The First Berserker: Khazan é um projeto que esteve no radar de muitos desde que foi anuniado. Tivemos a oportunidade de jogar uma prévia do game no ano passado, que foi bem divertida, e agora, finalmente, trazemos nossa análise da versão final para vocês.
Agradeço a Nexon/Neople pelo acesso antecipado e confiança em nossa trabalho e, isto dito, será que esse jogo faz juz ao gênero Souls like e a tudo que ele propõe? Vamos lá.
A história
Quando começamos nossa jornada, nos deparamos com o General Khazan, o nosso protagonista, preso após ter sido acusado de traição por seu imperador, devido a crimes até então não mencionados, ao menos nesse início de história.
O personagem foi bastante torturado e está à beira da morte, quando o Blade Phantom, uma entidade sem forma que vaga por aquele mundo, o encontra e vê uma oportunidade de usá-lo como receptáculo para fins inicialmente não revelados.
Após dar cabo dos soldados que levavam Khazan, o espectro entra em seu corpo e a partir daí nosso gameplay começa.
Passados os primeiros desafios, Khazan confronta Blade Phantom em uma batalha árdua e, no fim, decide poupá-lo e usar seus poderes em busca de vingança contra aqueles que o condenaram.
É nesse ponto que o espectro revela a Khazan que também possui um objetivo, dado a ele por Charon, guardião do Submundo.
Ele explica que a ordem no submundo foi afetada e precisava de um receptáculo humano e forte para que pudesse investigar a causa de tudo isso.
Sendo assim, ambos firmam um acordo que será benéfico para as duas partes, pois enquanto Khazan vai atrás de respostas sobre sua condenação e busca vingança, o espectro precisa descobrir o motivo da inconstância no submundo, que inclusive está afetando outros reinos.
Todo esse plot é um bom pontapé inicial que me deixou intrigado para entender o que aconteceu com Khazan, porque ele foi acusado de traição e quem, ou o que, está causando essa desordem no submundo.
Através da fenda, que é um local existente entre o submundo e o reino dos humanos, transitamos entre o mundo dos vivos e o submundo, vislumbrando diferentes cenários, inimigos e chefes insanos.
À medida que avançamos, novos personagens são adicionados para nos ajudar na jornada e explicar certos pontos do enredo que esclarecem porque o General Khazan foi traído e quem está por trás disso, e é interessante ver a dinâmica entre ele o espectro da espada no decorrer das missões.
A história, apesar de bem simples e direto ao ponto, traz algumas reviravoltas bem interessantes à medida que avançamos.
Como funciona o Gameplay
Agora vamos focar no ponto mais importante e atrativo desse jogo: O GAMEPLAY.
Se você gosta de jogos souls like como Dark Souls, Elden Ring, entre outros, The First Berserker: Khazan será bem familiar não só pelos elementos presentes na jogabilidade, mas também por sua dificuldade, que falaremos mais adiante.
Khazan pode correr, se esquivar, usar ataques fracos, fortes, defender, usar o parry, ferramenta extremamente importante aqui, e utilizar ataques especiais, adquiridos em sua árvore de habilidades, consumindo espírito.
A jogabilidade flui muito bem e os controles são bem responsivos, principalmente durante o combate.
E como já era de se esperar, principalmente em um jogo desse gênero, nós temos à disposição a famosa barra de stamina, ou energia, que precisa ser muito bem administrada.
Quaisquer ações de Khazan consomem energia, principalmente ao golpear, defender e se esquivar de ataques.
Então, quando o bicho pega, além de ficar atento ao que o inimigo faz, seus movimentos e ataques, é necessário prestar muita atenção nessa barra.
Ela pode acabar naturalmente quando atacamos sem parar e dessa forma basta esperar um pouco pra que ela seja restaurada.
Mas essa barra também sustenta a nossa postura em defesa, que pode ser quebrada quando a energia acaba, deixando Khazan vulnerável a ataques.
Durante a minha jogatina, foram vários os momentos que me vi em situações críticas graças a administração da energia, pois grande parte dos inimigos são bem fortes, salvo algumas exceções, principalmente em grupo.
Não posso esquecer de citar a mecânica de contra-ataque existente em Khazan, tão importante quanto o parry, mas que causa um dano ainda maior ao HP dos inimigos e sua energia.
