Em 1979 a banda inglesa Pink Floyd lançava seu décimo primeiro álbum, que também seria o último com a formação original, entitulado The Wall. Neste disco, a Roger Waters (baixista e principal letrista) explora os conceitos de depressão e abandono através do personagem Pink, que perdera o pai na Segunda Guerra Mundial, sofrera com o abuso de professores, de sua mãe super-protetora e com problemas no casamento, dificuldades estas que o tornaram recluso atrás de paredes imaginárias (estas que entitulam o álbum).
O álbum teve sua estória adaptada em uma animação de 1982 desenhada por Gerald Scarfe e em 1990, Roger Waters gravou uma apresentação do disco em Berlim, com diversos convidados.
Entre 2010 e 2013 Waters fez diversas turnês apresentando The Wall em sua completude e esta foi registrada para se tornar o filme Roger Waters’ The Wall, produzido e dirigido por Waters e Sean Evans.
Entrei na sessão me perguntando o que veria de diferente em Roger Waters The Wall, já que se tratava de filmagem de show, um de excelente e grandiosa produção, mas ainda assim, um show. E minha pergunta foi respondida rapidamente ao mostrar um depoimento de Liam Neeson sobre como o show de turnê de The Wall em 1980 em Londres fez com que ele, um imigrante Irlandês buscasse em sí as formas de derrubar suas paredes e evoluir.
Em seguida acompanhamos a saída de Waters do show e seu caminho para casa e em seguida seu trajeto pelas estradas da França até um memorial da Primeira Guerra Mundial, no qual ele homenageia os falecidos tocando um trompete, momento finalizado com a sonoplastia e pirotecnia do início do show.
Esta alternância entre o show e a viagem de Roger segue por todo o documentário e pode parecer estranha e não fazer sentido no início, mas a cada ida e volta entre show e o trajeto de Waters entendemos mais de sua jornada e isso é impressionante e tocante.
O show e toda sua produção são incríveis e para os fãs de rock progressivo e de Pink Floyd são ainda mais e a forma como ele é apresentado no filme é impactante e grandiosa. Digno do álbum.
E sua produção é tão impecável que não da pra notar que as músicas exibidas não fazem parte de um único show.
Eu não fui no show que teve em São Paulo e vendo o documentário eu só pensava que deveria ter ido e deveria estar junto ao emocionado público muito bem representado nas cenas que mostram a platéia.
Com certeza o que mais gostei do documentário foram as cenas de Waters conversando com amigos e familiares enquanto se encaminhava e visitava os memoriais de Primeira e Segunda Guerras, mostrando o histórico da família Waters em ambas e os impactos em Roger que, também, influenciaram a criação do conceito do álbum.
The Wall, como já mencionado, fala sobre um homem atordoado que se torna recluso e toda a montagem do show é feita para retratar isso, entretanto, Waters aproveita a temática de guerra inserida no conceito para explorar e criticar a crueldade delas e também criticar os governos.
Esta conotação política do show é muito importante para ele e é muito bem utilizada como protesto e clama ao público por reflexão.
Por fim, após o encerramento do show os fãs de Pink Floyd poderão conferir um quadro de perguntas e respostas no qual Waters e Nick Mason dão suas opiniões e, como diz o nome do quadro, os pequenos fatos sobre os questionamentos enviados por fãs de todo o mundo.
Roger Waters The Wall terá exibição apenas nos dias 29/09, 03/10 e 04/10 em 182 salas da rede UCI Cinemas em diversas cidades do país.
Os ingressos custarão R$ 40,00 e podem ser adquiridos no site da UCI. Confira a programação aqui.
Trailer:
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