Análise | The Elder Scrolls Online: Greymoor

A segunda fase do Coração Sombrio de Skyrim chega a todo vapor a The Elder Scrolls Online com o capítulo Greymoor. O capítulo leva o jogador de volta à Skyrim, porém não em a Skyrim liderada pelo Rei-Bardo Jorunn e alinhada com o Pacto de Ebonheart, mas sim a liderada pelo Rei Svargrim e não envolvida com a Guerra das Três Alianças. Isso se dá porque segundo a lore da série The Elder Scrolls, Skyrim estava dividida em duas após uma disputa pelo trono, e desde então, as duas metades não estão em bons termos.

Dado essa diferença política e territorial, os problemas que Skyrim Ocidental (Western Skyrim) não envolvem conflitos políticos do Pacto de Ebonheart ou embates com os exércitos de Cyrodiil ou das outras duas alianças. Ao invés disso, o jogador irá encontrar quests envolvendo eventos sobrenaturais, magia, e os conflitos com os Reachmen.

É nesse clima de terror e magia estranha que o jogador se direciona para a região para se unir a Lyris Titanborn a fim de avisar o Rei Svargrim sobre a ameaça do Coven de Icereach.

Visão Geral

Logo no início, é possível ver que a equipe de The Elder Scrolls Online se divertiu muito desenvolvendo e planejando o capítulo Greymoor. Claramente, todos os envolvidos na elaboração da história são fãs de The Elder Scrolls V: Skyrim, e jogaram o jogo “Quantas piadas de Skyrim nós conseguimos colocar em Greymoor?”, o que me fez jogar o jogo “Quantas piadas de Skyrim eu consigo achar no novo capítulo?”. Essa decisão foi tomada logo quando eu carreguei o jogo pela primeira vez após adquirir o capítulo, a cinematic apresentada claramente foi modelada a partir da abertura de The Elder Scrolls V: Skyrim, que se tornou um meme.

Vou deixar o vídeo da cinematic a título de curiosidade, aviso que há spoilers leves da história.

Essa abertura é a primeira das muitas piadas com The Elder Scrolls V: Skyrim, porém é muito mais do que uma fonte de boas risadas, visto que estabelece uma conexão com a primeira etapa do Coração Sombrio de Skyrim – a DLC de dungeons Harrowstorm – visto que Fennorian, o vampiro da casa Ravenwatch que encontramos em Unhallowed Grave, está presente na cinematic. Além disso, a abertura é uma introdução para a quest tutorial caso você crie um novo personagem quando possui o capítulo Greymoor. Esse pequeno detalhe não só é uma boa maneira de formar uma conexão entre as duas fases da temporada.

Em questão desse sistema de temporadas na maneira de criar conteúdo, a Zenimax Online Studios aprendeu muito com o desenvolvimento da Temporada do Dragão no ano passado, visto que há melhorias visíveis a respeito de como capa parte da temporada se conecta, visto que todas as minhas críticas a respeito de como a história Temporada do Dragão foi montada foram abordadas e melhoradas. A questão que eu mais tinha mais problemas a respeito era de como as histórias das outras partes da temporada não se conectavam bem, necessitando que o jogador tivesse que fazer um certo esforço para conseguir ligar os pontos.

Isso não parece acontecer em Greymoor. Mesmo que você não tenha jogado as dungeons de Harrowstorm – caso você esteja criando um novo personagem ou esteja jogando o jogo pela primeira vez – sua familiaridade com Fennorian é estabelecida. O mesmo acontece com Lyris – que você conhece jogando a main quest do jogo base ou com a quest prólogo de Greymoor -, cuja a familiaridade e a necessidade de confiar nela é dado a eventos do início da main quest de Greymoor. Caso você não tenha jogado a main quest do jogo base, porém jogou as dungeons de Harrowstorm, você já conhece Lyris visto que os jogadores encontram ela em Icereach. Em outras palavras, o modo de estabelecer o jogador na história sendo contada foi mais sofisticada, e isso é um prazer para aqueles que gostam de um conteúdo rico em narrativa.

