Tivemos o privilégio de participar da cabine de Vingadores 2: A Era de Ultron.
A ideia dessa continuação do primeiro Vingadores é centrada numa criação de Tony Stark (Robert Downey Jr.) e Dr. Banner (Mark Ruffalo), um programa de pacificação mundial. Entretanto, o programa acaba estruturando sua própria identidade e se tornando o terrível Ultron, que será enfrentado prontamente por todos os Vingadores.
Após ver tantos filmes de super-heróis, já costumo ir para o cinema com uma expectativa “padrão” de que o filme não terá uma história muito complexa, mas terá boas cenas de ação e efeitos especiais. E fui muito bem surpreendido nos três quesitos.
Para tirar o mais óbvio do caminho, os efeitos especiais estão incríveis, seguindo muito bem as tendências de evolução técnica e deixando poucos rastros da edição e pós-produção. Obviamente, em algumas cenas com muita movimentação, tudo acaba ficando um pouco embaçado, mas a maneira na qual cada uma delas foi estruturada dá pausas de alguns segundos que fazem com que o público possa saber o que está acontecendo, quem bateu em quem, quem atirou ou usou algo. Estão de parabéns nisso, já que essa confusão de imagens foi uma das minhas maiores críticas aos últimos filmes da série Transformers.
Já que mencionei Transformers, um dos poucos pontos que realmente não gostei foi a pouca criatividade na apresentação visual do Ultron, que parece muito um Decepticon genérico, até os olhos dele são muito parecidos com os do Megatron ou até o General Grievous do Star Wars ep III. Outro ponto que achei estranho e não condizente com a personagem, foi o uniforme estilo TRON Legacy da Viúva Negra que a ilumina com faixas azuis de neon e não seria nunca a escolha de uma assassina profissional.
Unindo forças com os efeitos especiais, a fotografia de Vingadores 2 está muito mais agradável do que eu esperava. Ainda existem cenas na cidade e dentro da torre dos vingadores que estão tão legais quanto no primeiro filme, mas em um certo ponto da trama a localização muda completamente. Por questão dessa mudança, passamos a ver cidades menores, campos e montanhas que são colocadas em momentos adequados na qual até a suposta tranquilidade do ambiente se encaixa na história e casa bem com o que está acontecendo.
Isso fica bem claro num momento em que está acontecendo uma batalha, com toda a ação que ela exige, mas a câmera dá um “Zoom-Out” e é possível perceber o quão localizado tudo aquilo é, algo que nunca foi feito na batalha de Nova York do primeiro filme.
Agora, considerando que está tudo muito bem visualmente, quero falar um pouco das lutas, combates e tudo mais. Quem me conhece sabe que eu tenho uma palavra para quando algo é muito bom… Achei INSANAS todas essas cenas.
Como no primeiro filme, Vingadores 2 dá uma chance e um destaque a cada um dos membros da equipe. Todos os heróis podem mostrar seus poderes e habilidades, o que seria apenas mais do mesmo do primeiro caso o roteiro não fosse trabalhado considerando que eles aprendem com os fatos mostrados não só no longa com todos unidos, mas também nos seus filmes individuais. Um ataque em particular, feito pelo Capitão América e Thor, mostra essa “evolução” e como uma cena icônica pode gerar outra, tão divertida quanto.
No entanto, se estamos falando de cenas de ação, não podemos deixar de ativar o Código Verde e deixar o Hulk livre. Algo que eu não esperava, tendo assistido o trailer e visto o gigante esmeralda brigando com o Homem de Ferro em sua Hulk-Buster, era o quanto essa cena poderia ser épica e bem coordenada. Desde o primeiro filme solo do Hulk, eu queria ver aquela besta completamente desenfreada e agora eles me deram isso com maestria. O mais interessante é que tudo é justificado pelo roteiro.
As outras cenas são quase tão boas e fazem as mais de duas horas de filme passarem tranquilamente. É obvio que pudemos ver alguns erros de continuidade, mas imagino a quantidade de horas de filmagem e edição que tiveram de ser feitas e isso torna esses pequenos erros desprezíveis. Obviamente elas são o ponto forte de Vingadores 2.
E, por fim, mas não menos importante, veio a parte que mais me chamou a atenção nesse filme, por ser algo completamente inesperado. Obviamente eu achei que seria um roteiro relativamente raso, com história e personagens pouco profundos em comparação com o que pode ser construído em centenas de edições de quadrinhos. Em boa parte isso até que é a realidade e dar profundidade é a função mais dos filmes solo de cada herói do que da saga Vingadores, o vilão Ultron, mesmo com sua pouca criatividade visual, foi estruturado de forma gradativa e elaborada, muito melhor do que muitos filmes de inteligências artificiais, nos quais a máquina se torna algo próximo ao humano em poucas linhas de texto.
A motivação de Ultron vai se estruturando conforme a trama de Vingadores 2 é desenrolada e no fim você saí acreditando que faz todo sentido ele ter chego às conclusões que chegou. Além da relação que ele mostra por estar conectado à internet e aprender através dela, principalmente quando ele cita o Pinóquio de maneira extremamente sutil.
Os outros heróis vão sendo sendo levemente aprofundados, até mesmo a Feiticeira Escarlate e o Mercúrio, já mostrados no primeiro filme. Ambos construídos de forma diferente do que vimos no último filme dos X-Men, mesmo com uma cena do Mercúrio que ficou muito parecida, mas acho que é a forma mais eficiente de mostrar o efeito da sua super-velocidade. Não afetou a qualidade geral. E ainda estou esperando uma melhor elaboração sobre o que são as joias e a manopla do infinito.
Em resumo, achei Vingadores 2: A Era de Ultron fantástico e vale muito a pena ser curtido nos cinemas, mas como comentei no meu review de Velozes e Furiosos 7, o efeito 3D é completamente descartável e não veria necessidade de gastar mais com isso se não fosse pela qualidade de áudio dessas salas.
Curtam o trailer e nos vemos em breve nos cinemas, pois quero assistir mais uma vez!
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