Necronator: Dead Wrong (Necronator) é um jogo indie desenvolvido pela Toge Productions e distribuído pela Modern Wolf que propõe uma mistura de jogos de cartas e estratégia em tempo real (RTS). Será que encontramos um tesouro indie com inovações e o poder avassalador do necronomicon?
Apresentação
Uma coisa que podemos dizer sobre os desenvolvedores é que eles atualmente são o “frescor” da indústria de games. Se você ainda tem preconceito com jogos indie, esforce-se para superar isso pois provavelmente está perdendo jogos com conceitos muito divertidos, alguns deles excelentes!
Necronator: Dead Wrong é um jogo indie que tenta trazer algo de novo misturando estratégia em tempo real e jogos de cartas. Já adianto aqui que a execução da ideia não foi algo surpreendente e único, se cabe uma forma sucinta de definir esse jogo poderíamos dizer que ele é um metal slug atack/defense, mas em um “campo de batalha 3D”. Entretanto o jogo traz coisas novas sim e propostas bem divertidas que vamos discutir a seguir.
Visual e Gameplay
Necronator não é um jogo que se preocupa muito em contar a sua história, então nós também não vamos nos preocupar com isso. Em um breve resumo, você é um estrategista que deve adquirir o poder supremo e se tornar o grande Necronator, aquele capaz de destruir tudo em um piscar de olhos com seu poder gigantesco. E como você fará isso? Você deverá derrotar todos seus oponentes e seus exércitos enquanto protege a sua torre.
O Gameplay é simples e digamos que é até pesado no RNG, pois mesmo o estado do mundo que você vai encontrar é baseado em um seed que pode ser rolado novamente trazendo sempre uma situação diferente. Esses elementos de aleatoriedade são muito importantes para o fator “replay”, dessa forma o jogador vai sempre encontrar um “mundo novo” e não vai enjoar de ver sempre o mesmo mapa toda hora. Contudo, uma estratégia bem elaborada levando em consideração os fatores do céu e da terra, como diria Sun Tzu, se torna bem improvável nesse tipo de ambiente. Você se encontrará com dificuldades que muitas vezes exigirão um bom nível de adaptação.
E o que o jogo lhe oferece para enfrentar esse ambiente incerto? Cartas e mais cartas de criaturas e poderes bem variadas e que muitas vezes nos dão a sensação de que somos imbatíveis. Um exemplo é uma carta que aumenta o ataque das suas unidades enquanto elas estão na sua mão a cada dois segundos. Não demora muito até aquelas cartas serem as mais fortes da partida inteira. E se não fosse suficiente ainda é possível aprimorar as cartas do seu “deck” e deixá-lo ainda mais poderoso.
Entretanto, o ambiente incerto é a garantia nesse jogo e assim você pode encontrar um inimigo que simplesmente vai impedir você de usar suas unidades no campo dadas as condições específicas. Assim, com incertezas que vão para os dois lados você pode tirar a sorte grande ou sofrer muito com as frustrações.
Entre um estágio e outro temos um mapa e a narração da nossa história, que é feita por um morceguinho simpático. O mapa dá a possibilidade de escolher a melhor rota a seguir. Isso significa que você poderá decidir se seguirá pelo caminho de mais batalhas e ganhar mais almas (o dinheiro do jogo), ou gastar a suas almas no mercado, ou ainda seguir por um caminho em que algo inesperado o aguarda e ganhar um bônus.
Quando entramos na fase um campo de batalha, que parece com aqueles de final Fantasy Tactics, é apresentado. Ele contém as posições das torres e as trajetórias (se houver mais de uma) por onde as unidades poderão seguir. E esse é o momento dos maiores pecados de Necronator.
A apresentação do mapa é bem ruim. A câmera não sabe onde está se posicionado e o que temos acaba sendo um panorama dos piores ângulos possíveis do mapa. A primeira dificuldade de fazer um mapa que não tenta ser plano em nenhum momento é conseguir posicionar a câmera que atenda à necessidade de vermos o que devemos defender e o que devemos atacar. Essa dificuldade não foi superada pelos desenvolvedores. A navegação pelo mapa não é fluida, a câmera gira em ângulos fixos, bem diferente do que seria o ideal. Não há a sensação de liberdade e fluidez. O que fica mesmo é a sensação de que é melhor não mexer na rotação da câmera pra não piorar a visão, mas pra amenizar um pouco o desconforto o jogo não exige muito essas rotações da câmera.
Falando um pouco sobre o calor da batalha, não há nada de atrativo aqui, as animações são bem pobres os efeitos são exageradamente simples e bem desinteressantes. O que se pode perceber é que o foco do desenvolvimento ficou mesmo na mecânica e no desejo de trazer algo novo. Isso é um ponto bem negativo, o mínimo de capricho é importante de qualquer tamanho de projeto.
Conclusão
Necronator: Dead Wrong é um jogo divertido que cumpre bem a tabela nos quesitos de áudio, menus acessíveis e outros elementos de design, além de estar totalmente localizado em pt-Br; tem seus méritos de replay e diversão com uma variedade legal de personagens, mapas e cartas, mas infelizmente peca bastante em sua apresentação geral durante as batalhas com visuais pobres e uma câmera que não sabe pra quê está lá.