Visitar Skyrim Ocidental também foi uma adorável surpresa. Um lado meu esperava uma viagem nostálgica a Skyrim, visto que eu sou muito fã de The Elder Scrolls V: Skyrim, mas ao mesmo tempo, eu não queria que o conteúdo inteiro da expansão fosse uma recontagem da história do quinto jogo da série The Elder Scrolls, visto que a proposta e sistema de The Elder Scrolls Online é bem diferente dos outros jogos da franquia. Na minha opinião, houve um bom equilíbrio entre a Skyrim da Segunda Era de The Elder Scrolls Online e a da Quarta Era de The Elder Scrolls V.

Visto que Greymoor tinha a proposta de trazer algo novo, mas nostálgico ao jogo, encontrar o equilíbrio entre essas duas propostas se tornou o desafio para seu desenvolvimento.

Minha opinião sobre isso? O equilíbrio foi alcançado.

As piadas com The Elder Scrolls V: Skyrim foram bem colocadas é muito divertido quando você encontra elas.

Ambientação

Como dito anteriormente, visitar Skyrim Ocidental é uma espécie de viagem nostálgica para quem jogou The Elder Scrolls V: Skyrim. O mapa é grande o suficiente e construído de forma que você possa, sem perceber, começar a usar as mesmas rotas que você usava em Skyrim para chegar em algumas áreas usando memória muscular. Eu percebi isso quando decidi ir de Solitude a Mortal quando iniciei minha exploração do mapa. Quando comecei a aproximar de Mortal, percebi que em nenhum momento havia usado o meu mini-mapa ou aberto o mapa da região para auxiliar na navegação. Além disso, há localizações que são icônicas do jogo, tal como o Templo de Kilkreath próximo a Solitude, que honra Meridia, e a cidade de Dragon Bridge.

Da mesma forma, o mapa é construído de forma que seja mais do que apenas uma viagem nostálgica a Skyrim. Houve um cuidado para que ficasse claro que não estamos jogando Skyrim novamente, mas sim The Elder Scrolls Online. Assim, se tornou muito prazeroso explorar novas histórias e desafios em um cenário – até certo nível – familiar.

Pessoalmente, eu não gosto da exploração da Blackreach em The Elder Scrolls V: Skyrim tanto quanto outros fãs do jogo parecem gostar, visto que, infelizmente, tudo que fazia Blackreach ser um ambiente desafiador – como a pouca iluminação e a quantidade enorme de inimigos – eram justamente o que causava desconforto em explorá-la, o que fez com que minha exploração da área na época se limitasse a completar a tarefa da main quest e nunca mais retornar. Esse era meu medo quando foi anunciado que a área seria um dos mapas adicionados em Greymoor: um mapa gigante, mas difícil de navegar.

Foi muito bom ver que eu não teria que lidar com isso.

A Blackreach presente em Greymoor é uma área por si só, e as mudanças dentro dela são bem-vindas. O ambiente é bem-iluminado e claustrofóbico ao mesmo tempo. Claro, há áreas abertas dado a mecânica das Harrowstorms (que iremos comentar mais adiante) e outras mecânicas do jogo, incluindo os World Bosses.

A presença de uma cidade, mostrando habitação em Blackreach, e mais pessoas explorando as cavernas é um bom detalhe. Além de dar mais o que se fazer do que enfrentar monstros e explorar as ruinas Dwemer – características da área.

O bioma da Blackreach também é muito diferente do que vemos na superfície, o que faz todo sentido, visto que não entra luz do sol ou circula ar fresco no seu interior, o que explica por que vampiros decidiram que é o melhor lugar para estabelecerem o seu castelo.

