme não é exceção. Há diversos problemas na direção, na montagem e no roteiro que poderiam ter jogado todo o esforço no lixo, mas os personagens icônicos e algumas boas idéias os fãs poderão respirar mais tranquilos.
No inicio do filme apresentam a origem do Batman, de novo. Poderia ter sido descartado no corte e esse tempo utilizado para explicar outras coisas, mas serviu para a mão de Snyder parar de tremer por fazer slow motion.
Fora isso, a introdução de Bruce no caos de Metrópolis está excelente e estabelece tanto o personagem neste ambiente grandioso de Superman quanto Ben Affleck me convenceu que entregaria uma boa interpretação sem ficar nas sombras dos demais que interpretaram o homem morcego.
Dois anos após a luta com Zod, Superman já reconquistou a confiança de grande parte da população e, por tamanho poder, gerou uma aura messiânica que dificulta a crítica e o contraponto a suas ações, mas esta imagem começa a ruir, quando o jovem Lex Luthor (Jesse Eisenberg) começa a agir, fazendo lobby no governo para convence-los de que deveriam ter uma alternativa para detê-lo.
Henry Cavil mantem seu desempenho de Homem de Aço e mostra também um repórter Clark Kent bem mais próximo daquele que estamos acostumados.
Eisemberg consegue em boa parte do filme fazer esquecer de seus papéis anteriores e o personagem de Lex ganha, não apenas as características de um riquinho mimado, mas de um prodígio visionário e psicótico. Há, também, um pouco de Coringa nele.
Ao mostrar Bruce fazendo de tudo para se preparar para encarar o Superman caso fosse necessário deve incomodar uma parte dos fãs que entendem que Batman não mata. Talvez seja um pouco exagerado e precipitado para termos mais cenas de ação e fazer o filme andar, mas mostrar um Batman mais agressivo não é alterar o personagem ou sua essência.
Batman e Luthor pretendem ser capazes de parar o Superman e seus planos coincidem em diversos pontos e isso seria suficiente para estabelecer o embate entre os heróis, mas a pressa em estabelecer a Liga da Justiça fez com que isso não fosse suficiente, então entra mais um inimigo e mais um herói, melhor, uma heroína!
O grande destaque do filme é a Mulher Maravilha.
Com pouco tempo de tela Gal Gadot conquista como Diana ao desconcertar Bruce em um diálogo simples e brilhante. E como Mulher Maravilha, princesa de Themyscira, partindo pra porrada na batalha final.
Fica claro que não precisamos nos preocupar com ela no filme solo que vem aí.
A trilha sonora funciona, mas fora o tema do Homem de Aço, nenhuma outra música é marcante.
O filme tem diversos problemas em sua montagem e direção, as cenas parecem jogadas e os cortes feitos às pressas para deixar o filme menos longo.
O clima tenso e sombrio não dá descanso e nos deixa anestesiados de tal forma que poucos alívios cômicos ou românticos realmente funcionam e o público só reagia quando a Mulher Maravilha, sendo a grande surpresa do longa, agia e deixava os garotos de capa sem reação.
Há também alguns atropelos tecnológicos que chegam a ser inadmissíveis em um filme desta escala, e neste século.
O último ponto negativo que listarei aqui é Lois Lane (Amy Adams) que, assim como em Homem de Aço, é colocada em diversas situações de forma exagerada, forçada e como “donzela em perigo” colocando em cheque o esforço em colocar uma personagem feminina tão forte quanto a Mulher Maravilha em cena.
Ao final dos mais de 150 minutos de filme, ficam claros os atropelos gerados pela pressa em alcançar a Marvel, e fica igualmente claro que diversas boas idéias foram utilizadas, que os atores escolhidos para os personagens funcionam, mesmo com os problemas de roteiro e direção, e que o caminho para os filmes da Liga da Justiça está pavimentado.
Estou agora ansioso pelos filmes solo dos heróis da DC, que se colocados nas mãos de bons diretores farão sucesso de público e crítica, principalmente se deixarem um pouco de lado o clima que Zack Snyder estabeleceu até aqui.
Há luz ao final deste túnel.
1º – Lois Lane, para quem lê as HQs sabe que ela é realmente daquela forma … ela corre atrás do perigo e sempre está onde não deveria … acho melhor voltar a ler HQs …
2º – Internet sempre tem especialista em tudo!
Olá, Vitor, tudo bem?
Eu não sou fã do Superman e não leio os quadrinhos dele há muito tempo, pois considerei melhor para mim ler, assistir e ouvir outras coisas que me interessavam mais.
Do que eu li e leio de quadrinhos, há diversos autores e diversas leituras de um mesmo personagem.
Superman, Batman, Lois… cada personagem é retratado de acordo com a mente do autor responsável naquele momento e a Lois deste filme é a que os roteiristas e diretor decidiram que seria, não necessariamente a dos quadrinhos.
Neste filme, após sua cena de captura e resgate, ela não está correndo atrás do perigo como uma jornalista interessada e acaba ficando em apuros, ela está apenas querendo ir atrás de seu namorado e isso é diminuir uma personagem que tem personalidade e postura investigativa a donzela em perigo e desesperada. E esta é apenas a minha leitura do que acontece em cena, não a única leitura.
Um filme que gasta ~200 milhões não pode me obrigar a conhecer os quadrinhos, ele tem que me contar quem são os personagens e suas características e construí-los naquele ambiente.
A internet tem esse poder de possibilitar as pessoas conhecerem as opiniões dos outros e compartilharmos uma visão mais ampla do mundo. É uma ferramenta incrível e surpreendente.
