Desde criança, sempre gostei de brincar de Lego, isso somado ao estilo de jogo que criaram e minha esposa curtir jogar também, me tornaram rapidamente num grande fã da franquia.
Os jogos Lego são, na grande maioria, fáceis, divertidos, bem elaborados mecanicamente e muito engraçados, sempre satirizando o tema escolhido para aquela versão.
Comecei com o Star Wars – Complete Saga e fui jogando um a um, até o Jurassic Park. A Larissa já estava pedindo para eu comprar o Lego Marvel Avengers, quando tivemos a feliz notícia de que o receberíamos para resenhar. Nos acabamos de jogar em dois finais de semana para testar ao máximo o novo game. Agora vamos à review.
Como todo jogo da franquia Lego, este conta exatamente a mesma história dos filmes nos quais se baseia. Como esse é dos Vingadores, a estória base é a mesma dos dois filmes, o primeiro onde o Loki é o vilão principal e o segundo com o Ultron como antagonista. Obviamente tudo é contado com extremo bom humor, sátiras e piadas que sempre me tiram uma ou duas risadas por fase. Como bônus, ao acabar a campanha principal, alguns estágios extras abrem com trechos dos filmes do Thor, Iron Man e Capitão América.
Os jogos Lego fazem questão de não se levar a sério, assim como realmente usam dentro do enredo tudo ser formado por pecinhas montáveis. Isso cria um ambiente galhofa que faz valer a pena jogar, mesmo se já tenha visto o filme ou não tenha afinidade com aquele mundo.
Assim como o visual do jogo tenta ser uma adaptação fiel, apenas satirizada, do filme, toda a música e sonoplastia de Lego Marvel Avengers é uma mistura da original, conseguindo dar o efeito épico em algumas cenas, com som de pecinhas batendo, se encaixando e se movendo, o que acaba sendo mais imersivo do que eu esperava para um jogo “bobinho” assim.
Antes, os jogos Lego não tinham fala e eram todos gesticulados, algo que eu sinto uma pena terem cortado, mas depois começaram a colocar dublagens nos personagens, com falas icônicas dos filmes e tudo mais. Joguei as versões localizadas para o Brasil do primeiro Marvel e também a versão do Hobbit e não tive problemas com elas, mas algo saiu muito errado nesse jogo.
Não sei se trocaram a empresa que fez a localização ou se foi apenas um diretor de dublagem pouco experiente, mas o jogo dos Vingadores está beirando o BIZARRO quando se sabe o que deveria estar sendo dito. Alguns diálogos estavam estranhos e algumas piadas ficavam sem sentido, o que me deixava com um desconforto, mas ainda sem entender. Então, na terceira ou quarta fase, eu escutei o seguinte diálogo:
Ligam para o rádio do Capitão América e falam “Capitão, está por ai? Capitão América, ENTRE!”. Eu me perguntei “Entre onde?” já que eu estava numa fase no meio da cidade…
Então me dei conta, a conversa era para ser “Cap., are you there. Cap. America, COME IN”, que é a conversa mais padrão e clichê dos filmes de ação. Dali para frente, foi só desgraça, achei uma quantidade imensa de traduções literais dos diálogos em inglês. Isso deixou o jogo engraçado, mas por eu estar rindo do estúdio de dublagem e não dos diálogos em si.
Provavelmente, na língua original, nada disso acontece e, mesmo em português, a diversão não é comprometida por isso.
Visualmente, Lego Marvel Avengers e toda a franquia, no geral, tem a mesma vantagem de beleza que eu vejo nos jogos da Nintendo: é possível fazer as coisas BEM coloridas.
Assim como nos quadrinhos e nos filmes, o jogo usa uma palheta de cores intensas e contrastantes, tendo um personagem roxo, outro verde, outro vermelho, com detalhes em cores vibrantes como amarelos, laranjas e até tons metálicos. Podendo fazer isso com a capacidade de renderização dos consoles atuais e aproveitando os efeitos de água e iluminação, o game acabou saindo muito bonito, brilhante e com um horizonte visível de respeito. É muito legal sair do porta-aviões da S.H.I.E.L.D. e voar para Nova York logo abaixo, pensando que vai ter uma tela de loading ou algo assim, mas você simplesmente ir se aproximando e ver os prédios ficando enormes, nas proporções adequadas para os bonequinhos, até aterrizar e pensar “Cara, isso ficou MUITO fluido!”. Assim como sobrevoar a cidade e ver a StarkTower ao longe e saber que consegue chegar até ela sem quebras ou cortes.