Castelo Greymoor no interior de Blackreach, localidade que dá o nome do capítulo

Os cenários presentes tanto na superfície como no subterrâneo são bem diferentes do que já vimos nas outras expansões. Sim, temos regiões montanhosas, frias e pantanosas em The Elder Scrolls Online, porém elas se unem de uma maneira muito agradável e divertida de explorar.

Sobre o subterrâneo, as únicas vezes que nos encontramos dentro de áreas cavernosas – pelo que eu me recordo – são em dungeons ou em momentos breves durante quests. Por isso, em que o objetivo geralmente é “upar” ou “missão cumprida”, nunca tivemos a chance de realmente explorar, encontrar diferentes áreas, participar de eventos de mapa, ou fazer qualquer atividade que um mapa comum possui no jogo. É uma mudança interessante e refrescante para quem é um jogador veterano.

O comprometimento com o tema “gótico” – como a Zenimax Online Studios usou para descrever o capítulo – é verdadeiro, visto que ele está presente constantemente. A música é sombria e dá um clima de lamento a tudo, encaixando bem com a constante visão de neve e a impressão que frio que a iluminação e a construção do cenário. A partir disso, posso dizer que o objetivo era deixar uma sensação de isolamento e paranoia equivalente à transmitida por um filme de terror.

O tema “filme de terror” se repete com as quests, que possuem os temas de assombrações, magia negra, lendas locais e conflitos com Reachmen – que também pode entrar na categoria de “magia negra”, visto os rituais que eles praticam. De modo resumido, posso dizer que os plots de boa parte das quests poderiam muito bem ser premissas de filmes de terror. Em questão de histórias sombrias e assustadoras, as presentes em Greymoor são muito boas.

A História

A segunda fase do Coração Sombrio de Skyrim tem seu início após o final das quests presentes na DLC Harrowstorm, mas a história da Main Questde Greymoor tem seu prólogo nas quests “The Coven Conspiracy” (A Conspiração do Coven) e The Coven Conundrum (O Enigma do Coven), onde o jogador se junta a Lyris Titanborn para continuar investigando as atividades do Coven de Icereach, que levam a descoberta de uma trama para assassinar o Rei Jorunn, com o mesmo planejado para o Rei Svargrim.

Temendo a ameaça do coven é muito maior do que o imaginado, Jorunn decide que a melhor opção é esquecer as desavenças com Skyrim Ocidental (temporariamente) e avisar Svargrim do perigo. Para tal, ele decide que o personagem do jogador se juntará a Lyris nessa empreitada.

Porém, as coisas não são tão simples assim.

Desde o momento de chegada em Skyrim Ocidental, o jogador é alvo de desconfiança e escrutínio pelos NPCs. Não importa se você é um nórdico, os habitantes de Skyrim Ocidental sabem que você é um forasteiro, alguém que não se encaixa. E o reino do ocidente é muito mais preconceituoso e fechado do que sua metade oriental. Não é que o personagem do jogador nunca tenha sido tratado com desprezo antes dentro de The Elder Scrolls Online, o mesmo já havia ocorrido em Summerset, onde os habitantes nativos da ilha olhavam com desprezo até mesmo outros altmers por eles “não se encaixarem” ou por não serem nativos. A diferença entre Greymoor e Summerset é que no primeiro, esse fator tem um peso na main quest.

O jogador logo descobre na primeira parte da main quest que o plano do coven de Icereach está relacionado às Harrowstorms (Tempestades Agoniantes), que estão ocorrendo em alguns pontos do reino, e que o coven possui vampiros como aliados. Para a invocação das Harrowstorms, estão sendo utilizadas as urnas do Gray Host, que foram roubadas em Unhallowed Grave, desse modo adicionando Fennorian na empreitada e ligando todos os pontos da DLC Harrowstorm na história.

