Godzilla, o mais famoso monstro gigante do cinema japonês, foi criado pelo produtor Tomoyuki Tanaka (1910-1997), pelos roteiristas Shigeru Kayama (1906-1975) e Takeo Murata (1910-1994), pelo diretor Ishiro Honda (1911-1993) e pelo mago dos efeitos especiais (e criador do herói Ultraman) Eiji Tsuburaya (1901-1970) em 1954. Estreou no longa “Godzilla” (Gojira, 1954) e teve no total 28 filmes produzidos pela produtora Toho, sendo o último deles “Godzilla Final Wars” (2004). A criatura ainda fez uma aparição na abertura do filme “Always: Sunset on Third Street 2” (2007), também da Toho. Nos EUA produziram “Godzilla” (1998), filme dirigido por Roland Emmerich que fez razoável sucesso ao redor do mundo, mas que decepcionou os fãs do monstro por causa da mudança radical no visual do personagem. O lagartão atômico também estrelou dois desenhos animados nos EUA: “Godzilla” (Godzilla, 1978), da Hanna-Barbera, e “Godzilla” (Godzilla: The Series, 1998-2000), que continuava a história do filme de Emmerich. E agora, na comemoração dos 60 anos do monstro, chegou aos cinemas “Godzilla” (Godzilla, 2014), dirigido por Gareth Edwards.
A história começa mostrando Joe Brody (Bryan Cranston) e sua esposa Sandra (Juliette Binoche) no Japão, onde vivem com seu filho Ford (CJ Adams). Joe e Sandra trabalham em uma usina nuclear onde acontece um grave acidente. 15 anos depois, vemos que Ford (Aaron Taylor-Johnson) se tornou um tenente do exército americano e se casou com Elle (Elizabeth Olsen), com quem teve um filho, Sam (Carson Bolde). Ford é obrigado a voltar ao Japão, pois seu pai foi preso por invadir uma área de quarentena. Eles descobrem que no local onde se localizava a usina nuclear foi construída uma instalação de pesquisa chefiada pelo Dr. Ishiro Serizawa (Ken Watanabe). Um M.U.T.O (sigla para Massive Unidentified Terrestrial Organism, que traduzido para o português seria algo como Organismo Gigante Terrestre Não Identificado) desperta e provoca uma enorme destruição, partindo para local desconhecido. Os militares entram em cena, sob o comando do Almirante William Stenz (David Strathairn) e, com a ajuda do Dr. Serizawa, descobrem que há outro desses monstros parasitas gigantes. Godzilla, que foi visto pela primeira vez em 1954, reaparece e é descrito como uma “força da natureza” que surge quando há algum desequilíbrio – no caso, os M.U.T.O.s.
Gareth Edwards, que anteriormente só havia dirigido o filme de baixíssimo orçamento “Monstros (2010), mostrou que sabe comandar uma super produção de US$ 160 milhões, além de ser um grande fã de Godzilla. Não é apenas um “filme de monstro”, pois se centra na família Brody e tem muitas referências para os fãs de Godzilla, como explicar que o nome original do monstro, Gojira, é uma mistura de Gorilla (gorila em inglês, que em japonês é escrito gorira) com Kujira (baleia em japonês). Godzilla infelizmente aparece poucos minutos, mas vale cada segundo na telonas. O seu visual ficou muito fiel ao dos filmes japoneses, ao contrário daquela “lagartixa gigante” do filme de 1998. A trilha sonora, criada por Alexandre Desplat, também lembra bastante o tema musical dos filmes produzidos no Japão. O filme não vai mudar a vida de ninguém, mas tem doses certas de drama e ação (e doses cavalares de destruição).
Cara… Esse filme mudou minha vida. Primeiro que ouvir o urro do Gojira no cinema não é qualquer coisa. Depois, assistir as cenas de brigas de monstros fuderosas deixa qualquer fã de filmes desse gênero, ou do próprio Gojira, com um sorriso que perdura até o fim do filme. O drama foi bem colocado na história e todos os atores foram muito bem. Mas ninguém supera o grandioso Gojira, o “eletricista”. Como o Forlani (Omelete) disse “é um filme de expectativa. É mais um suspense do que um drama”. Acho que pra quem esperava ver o Gojira com muito mais minutos de tela pode não ter aproveitado tanto o filme.