Outro ponto que me agradou muito aos olhos foi a flexibilidade dos bonequinhos, mesmo eles sendo de Lego, e a naturalidade de seus movimentos. Pegar o Hulk e ver como ele bate, pula (o super pulo dele e de personagens similares é um show à parte, melhor até que os primeiros filmes do herói), cai e arranca pedaços do chão te faz esquecer que ele seria um boneco de plástico rígido com articulações. Vale a pena se atentar à esses detalhes durante a experiência.
Para fechar mais uma análise gigante, falemos das mecânicas, dificuldades e extras de Lego Marvel’s Avengers.
Como padrão, os jogos da franquia Lego são bem fáceis, passando por um padrão de acabar o jogo principal, liberando o que eles chamam de “jogo livre”, e voltando para refazer todos os estágios podendo escolher qualquer personagem. As batalhas são bem simples e morrer tem pouca significância, pois a punição é perder algumas das peças de lego que havia coletado (o que perde COMPLETAMENTE o significado após liberar os multiplicadores de peças).
O problema disso é que o jogo pode se tornar repetitivo, numa larga escala, pois você irá refazer as fases buscando encontrar todos os colecionáveis. Digo que é uma larga escala, pois o jogo apresenta dezenas de personagens diferentes com inúmeras habilidades únicas, então você vai fazer alguns puzzles diversos. No geral, eu me divirto pois vejo Lego como um passatempo e uma diversão fácil para partilhar com a minha esposa (batemos muito papo sobre tudo, enquanto curtimos o game), então cabe a cada um testar e ver se se interessa pelo estilo.
Nessa versão dos vingadores, um problema mecânico surgiu e outro, muito maior, foi corrigido.
As batalhas em Lego sempre foram muito simples e sem muito segredo, mas quiseram colocar algo mais dessa vez. Agora, se você tenta simplesmente sair batendo em todo mundo, você vai morrer muitas vezes e não irá conseguir encher significativamente o contador de combos, para ganhar multiplicadores. Para lutar com sucesso é preciso ficar usando o botão de ação e ver a animação do personagem dando um combinho no inimigo antes de matá-lo, o que deixou tudo muito mais lento e chato. Alguns raros personagens com mais força, como o Hulk ou Thor, podem sair “no tapa” normalmente e acabei que jogava muito mais com eles do que com os outros.
A única coisa legal criada para as batalhas, é o ataque em dupla que se pode usar. Algo como estar com o Capitão América e o Thor e fazer o segundo dar uma martelada no escudo do primeiro, gerando uma enorme onda de choque como no filme. A grande vantagem disso é que mata vários personagens e encurta as batalhas que se mostraram, essas sim, bem repetitivas e maçantes.
Em compensação, valendo bem mais a pena, finalmente soltaram um jogo do Lego com poucos bugs!
Os games da franquia tem uma quantidade enorme de bugs, sendo o campeão de todos o Lego Piratas do Caribe, que travava fase sim, fase não. Quando joguei o Batman 2 e tinha a cidade de Gotham, foi impressionante em como as coisas não carregavam, o mapa marcava uma missão no local e eu tinha que ficar me afastando e voltando (quando não precisava reiniciar) até ela aparecer. Era muito estressante e desmotivante.
Entretanto, esse dos Vingadores é incrivelmente livre dessas pentelhações. Durante todo o tempo que joguei, o game só deu crash uma única vez e os outros problemas foram muito menores e contornáveis.
Isso sim, foi um alívio para mim e para a Larissa, que quase montamos um diário de bugs dos jogos anteriores para colocar no site.
Enfim, tem muito o que se aproveitar do Lego Marvel Avengers (acabar a missão principal me deixou só com 22% do jogo completo!) e passar horas bem divertidas imerso nesse mundo colorido e animado!
Fiquem com o trailer do game (Peguei do PS4 por estar legendado) e, caso se animem, nos contem como foi a experiência de vocês com ele.
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Grande abraço e até a próxima.