Como se nada mais pudesse ficar complicado, a desconfiança do Rei Svargrim a respeito das intenções do Rei Jorunn, adicionado ao seu desgosto pelo mesmo, dão muito mais peso às suas decisões do que o perigo iminente que o coven e as Harrowstorms apresentam. Isso faz com que as primeiras partes da main quest seja uma corrida contra o tempo, pois é crucial fazer com que o Rei dê atenção à ameaça ao mesmo tempo que é necessário desvendar qual o plano do coven e impedir sua conclusão.

O senso de urgência que a main quest exala é palpável, e por muitas vezes extremamente frustrante, visto que não importa o que nós fazemos, Svargrim se recusa a cooperar. Ao mesmo tempo, a curiosidade é atiçada a todos os momentos, principalmente para quem gosta de uma boa história: há muitos fatores sendo colocados na trama quando outros nem foram processados direito, quando tudo isso vai se encaixar?

Essa recusa de Svargrim em aceitar ajuda e ouvir a respeito de perigos é uma mudança visível quando comparado às outras quests do jogo, onde a presença do personagem do jogador – o estranho competente e disposto a ajudar – é bem-recebida pelos NPCs. Se há resistência, ela não dura muito tempo. É uma mudança de perspectiva que pode ter origem no jogo ter nos deixado mal acostumados a respeito desse assunto.

Enfim, a história da main quest é bem envolvente e tem algumas curvas interessantes. Não decepciona quem estava esperando por uma trama abrangente, gótica e sombria. Levando em conta que ainda há mais duas partes do Coração Sombrio de Skyrim a serem contados, fico curiosa para ver as ondulações que os acontecimentos irão causar nas próximas fases da temporada.

Novos Desafios

Greymoor trouxe novos desafios para os jogadores desbravarem e variarem a sua rotina: Duas novas dungeons públicas – Labyrinthian e Nchuthnkarst -, as Harrowstorms como o evento do mapa, e o trial Kyne’s Aegis.

O nome “Labyrinthian” não é estranho aos jogadores de Skyrim porque é sim a mesma localização que nós encontramos no jogo, mas dessa vez a ruína se trata de uma área de desafios que todos os jogadores possuem a chance de enfrentar ao invés de ser uma área em que você usa para cortar caminho ou para realizar quests. Tal como todas as dungeons públicas, Labyrinthian recebe esse nome por sua dificuldade elevada – maior que as delves, mas menor que as dungeons normais -, a ideia sendo os jogadores se juntarem para enfrentar os inimigos. Os inimigos encontrados em Labyrinthian são Draugr e trolls em sua maioria, sendo os mais usuais que encontramos em uma ruína e na região de Skyrim no jogo.

Os bosses são interessantes e o mapa em si não é difícil de navegar, porém a quest dela é meio decepcionante. Ela envolve o jogador interferindo no plano de um necromante que pretende trazer um Dragon Priest de volta à vida. Eu entendo qual foi a intenção, porém não atiçou a minha curiosidade, o tropo de “necromante maligno” não encaixou bem, e – na minha opinião – o final não teve uma boa pegada.

Nchuthnkarst, por outro lado, é muito mais interessante e divertida que Labyrinthian. A dungeon está localizada em Blackreach e se trata de uma das ruínas dwemer espalhadas no subterrâneo, porém, os inimigos não são apenas os mecânicos dwemer que esperávamos encontrar. Nchuthnkarst apresenta uma instabilidade nas rachaduras temporais que está fazendo com que criaturas de toda Tamriel sejam transportadas para o interior da ruína. Isso faz com que os bosses e outros inimigos presentes sejam de diferentes regiões já exploradas pelo jogo, como por exemplo Clockwork City e Murkmire.

A quest de Nchuthnkarst está relacionada a essas distorções temporais estranhas, e ainda temos reencontramos Raynor e Kireth Vanos, os irmãos dunmer exploradores de ruínas dwemer que adoramos. A quest é divertida, pena que seja muito curta.