Certos inimigos possuem um ataque, digamos, indefensável por meios convencionais, no entanto, nosso protagonista tem uma habilidade chamada contra ataque, usando os botões L1 + O no Playstation, que embora seja muito arriscado, a recompensa é ainda maior.
O dano causado a barra de vida dos inimigos e sua postura, podem ser cruciais para uma batalha, então recomendo masteriza-lo desde o início.
Outro ponto importante são os tipos de armas disponíveis para o nosso protagonista. Temos três tipos no total: Lâminas duplas, espada longa e lança.
Cada uma possui suas vantagens, desvantagens e árvores de habilidade.
Em um missão específica, logo no início da jornada, seremos apresentados a todas elas e cabe a nós, jogadores, decidir qual melhor se encaixa em nosso estilo de gameplay.
No meu caso, assim como na preview, investi 100% na lança, que gostei bastante. No entanto, um ponto legal é que o jogo nos dá a possibilidade de, caso necessário, resgatar pontos de habilidade e atributos para focar em uma outra arma. Falaremos disso mais adiante.
A construção dos cenários também é um ponto bem importante quando falamos do gameplay de Khazan, pois temos desde áreas abertas, que facilitam a nossa movimentação, até corredores mega fechados, que mudam bastante a dinâmica do combate, dificultando ainda mais.
Foram muitas as vezes que, em lugares mais estreitos, passei sufoco contra os inimigos e me frustrei bastante também, pois a câmera em locais assim, fica bem ruim de controlar para focar no inimigo. Ainda mais quando nos deparamos com aqueles que são bem ágeis.
Os pontos de salvamento também estão presentes aqui, chamados de Blade Nexus, que funcionam como um bonfire de Darksouls.
Nele nós podemos descansar, recuperar nossas poções fixas de cura, evoluir nosso personagem e alternar entre os espectros do Blade Phantom que nos dão vantagens no combate.
Este último, inclusive, foi uma adição bem legal, pois temos vários tipos de espíritos que concedem atributos diferentes, seja aumentar a porcentagem do nosso dano, aumentar a taxa de recuperação de energia, entre outros.
É muito importante explorar cada um dos cenários em busca dos itens usados para desbloqueá-los.
Por fim, mas não menos importante, um pouco mais a frente na história, Khazan consegue a sua forma fantasma. Basicamente, essa transformação traz um leve boost nos ataques do protagonista, além de mantê-lo vivo por mais tempo.
Confesso que durante a minha experiência, embora essa transformação tenha me salvado em diversas situações, não senti um ganho tão considerável assim nas batalhas, principalmente no dano que causamos.
Além disso, quando somos alvejados pelos inimigos, a nossa barra de espírito é consumida ainda mais rápido e, quando termina, voltamos ao normal. Após o lançamento, acho que cabe um ajuste no uso dessa forma fantasma em termos de dano.
O sistema de evolução de Khazan
Ao derrotar inimigos recebemos pontos chamados de Lacrima, usados para evoluir os atributos físicos do nosso personagem.
Os estatus de Khazan variam entre Vitalidade, Resiliência, Força, Determinação e Proficiência.
Cada um atende a um requisito específico do nosso personagem, aumentando sua vida, poder de ataque, quantidade de energia, gasto dessa energia na defesa, na esquiva, resistência a atributos como fogo, água, raio, caos, praga, entre outros.
Pode parecer complexo no início, mas com o passar do tempo, entendemos melhor essa dinâmica e quais atributos focar, principalmente com base no tipo de arma/build que preferimos.
Inclusive, fique atento ao tipo de arma que utiliza, as três que citei anteriormente, pois cada uma possui um certo tipo de atributo que, quando upado, escala de forma mais eficaz seu dano, aumentando seu desempenho em batalha.
Caso não goste do rumo que sua evolução está tomando, o jogo nos permite resetar nossos pontos de lacrima gastos e distribuí-los novamente, através de um item único encontrado em um certo mercador que aparece vez ou outra nos cenários.
Outro ponto crucial para nossa evolução é o uso do ferreiro, que encontramos nas primeiras missões.
Nele podemos gerar equipamentos individuais, conjuntos completos e desmontar itens do nosso inventário para conseguir materiais para crafting.
Durante toda a jornada encontramos diferentes esquemas de armadura que, quando entregues ao ferreiro, ficam disponíveis para construção.
