Participamos da cabine de imprensa do filme mais bem avaliado da carreira de Tom Cruise: “Missão Impossível – Acerto de Contas Parte 1”. Deixarei aqui as primeiras percepções sobre o longa, mas já posso adiantar: as altas expectativas criadas em torno da produção foram superadas.
Sob a impecável direção de Cristopher McQuarrie e com o brilhante roteiro de Erik Jendresen, o sétimo filme da histórica franquia Missão Impossível traz Ethan (Tom Cruise) e a equipe da IMF composta por Ilsa Faust (Rebecca Ferguson), Benji (Simon Pegg) e Luther (Ving Rhames) recebendo uma missão que excede tudo anteriormente visto na franquia. Aqui, o grupo precisa buscar uma misteriosa chave que temem cair em mãos erradas, o que poderia representar um risco para a humanidade. Se atentarmos apenas para uma breve sinopse do filme, o primeiro pensamento é o que tem trazido pânico aos apaixonados por ação: uma produção genérica que trará acontecimentos absolutamente previsíveis. Mas posso garantir que não é o que acontece em “Missão Impossível – Acerto de Contas Parte 1”. A trama não nos apresenta apenas um vilão de potencial destrutivo que será facilmente derrotado: nos deparamos com um nível diferente de periculosidade e ação, e tudo isso envolvido por um tema muito pertinente para os dias atuais: o perigo escondido nas tão populares ferramentas de inteligência artificial.
O desenvolvimento do enredo se dá de forma espetacular: muito mistério em uma missão sobre a qual nem os próprios envolvidos têm total conhecimento, e muita tensão em cenas de ação que poderão desencadear diversas reações ao público: seja o mais inquietante êxtase, ou a apreensão que paralisa o espectador boquiaberto na cadeira de cinema. Entretanto, existem fatores que harmonizam toda essa ação com personagens que cativam o público e uma veia cômica extremamente adequada. Vale ressaltar também que o ritmo agitado que percorre a maior parte da trama não se perde em uma produção que busca apenas impressionar o público a partir de cenas desconexas: tudo se encaixa de forma a estabelecer uma trama bem construída que se conecta com o público e prende a atenção durante toda a exibição.
“Missão Impossível – Acerto de Contas Parte 1” é a prova de que uma franquia com tanto tempo de existência ainda pode evoluir e superar as expectativas do público sem oferecer apenas mais do mesmo. Após vinte e sete anos desde o primeiro filme da saga, ainda temos um nível extremo de ação, enredo criativo e reviravoltas emocionantes. Tudo isso fica ainda melhor aliado ao excelente desempenho de Tom Cruise em cena e aos brilhantes efeitos especiais. E são os efeitos especiais e sonoros os maiores responsáveis por impressionar o espectador. Não é apenas pelos cenários de beleza surreal, mas pela forma como são bem explorados e evidenciados. Além disso, seria impossível não mencionar Tom Cruise saltando de um penhasco em uma moto ou lutando contra Esai Morales (Gabriel) em cima de um trem em movimento.
Após seis filmes, pode-se dizer que Missão Impossível trouxe os mais perigosos e memoráveis vilões: Gabriel (Esai Morales) e Paris (Pom Klementieff). Mas também vale mencionar uma nova personagem que se destaca por sua sagacidade: Grace (Hayley Atwell), que desperta em Ethan sua mais profunda sensibilidade e lealdade.
“Missão Impossível – Acerto de Contas Parte 1” não é o que se espera de um bom filme de ação, ele é mais! Cenas de luta impecavelmente coreografadas, efeitos especiais e cenários surpreendentes, atores com desempenho brilhante e enredo que prende a atenção do espectador, que não irá sentir o tempo passar. Com toda a certeza vale a pena ser assistido, e provavelmente outras produções do gênero que estão por vir neste ano terão dificuldade para se aproximar do nível de qualidade apresentado.
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