As Harrowstorms é o novo evento de mapa para a região, possuindo a mesma função das Dark Anchors, Abyssal Geysers eDragões nos outros mapas. E devo dizer que a cada expansão, esses eventos estão ficando cada vez mais difíceis e complexos, e as Harrowstorms são as mais difíceis até aqui. Além da dificuldade, a mecanicamente é impossível de completar uma Harrowstorm por conta própria, já que os jogadores precisam destruir os três totens que dão energia ao ritual ao mesmo tempo que impedem fantasmas de serem absorvidos por eles. Quanto mais tempo os totens ficarem em pé, mais adversários irão surgir, que podem ser normais ou bosses.

O que eu mais gostei das Harrowstorms – além do fato de ser assustador de ver uma se formando – é o modo como conseguimos encontrar elas no mapa. Com as Dark Anchors e os Abyssal Geysers, era possível ver no cenário quando eles estavam ativados, pois ambos emitem um gráfico e um farol luminoso quando o evento se inicia; os dragões era um pouco menos obvio visto que enquanto é possível ver dragão voando ao fundo, não é nada mundo marcante, apesar de se você abrir o mapa, aparece ele circulando.

As Harrowstorms, por outro lado, são visíveis e aparecem como algo que claramente não pertence ao cenário, como se algo muito errado estivesse acontecendo (e está). O clima de terror sobrenatural fica muito evidente.

Por fim, temos o Trial Kyne’s Aegis. Nele, os jogadores precisam recuperar a ilha de Kyne’s Aegis – que serve como uma fortaleza contra invasores que provém do Mar dos Fantasmas – depois que ela foi tomada por uma aliança improvável entre Gigantes do Mar e Vampiros.

Essa foi a primeira vez que consegui jogar um Trial na semana do seu lançamento, então foi muito animador descobrir as mecânicas conforme se jogava elas pela primeira vez com meus companheiros de jogo. As mecânicas são bem desafiadoras, e foram necessárias muitas rodadas de tentativa e erro para conseguir coordenar todo mundo assim que descobríamos como elas funcionavam.

Apesar de ser um Trial divertido, a sensação é que os jogadores saem dele sem muita recompensa. Os sets de equipamentos que podem ser adquiridos em Kyne’s Aegis não têm nada que os diferencie de outros já presentes em outros Trials.

Claro, todo Trial e dungeon tem um set ou outro que não é tão bom quanto outros disponíveis, e pode ser a minha opinião a respeito deles prevalecendo, mas outro ponto que dificulta a sensação de realização é a falta de baús por todo o mapa. Em todo o mapa, meu grupo conseguiu encontrar apenas um baú – e quando eu digo todo o mapa, estou falando de todas as áreas presentes nele -, e isso causou desânimo em voltarmos a realizar ele. O lado bom é que isso pode mudar com patches futuros de acordo com o feedback que a Zenimax receber dos jogadores.

Sistema de Antiguidades

A maior novidade adicionada ao jogo com Greymoor foi o sistema de antiguidades, que é algo que vai ocupar muito o seu tempo. Esse sistema é uma mistura de exploração com quebra-cabeças, e foi algo que realmente renovou o jogo.

Para fazer uso do sistema das antiguidades, primeiro é necessário visitar o Ciclo dos Antiquários em Solitude e realizar uma quest rápida que ensina como usar as ferramentas. Desse modo, o personagem irá receber a ferramenta Scrying eye e duas novas árvores de habilidades: Examinar (Scrying) e Escavar (Excavation). Isso significa que o jogador terá que investir alguns pontos de habilidade para conseguir usar esse sistema de forma mais fácil e poder procurar pistas mais raras e difíceis, mas claro, para poder investir esses pontos e conseguir procurar itens mais raros, é necessário procurar e escavar antiguidades, e o ciclo continua.

