Nesse último final de semana, fui assistir ao novo filme do X-Men, mais uma vez dirigido por Bryan Singer, e quis deixar aqui as minhas informais impressões, sem “spoilers”.
Não sou um leitor assíduo de quadrinhos, lia mais quanto estava na adolescência, porém ainda sou grande fã das animações, jogos e, principalmente, filmes de super-heróis e como tal, fui com grandes expectativas ver esse novo filme.
Ouso colocar esse novo filme dos X-Men na mesma categoria de qualidade que coloquei o filme dos Vingadores. A mistura de tempos ficou muito boa, assim como a mescla entre cenas de história e ação.
A premissa base do filme, que pode ser vista nos trailers, é que o futuro está terrível para humanos e mutates, pois as sentinelas estão ainda mais evoluídas e capazes de se adaptar ao poder de cada um.
Como forma de prever que tal futuro ocorra, o Doutor X e Magneto decidem que precisarão enviar a consciência de alguém para o passado e pedir ajuda para um Charles Xavier e Erik Lehnsherr muito mais novos, porém uma mente comum não aguentaria tal viagem sem sofrer danos. A solução para o problema está no único mutante que seria capaz de aguentar tais ferimentos, por se curar rapidamente, mesmo não tendo grandes habilidades diplomáticas: Wolverine.
Com isso, todo o cenário para o filme está montado. No futuro os mutantes que restam tentam manter as sentinelas longe do corpo do Wolverine, enquanto no passado, Logan tenta convencer Charles e Erik à se unirem e acabar com a ameaça sentinela antes mesmo que ela comece.
As cenas de combates no futuro, envolvendo mutantes como Bishop, Colossus, Blink e Mancha Solar são incríveis visualmente e conceitualmente. Finalmente, talvez pela capacidade atual dos efeitos especiais, vi os mutantes fazerem coisas e ataques muito parecidos com aqueles que eu sempre vi nas animações e jogos, como a rampa de gelo do Bob ou a combinação dos portais da Blink com a força bruta do Colossus. Além de demonstrações inigualáveis do imenso poder do Magneto, mesmo em sua época jovem.
Mas um mutante em especial tem apenas uma cena, porém faz o filme brilhar com ela: Mercúrio. Singer casa a hiper-velocidade do personagem com jogos de câmera, música e uma excelente direção para criar alguns poucos minutos que me fizeram desencostar da cadeira para ficar atento e ir ao cinema uma segunda vez rever o filme.
Por fim, gostaria apenas de recomendar que quem curte super-heróis vá ao cinema assistir, pois o 3D do filme está muito bom, assim como avisar que fiquem para a cena após os créditos.
E deixar uma pergunta (que, na verdade são duas): Eu estou maluco ou o Xavier havia sido DESINTEGRADO no X-Men 3? Como ele aparece com o mesmo corpo nesse filme?
Deixem suas opiniões nos comentários! Só avisem se forem dar algum SPOILER!
Grande abraço!
X-Men – Dias de um Futuro Esquecido: mutantes do futuro e do passado
Criados por Stan Lee e Jack Kirby em 1963, a equipe de mutantes X-Men estreou nas telonas em “X-Men – O Filme” (2000), seguido por “X-Men 2” (2003) e “X-Men 3 – O Confronto Final” (2006). Apesar do relativo sucesso mundial do terceiro filme, o público ficou decepcionado com a produção, que alterou demais a história em que foi baseada, “A Saga da Fênix Negra”. Além disso, houve a saída do diretor Bryan Singer, que planejava fazer o filme em duas partes, mas abandonou o projeto para dirigir “Superman – O Retorno” (2006) e foi substituído por Brett Ratner (da trilogia “A Hora do Rush”). Foram dois desastres: Singer fez o fraco retorno do Superman e Ratner cometeu aquele “massacre de mutantes”… Graças à popularidade de Wolverine, a franquia continuou com o péssimo “X-Men Origens: Wolverine” (2009), seguido do ótimo “X-Men: Primeira Classe” (2011) e do razoável “Wolverine: Imortal” (2013). “X-Men – Dias de um Futuro Esquecido” (X-Men – Days of Future Past, 2014) tem novamente Singer na direção.
O novo filme começa mostrando um futuro aterrador, onde os robôs gigantes conhecidos como Sentinelas caçam os mutantes. São Sentinelas de última geração, que se adaptam aos poderes dos mutantes, e se voltaram contra a raça humana também. Os X-Men sobreviventes são o Professor X (Patrick Stewart), Magneto (Ian McKellen), Wolverine (Hugh Jackman), Tempestade (Halle Berry), Homem de Gelo (Shawn Ashmore), Kitty Pryde (Ellen Page), Colossus (Daniel Cudmore), Apache (Booboo Stewart), Bishop (Omar Sy), Mancha Solar (Adan Canto) e Blink (Bingbing Fan). O grupo planeja mudar o passado, pois Kitty Pryde pode enviar a mente de um deles para o seu “eu” mais jovem em 1973, quando os Sentinelas foram criados. Assim, Wolverine acorda em plena década de 1970, no seu corpo daquela época, com a missão de impedir que o Dr. Bolivar Trask (Peter Dinklage) seja assassinado por Mística (Jennifer Lawrence). Ao matar o criador dos Sentinelas, Mística foi capturada e teve seus poderes estudados, dando origem aos Sentinelas do futuro. Para impedir isso, Wolverine precisa da ajuda dos jovens Professor X (James McAvoy), Magneto (Michael Fassbender) e Fera (Nicholas Hoult).
O ótimo roteiro de Simon Kinberg, desenvolvido a partir de uma história criada por ele juntamente com Matthew Vaughn e Jane Goldman, é vagamente baseado na clássica HQ “Dias de Um Futuro Esquecido”. Essa história foi originalmente publicada nas revistas “Uncanny X-Men” 141 e 142 (publicadas no Brasil pela primeira vez em 1986, nas revistas “Superaventuras Marvel” 45 e 46), que foram escritas por Chris Claremont e desenhadas por John Byrne. Falando nisso, o filme conta com aparições de Chris Claremont, que escreveu muitas histórias dos X-Men, e de Len Wein, o criador do Wolverine. As batalhas dos X-Men do futuro contra os sentinelas são incríveis e finalmente vemos o Homem de Gelo utilizando sua famosa rampa de gelo, que sempre apareceu nas HQs. Também é ótimo ver o jovem Peter Maximoff (Evan Peters) – que nos quadrinhos se chama Pietro Maximoff (o Mercúrio) – em ação, na fantástica sequência em que ele ajuda a libertar Magneto da prisão. É claro que há situações inexplicadas no filme, como o retorno do Professor X, que morreu em “X-Men 3” (sua volta é “mais ou menos” explicada na cena extra do filme de 2006), os novos poderes de Kitty Pryde, e o novo Dr. Bolivar Trask, já que Bill Duke o interpretou em “X-Men 3”. Nada que comprometa gravemente o resultado final, que é espetacular. O melhor filme dos X-Men produzido até o momento, com muita ação, ótimo desenvolvimento dos personagens, boas atuações tanto do elenco veterano quanto dos mais novatos, e um pouco de bom humor. Em tempo: após os créditos finais, há uma cena extra relacionada ao próximo filme dos X-Men.