Além disso, nós temos as chamadas gemas espectrais, que são cristais encontrados em cada fase que, quando destruídos, podemos usá-las em um NPC específico para aumentar a porcentagem do nosso ganho de lacrima ou recuperação de vida.
Inimigos e a dificuldade
Enquanto no beta de The First Berserker: Khazan tivemos acesso apenas a 3 áreas distintas, na versão final temos um total de 16 missões principais, fora as secundárias.
Cada uma tem diferentes tipos de inimigos, alguns sub chefes, ou inimigos de elite, e um chefe final, que olha, vai fazer você arrancar os cabelos, assim como eu.
Alguns adversários menores são bem tranquilos de derrotar, embora não seja recomendado baixar demais a guarda. Em algumas situações acabei sofrendo bastante e morri em várias ocasiões, quando estes vieram em grupos.
Os inimigos de elite, encontrados em menor quantidade mas em pontos específicos de cada fase, podem ser bem complicados sem a atenção devida.
Em missões mais avançadas, por exemplo, alguns possuem um barra de energia que serve como uma espécie de armadura, ou seja, eles não ficam atordoados com nossos ataques, aumentando ainda mais a dificuldade.
Já os chefes de cada um destes cenários, nossa, já deixo avisado: se preparem para muitos momentos de rage absoluto.
Sem exagero, em alguns desses chefes eu levei de 2 a 3 horas para conseguir passar. Os que foram mais “tranquilos”, levei em torno de 40 minutos a 1 hora, fora os 3 primeiros, que já estava bem acostumado graças ao teste que participamos no ano passado.
O desafio entregue em The First Berserker: Khazan é gostoso e nos incentiva a seguir adiante para justamente sobrepujar cada um deles, mas, sinceramente, achei o nível de dificuldade bem exagerado nos principais chefes.
Digo isso não só pelos recursos que cada um usa em combate, mas principalmente do lado de nosso personagem.
Na build que usei, totalmente focado na lança, o dano causado nos chefes não é tão satisfatório, por mais que aumentemos o level do nosso personagem.
O intuito dos produtores, ao meu ver, foi fazer com que os jogadores fizessem mais uso de recursos como a esquiva e o parry durante as lutas, que são duas mecânicas primordiais aqui, mas sinto que erram um pouco a mão nesse sentido.
Felizmente, caso você esteja sofrendo bastante, o jogo dá a opção para jogar na dificuldade Easy.
No entanto, caso você comece o jogo no Normal e opte pelo Fácil mais para frente, não será possível voltar para a outra dificuldade novamente. Ou seja, é necessário começar um jogo novo no Easy, o que não achei legal também.
Contudo, embora tenha sofrido bastante e inúmeras vezes, assim como acontece com qualquer jogo souls, a sensação de conquista ao vencer esses desafios é sem igual.
Equipamentos, árvores de habilidades e consumíveis
Agora falando sobre o equipamento do nosso personagem, nós conseguimos várias partes de armadura que nos concedem boost em nossos atributos, seja ataque, defesa, stamina, entre outros.
O conjunto do Khazan consiste em elmo, luva, bota, armadura, cinto, colar e anel, além de, é claro, sua arma principal.
Obviamente, ao derrotar inimigos mais fortes conseguimos recompensas melhores, então é sempre importante ficar atento ao inventário para equipar novos itens.
Os drops existem aos montes, mesmo derrotando inimigos menores, garantindo uma enxurrada de equipamentos para venda, desmonte e crafting, que falaremos logo mais.
Como mencionei anteriormente, temos três tipos de armas principais para nosso personagem e cada uma possui uma árvore de habilidade.
A lança foi a arma que mais me agradou durante minha run, então acabei investido a grande maioria dos meus pontos de habilidade na mesma.
É importante analisar os recursos de cada arma, que tem ramificações próprias, pois elas concedem não só habilidades de combate, para causar mais dano aos inimigos, mas também skills passivas que auxiliam na administração da nossa energia.
Cada poder do Khazan consome espírito, mostrados no formato de pequenos losangos que ficam acima da barra de vida do personagem. Recomendo avaliar bem os recursos que farmam essa energia, pois ela é crucial nos embates maiores.
A build que montei com minha lança, por exemplo, tem grande foco em minar energia do oponente, fazendo com que ele entre em estado de fadiga mais rapidamente, ativando o ataque brutal do Khazan, que causa bastante dano.