Antes de começar a procurar por antiguidades, é necessário encontrar uma pista a respeito dela, e elas são divididas em cinco categorias: verdes (dificuldade simples), azuis (dificuldade intermediária), roxa (dificuldade avançada), dourada (dificuldade master), e laranja (dificuldade laranja). O jogo te oferece uma pista verde de cortesia em todas as áreas do jogo, o resto das pistas você terá que procurar por conta. A boa notícia é que as pistas podem ser encontradas em todos os lugares: como drop de bosses de delves, drop de world bosses, drop de bosses finais de dungeons e trials, em baús, recolhendo materiais de criação, em baús, escavando outras antiguidades, etc.

Apenas mantenha em mente que as pistas têm prazo de validade de 30 dias após serem adquiridas para serem Examinadas, mas você sempre pode conseguir elas de novo sem problemas. Além disso, as pistas que você encontra com um personagem são compartilhados por todos na sua conta, então não entre em pânico se encontrar uma pista laranja com um personagem que não possui as árvores de habilidades.

Assim que você adquirir uma pista, basta abrir a sua janela do seu diário (jornal) e escolher a aba de antiguidades. Lá, você verá quais antiguidades você pode examinar por mapa e um relatório de quais antiguidades você adquiriu e quantas vezes. Ao escolher “examinar” (scry), abrirá uma janela com um mini-jogo de associação de formas para abrir caminhos até um ponto específico – que você recebe mais ferramentas para solucioná-lo de acordo com seu avanço na árvore de habilidades, -, uma vez solucionado, áreas no seu mapa irão se iluminar de acordo com seu desempenho no mini-jogo.

Você pode refazer esse jogo quantas vezes quiser, ou pode admitir o que conseguiu e procurar a antiguidade em todas as áreas relevadas.

Uma vez na área revelada, basta encontrar o local em que a antiguidade está enterrada e fazer o mini-jogo de escavação. Tome cuidado com as ferramentas que você usa, porque você pode acabar destruindo o item! Também tome cuidado com o tempo que você tem para escavar, se o tempo acabar, você falha na tarefa.

Se falhar, não entre em pânico, você terá a chance de fazer ele novamente e quantas vezes forem necessárias até conseguir adquirir a antiguidade com sucesso.

Mini-jogo de escavação completo

As recompensas do sistema de antiguidades são variadas: tesouros para vender e conseguir mais ouro; móveis para enfeitar as suas residências; itens cosméticos, como tatuagens, roupas, coroas e motifs de armaduras para seus personagens; partes de da montaria Dwarven Ebon Wolf; e os itens míticos.

Montaria Dwarven Ebon Wolf

Os itens míticos são itens poderosos, tão poderosos que só podem ser usados um por vez. Ao mesmo tempo, eles possuem uma desvantagem, então escolha bem qual item e quando usá-lo. Assim como a montaria, eles precisam ser encontrados em partes para serem montados, cinco no total.

Esse sistema foi muito bem-vindo, pois ele traz algo novo para desenvolver e adquirir para os jogadores veteranos e algo a mais para se explorar para jogadores novos ou com personagens novos. Principalmente quando se trata de personagens mais antigos, já que uma vez que você “zera” um mapa – ou seja, faz todas as atividades que o mapa tem a oferecer e adquire todas as conquistas -, não há mais o que fazer nele. Com as antiguidades, você ganha um novo motivo para reexplorar os mapas e realizar atividades neles.

Sem falar que é muito divertido examinar e escavar as antiguidades. Quando você menos espera, já gastou uma hora (ou mais) nessa brincadeira.

Renovação dos Vampiros

As mudanças nas árvores de habilidades dos vampiros foi algo que, honestamente, precisava ser feito. Fora a questão do role-play, não havia nenhum uso prático para as habilidades que se transformar em um vampiro disponibilizava para os jogadores, fora uma única habilidade que melhorava o papel de Tank.

Agora, com essas novas habilidades na renovação, os jogadores têm muito mais com o que trabalhar, incluindo a relação entre risco-benefício que elas oferecem. A vinda da necessidade da alimentação – em outros termos, “beber o sangue de um NPC inocente” – é algo que influencia tanto no role-play e no gameplay dos jogadores, dado que quanto mais o personagem se alimenta, mais forte ele fica (as habilidades vampíricas possuem mais força e benefícios), e ao mesmo tempo sua aparência fica mais monstruosa, o que pode causar problemas com o sistema de justiça e interação com NPCs.

