Nunca havia jogado Trials, não é um estilo de jogo que me atrai, mas Trials of the Blood Dragon caiu na minha mão, então vamos às minhas impressões sobre esta nova edição da série.
Blood Dragon identifica uma roupagem anos 80 inicialmente criada para o jogo Far Cry 3 e vendido como uma expansão, mas que não necessitava que o jogador tivesse o Far Cry 3.
Nesta expansão, você controla o Sargento Rex Colt em uma missão em uma ilha isolada para investigar, derrotar os inimigos e conquistar a garota, no melhor estilo cinema dos anos 1980.
Em Trials of the Blood Dragon, você continuará a história de Far Cry 3: Blood Dragon, 12 anos após os eventos de Far Cry 3: Blood Dragon, e agora na pele dos filhos de Rex, que assim como o pai sofreram modificações cybernéticas e são agentes do governo para combater os comunistas neste mundo retro-futurista maluco.
Primeiro ponto a reparar é o estilo visual do jogo, roupas, o excesso de cores, as luzes neon e muita estática nas transmissões VHS. É um estilo agradável e divertido, que complementa o tom jocoso pretendido pela Ubisoft para este título.
A proposta é homenagear e referenciar de forma bastante explícita os filmes do final dos anos 80 e início dos anos 90 e ela é cumprida perfeitamente quando acompanhamos a estória de Slayter e Roxanne, para auxiliar o exército em missões de alta periculosidade enquanto buscam entender o que aconteceu com seus pais.
As missões do jogo utilizam como pano de fundo um filme ou estilo de filme, por exemplo, Indiana Jones, filmes de brucutu militares como Rambo e Comando para Matar até mesmo Godzilla e Power Rangers.
O menu do jogo é o quarto dos irmãos, você pode mudar a música do menu diretamente no rádio (músicas eletrônicas muito legais), pode ver as roupas disponíveis no armário (só libera a troca após finalizar o jogo pela primeira vez), acessar os rankings através do computador e o principal: acessar as missões selecionando um dos diversos posters de filme colados nas paredes.
Toda essa roupagem é muito divertida e interessante, mas se você tiver entre 15 e 23 anos pode não entender diversas dessas referências. Independentemente, o jogo tem outros méritos que permitem que seja aproveitado por diversos públicos.
Você inicia o jogo com fases bastante simples, praticamente um tutorial, que permitirá entender os controles, mas não se anime, pois a curva de dificuldade sobe bastante rápido.
Particularmente não gostei muito da física do jogo, me parece que o personagem e a motocicleta não tem peso, por exemplo, é extremamente fácil empinar a moto. Seria compreensível se fosse perceptível a potência do veículo. Outro problema é que a moto quica no chão, parece que os pneus de borracha são molas.
Este problema é acentuado quando você encara pistas com obstáculos extremos, como gangorras em ‘S’.
Se, como eu, você se irrita facilmente com desafios desequilibrados ou insensatos, tenha paciência com Trials of the Blood Dragon, pois nas três horas de jogo até finalizá-lo, passei pelo menos 1 hora e meia irritado e tendo que repetir as pistas.
Os estágios mais irritantes foram os baseados no espaço, que precisava controlar um jet pack. A física estranha do jogo fica ainda mais estranha nestas fases.
Apesar de toda irritação e frustração, havia duas coisas que me divertiram bastante e adoraria ver um jogo apens com estas duas partes: animações e fases sem veículo!
Entre as fases havia alguns diálogos entre os garotos e o general, mas entre os blocos de estágios (identificados pelos posters) eram preenchidos por animações muito divertidas e exageradas, que faziam avançar o plot do jogo e permitiam que eu me aproximasse dos personagens.
Não espere uma estória criativa ou genial, pois é uma colagem de ideias de filmes e séries, mas é tão bem feito que isso não é demérito.
As fases sem veículos são como os antigos jogos de plataforma, ao estilo Contra ou Mega Man, onde o personagem deve chegar ao final da fase, derrotando os inimigos, resolver alguns quebra-cabeças simples e em alguns, derrotar um chefe.
Essas fases eram um belo refresco entre as diversas fases de moto, mas para quem espera que o jogo seja apenas ao estilo Trials Fusion, talvez seja um problema.
Trials of the Blood Dragon é um jogo divertido e desafiador, pode ser finalizado rapidamente e permite um alto nível de replay, pois o jogador pode melhorar seu tempo e finalizar as fases sem nenhuma queda, por exemplo. Está disponível para XBox One, PlayStation 4 e PC.