Abraços
Mas é esse o problema, ela não é um simples robô programado para fazer uma determinada tarefa, ela ama o Superman e nada vai impedi-la de ajudar mesmo que corra perigo de vida, é uma mulher independente que passa por situações perigosas quase que diariamente fazendo um bom trabalho, ela vai atrás da verdade sempre tentando ajudar o homem que talvez só ela entenda, desculpe mas sua critica precisa ser mais aprofundada nos personagens, existem bilhões de criticas por ai e pouco me importa se os críticos não acompanham HQs ou já leram por ai como um personagem deveria ser, mas acredito que um leitor faria um trabalho bem melhor, pois por diversas vezes nos colocamos no lugar dos personagens em diversas situações lendo as HQs, sendo assim estamos acostumados com o que vimos nos filmes e não simplesmente parece algo distorcido ou fora da realidade de uma mulher jornalista. Críticos precisam de um pitada de leitura sobre o material, é nisso que eu acredito.
Se a sua opinião é de que a Lois do filme é uma boa representação feminina e da personagem dos quadrinhos, sem problema. A minha opinião é diferente. Nem a sua, nem a minha é verdade absoluta e incontestável. Ambas são apenas opiniões.
Quanto a fazer uma crítica mais profunda aos personagens em meu texto, talvez eu pudesse fazê-lo, mas já considerou que eu posso ter optado por não fazê-lo para não deixar o texto muito longo ou muito chato ou com spoilers?
Você diz que críticos necessitam de uma pitada de leitura, concordo e eu tenho a pitada de leitura. O que eu não preciso ter é conhecimento total dos quadrinhos para falar de um filme. Mas é preciso um pouco de leitura sobre fotografia, sobre estética, sobre montagem, direção, atuação, etc. O pouco que eu li e aprendi, tento usar. O que eu não li e não aprendi, não.
Continuarei aprendendo a cada vez que eu escrever e a cada vez que receber críticas e comentários como o seu, pois eles agregam ao meu conhecimento e mostram mais ângulos e diversidade de opinião, portanto, muito obrigado pelos comentários.
Estar acostumado com um personagem não faria a crítica melhor ou pior, faria ela simplesmente e apenas: diferente.
Reforçando, a crítica é uma visão, uma opinião, um entendimento, uma leitura, não a única e permanente verdade.
Se quiser uma crítica de alguém que lê muitos quadrinhos, inclusive Superman, sugiro a leitura desta: http://www.freakpop.com.br/critica-batman-vs-superman-a-origem-da-justica/
Sim tudo bem, é sua visão … mas não há como explicar a critica estar esmagando o filme, pois ele não veio uma obra de arte “realista”, e sim repleto de fan-service, mesmo assim a maioria do publico adorou exatamente por ser um fan-service … vejo muita critica técnica quando filmes deveriam ser apenas por diversão e cultura, parece que as pessoas esqueceram disso hoje em dia … as criticas da freakpop são bem limitadas.
Realmente gosto e opiniões são muito subjetivas. Eu acho um saco os filmes do batman, a trilogia que fez sucesso. Acho chato pra caramba os filmes da marvel, homem de ferro, capitão América, thor (esse é o pior), vingadores então nem se fala, vi depois de uns 2 anos num sábado à noite em casa, quanto não vi tinha nada pra fazer e depois da namorada insistir muito para que eu visse o filme. Até hoje não vi vingadores 2, eu nem faço questão. Eu não sou diretor de filmes, então não sei dizer onde há falhas na direção, também não sou ator portanto não sei onde há uma interpretação melhor ou pior, não sou músico, então não sei dizer onde a música é boa ou ruim, sou expectador e como expectador o filme me agrada. Simples. Li uma crítica do filme ( depois que vi o filme) obviamente e lá o camarada já afirmava que o filme não “funciona”, não funciona PRA ELE, só faltou esse detalhe. Já imaginou que louco, se todo mundo pensasse como eu??? Não ia ter nem vingadores 2 no cinema, já que eu não paguei pra ir ao cinema ver o primeiro filme, e nem faço questão de ver o 2, e o batman então??? É muito complicado isso, afirmar isso ou aquilo, quando tudo é muito subjetivo e não objetivo. “Skyrim é um jogo pra 1 jogador” isso é objetivo e não há como contestar, não é opinião, é fato!!! “Skyrim é um jogo ruim, Pq o sistema de batalha é ruim” isso é subjetivo, é ruim pra vc, pro seu amigo, vizinho, mas há quem goste. Por isso é bom sempre deixar claro NA MINHA OPINIÃO Skyrim é um jogo com um sistema de batalha que NÃO ME AGRADA, e etc. tenho certeza de que, quem dirigiu o o filme fez o seu melhor trabalho, afinal se é o nome dele que está lá, não o meu. É a reputação dele, não a minha. Tenho certeza de que ele pensou que seria melhor fazer A, do que fazer B, ou C. Se o diretor, atores, câmeras, figurinistas não agradaram a maioria vão perder dinheiro, Pq é em torno disso que gira indústria. Vingadores agrada a maioria, faturou muito dinheiro, eu não daria 10 centavos pra ver isso no cinema. O filme é ruim por causa disso? De maneira alguma, o filme é ruim PRA MIM!! Na minha visão, no MEU PONTO DE VISTA. Enfim… Só queria falar isso mesmo, Pq se eu tivesse lido as análises de Batman vs Superman e só depois fosse querer ver o filme, de certeza eu ia perder o interesse e não iria me divertir como me diverti no cinema no dia da estreia. Mas é assim que nós funcionamos afinal de conta, o outro influencia de maneira direta e indireta nosso comportamento, quer seja com opiniões, recomendações. Por isso que eu só leio análise de filme depois que vejo o filme, pra não ser influenciado. E pra ficar claro, quando eu digo que o ser humano é assim, não é opinião minha, é fato mesmo! A psicologia tá de prova. Kkkkkkk