Como antes a necessidade da alimentação era algo que podia ser convenientemente ignorada, a sua animação era igualmente simples. Agora, foram adicionadas animações macabras e sanguinárias dos jogadores atacando NPCs – semelhante às que acontecem quando a Blade of Woe, da árvore de habilidades da Dark Brotherhood, é usada para assassinar um NPC -, e elas são divertidamente brutais.

Minha opinião? Finalmente The Elder Scrolls Online me ofereceu motivos para transformar um personagem meu em um vampiro.

Importante lembrar que essa mudança na árvore de habilidades está disponível para todos os jogadores, não apenas àqueles que adquiriram Greymoor.

Vale a pena comprar Greymoor?

Particularmente, eu gostei muito de Greymoor por eu ser uma admiradora de uma boa história de terror. Claro, não é um jogo de terror propriamente dito, visto que essa não é a proposta de The Elder Scrolls Online, porém o clima sombrio, as histórias misteriosas e assustadoras por trás das quests é algo que não aparece muito no jogo. Adicionado a isso, foi muito bom retornar a região ocidental de Skyrim e explorá-la com uma nova perspectiva.

Mal posso esperar para ver o que mais o Coração Sombrio de Skyrim terá a oferecer nas suas próximas fases.

The Elder Scrolls Online: Greymoor está disponível para PC, Mac, PlayStation 4, e Xbox One.

Seria interessante também considerar comprar a coleção de colecionador digital, que disponibiliza a montaria Crypt Warden Death Hound, o pet Death Hound, o memento Orb of Magnus, o estilo de armas e armaduras Swordthane, e o pacote de emotes temáticos de Skyrim (Arrow to the Knee, Missing Sweetroll, e Ragnar the Red).

Edição de colecionador digital para Greymoor

Laura Giordani

Historiadora e estudiosa de imagens e mídias viciada em jogos, filmes, HQs, livros, podcasts, RPG, animes e séries. Quando não está tentando desvendar os mistérios da História e sua relação com as novas mídias, ou tentando navegar pelo seu quarto debaixo de pilhas gigantes de livros, pode ser encontrada em um canto meio iluminado jogando algum título da série Final Fantasy, Diablo, Elder Scrolls ou Pokemon. Sua preferência literária é vasta, porém há preferência pelos temas de fantasia, ficção científica, cyberpunk e terror. Suas mais notáveis habilidades são: ingerir dezenas de litros de cafeína sem ter um ataque cardíaco e tagarelar por horas sobre nerdices sem parar.

One thought on “Análise | The Elder Scrolls Online: Greymoor

  • 11/06/2020 em 00:49
    Permalink

    Estava escrevendo uma análise em relação ao capítulo quando vi essa análise em um grupo que eu faço parte. Ainda não finalizei a minha pois planejo fazer todas as side quests antes. No geral, eu achei essa expansão boa, pelos cenários e pelas side-quests, mas a missão principal eu achei sofrível. Provavelmente o conteúdo mais fraco do jogo até agora.
    E uma das coisas que mais fazem isso uma constante para mim, é a personalidade e as ações tomadas por Svargrim. Honestamente, eu, como fã do MMO e como jogador 100% focado no questing, fiquei NO MÍNIMO, ofendido com a escrita desse personagem. A Svana apesar de ser uma personagem com certo carisma, é extremamente clichê e isso causa um pouco de incomodo, além de algumas decisões da main quest em relação a ela serem muito mal pensadas.

    Enfim, é uma expansão que eu diria valer pelo sistema de Antiguidades e pelas side-quests, por que essa provavelmente é a main quest que eu menos gosto dentre todas as DLC’s e expansões até agora.

Fechado para comentários.