O legal é que o jogo nos dá a possibilidade de recuperar os pontos gastos para serem usados em outras habilidades sem custo algum. Dessa forma, caso você invista na espada pesada e queira trocar para outra, basta retirar os pontos usados nela e resetar seus pontos de lacrima, como expliquei anteriormente.
Voltando para o nosso inventário, logo abaixo do equipamento temos alguns atalhos para os consumíveis do jogo, que também conseguimos ao explorar cada mapa e derrotar inimigos.
A quantidade existente aqui é bem satisfatória e estes itens variam entre antídotos para efeitos como fogo, caos, veneno, água, raio, etc, até outros que nos concedem lacrima, ao mesmo tempo que recuperam vida.
Recomendo investir um tempo analisando cada item e seu efeito, pois muitos ali são bem úteis contra os inimigos normais e podem ajudar, de certa forma, contra os chefes.
Para fechar, nós também coletamos ouro durante a jornada, que pode ser usado em mercadores na compra desses consumíveis e para outras atividades envolvendo o aprimoramento de nosso equipamento.
A importância das missões secundárias
Temos 16 missões principais, como eu disse antes, no entanto, se somarmos a quantidade de missões secundárias existentes, esse número passa de 30 facilmente.
Cada missão secundária traz um complemento para a história que está sendo contada, onde ajudamos um npc que foi resgatado, recuperamos algum item perdido ou erradicamos uma ameaça para os povos que ali vivem.
Ao final dessas missões também temos um chefe a ser superado e esse é um ponto que não me agradou tanto, pois essas lutas são, basicamente, um rematch contra chefes principais que já derrotamos, com nomes de outros personagens.
Então, por exemplo, se você derrotou um chefe extremamente cabuloso no caminho principal, espere encontrá-lo novamente nas secundárias.
O comum, nesses casos, é que estes inimigos ficassem mais fáceis, já que os enfrentamos uma vez e nosso personagem evoluiu, mas não, conforme o nível da missão secundária, eles estarão igualmente poderosos.
Senti que faltou criatividade dos desenvolvedores, pois poderiam sim ter criado chefes únicos para essas missões.
Agora a pergunta, por que é importante fazê-las? Salvo o ferreiro, que encontramos nas primeiras missões principais, temos um recurso crucial para a nossa jornada que só pode ser desbloqueada através das quests paralelas, que é o recurso de aprimoramento e troca de atributos das armas.
Em um dado momento, um dos NPCs presentes na fenda irá nos contar sobre um item perdido e que será benéfico para nós, jogadores, daí essa missão será ativada.
Sendo assim, nem preciso mencionar a importância desse recurso para fortalecer o Khazan nas batalhas seguintes.
Além de que, elas são mega importantes para upar nosso personagem, já que nem sempre estamos no level recomendado para as quests principais, e encontrar itens raros e únicos.
Por mais que possa parecer maçante inicialmente, as fases destes objetivos paralelos, ao menos, são bem menores que as principais. Recomendo investir um tempo nisso.
Temos bugs?
Felizmente não encontrei nenhum bug grave que comprometeu a minha experiência. Por ser tratar de um jogo mais linear, com algumas pequenas áreas para explorar em cada fase, o mesmo está muito bem polido.
O único ponto, que ocorreu apenas uma vez durante todo meu tempo com o jogo, foi aplicativo do jogo fechar do nada no Playstation 5, mas só.
The First Berserker: Khazan Vale a Pena?
The First Berserker: Khazan já havia chamado minha atenção desde seu anúncio e em todos os materiais de divulgação que publicaram logo depois.
Quando fomos convidados para jogar o preview do game, fiquei ainda mais empolgado.
Agora, na versão final, embora tenha passado muita raiva, principalmente nos chefes, algo que faz parte em jogos desse tipo de jogo, digo com convicção que é um game muito gostoso e divertido de jogar, mas é preciso paciência.
A dificuldade, na minha visão, será o fator determinante para as pessoas investirem ou não em The First Berserker: Khazan.
Se você é um grande fã de jogos souls like e se aventurou em obras como Demon Souls, Dark Souls, Sekiro, Elden Ring, entre outros, tenho certeza que vai adorar.
Para os que não estão acostumados com o gênero, ainda assim recomendo dar uma chance, até porque foi implementada a dificuldade Fácil justamente pensando nesse público.
The First Berserker: Khazan será lançado no dia 27 de Março para Playstation 5, Xbox Series X|S e PC.
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