A Editora Record nos passou o VOD de Asterix e o Domínio dos Deuses
Para quem ainda não conhece a tribo dos irredutíveis gauleses, aconselho escutar nosso cast sobre eles:
http://meialua.gamehall.uol.com.br/meialuacast-080-asterix-e-obelix/
Baseado na HQ homônima, Asterix e o Domínio dos Deuses é uma animação francesa lançada em 2014, mas que está atualmente em cartaz nos cinemas brasileiros. Sim, levamos tudo isso de tempo para poder apreciar essa hilária adaptação.
Digo adaptação, mas estaria sendo eufemista. Essa animação 3D é, basicamente, a HQ em uma mídia cinematográfica. Entretanto, antes de entrar nos pormenores, vamos ao enredo base:
Júlio César, cansado de ter suas tropas derrotadas pelos irredutíveis gauleses, decide mudar de estratégia e coloca em prática o plano, “Veneno da Serpente”, de levar roma até seus inimigos. Sua ideia é construir o Domínio dos Deuses, um complexo de apartamentos de luxo, ao lado da vila, para que Asterix e seus compatriotas vejam as vantagens e belezas de ser um cidadão romano.
Com isso está armado o circo, com o perdão da piada óbvia.
Como eu disse anteriormente, toda a animação, por sua liberdade artística, tem as características das revistas do Asterix que fizeram parte da minha infância, adolescência e vida adulta. Repleta de expressões exageradas, muita cor e humor saindo por todos os poros, O Domínio dos Deuses me fez rir e vibrar por todos os seus noventa minutos.
As piadas clássicas, quase bordões esperados pelos fãs, estão todas lá como eu adorava. As discussões sobre quem irá capturar o javali, as canções desafinadas de Chatotorix, as brigas entre os aldeões pelos motivos mais estúpidos possíveis, enfim… me senti “em casa”.
Entretanto, mesmo sendo entretido por elas, essas não são as melhores piadas. Como sempre, as estórias de Asterix e Obelix possuem uma camada extremamente satírica e ácida de críticas sociais. Vale muito a pena, além de deixar tudo mais divertido, prestar atenção redobrada nos aspectos sociais que são escrachados em cada cena. Questões como sindicalismo, burocracia, ganância, propaganda enganosa e falta de bom senso são questões extremamente atuais, mas que são “vestidas” com características da época do império romano e colocam o expectador no confortável lugar de um apreciador de fora.
A quantidade de gargalhadas que eu dei ao mesmo tempo que me sentia representado não está escrita. Valeu muito a pena assistir e reverei assim que encontrar alguém com o mesmo senso de humor rascante que o meu para me acompanhar.
Além do roteiro bem construído, não poderia deixar de falar da animação em si. Mesmo ficando em dúvida, em alguns momentos, se eu estava vendo uma animação 3D ou algo que me parecia um desenho de massinha, tenho que valorizar a qualidade visual desse longa. Muito diferente dos filmes do Asterix, que pareciam ter uma coloração forçada demais para um filme Live Action, e dos desenhos animados propriamente ditos, que tinham os mesmos tons e traços da HQ, o Domínio dos Deuses conseguiu fazer um transporte primoroso da ideia por trás dos traços de Goscinny e Uderzo, deixando o efeito final liso, com uma boa iluminação e uma palheta de cores muito adequadas.
Por último, mas não menos importante, queria fazer só um comentário parabenizando a dublagem. Como já está ficando costumeiro no nosso país, a arte de adequar o áudio para o português de modo localizado está bem representada nessa animação. Não senti perda nenhuma por ver dublado e me senti de volta na época que alugava esses desenhos na locadora.
Em fim, recomendo muito a todos que assistam Asterix e o Domínio dos Deuses. Não tenham medo de levar seus filhos, pois essa animação é bem elaborada o suficiente para agradar muito o público de todas as idades.
Deixo abaixo o trailer para apreciarem e me despeço com um abraço rápido, antes que o céu caia em nossas cabeças.
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