Mergulhei de cabeça jogando Song of the Deep no XBox One
Lançado em Julho desse ano, Song of the Deep pega algumas coisas que já conhecemos e dá uma alterada, dando o sabor de novidade.
Começando pela estória, temos o bom e velho padrão conto de fadas. Uma menina é filha de um pescador que mal consegue pagar as contas, mas anima todas as noites com histórias fantásticas de suas viagens. Todos os dias o pescador costuma voltar na mesma hora, até o dia em que desaparece. Após esperar pelo pai, Merryn, protagonista de 12 anos de idade, decide ir procurá-lo. Para isso, termina de construir seu submarino e se lança ao mar, começando sua aventura.
Como é meu costume, por mais simples que seja, gosto de dar uma atenção para o roteiro do jogo. Neste não foi diferente. Todo esse enredo, contado por imagens, coloridas como se fosse uma aquarela, lembra muito um livro infantil, daqueles que se abre e as páginas se levantam. Tal efeito me cativou e me animou sobre o conto de fadas que estava para presenciar. Isso seria suficiente, afinal já acontecera em outros jogos, para me tirar alguns sorrisos satisfeitos, mas então a paulada veio. Começaram a inserir mitologia celta na narrativa, falando dos Fomoriis e outras criaturas que fazem meu sangue circular. Fui instantaneamente fisgado, perdão pelo trocadilho.
Song of the Deep mostrou para que veio. Se apresentou realmente como um ode antigo, compatível com as histórias que o próprio pai contava para Merryn. Com o tempo, ela vai descobrindo mais e mais sobre aquele mundo, tentando encontrar o rastro de seu pai.
Ficaria muito feliz de ter um livro com essa história, colorido e tudo mais, para ler ao pé da cama de meus filhos, quando esses vierem.
Entretanto, nem só de roteiro vive um jogo. As mecânicas são típicas do que chamamos hoje em dia de “metroidvania”. Você explora o mapa, vai ganhando novas habilidades que liberam novas áreas, enquanto recebe informações sobre aquele mundo e sua história. Só que existe uma novidade, grande diferencial do Song of the Deep na minha ótica. Está-se o tempo todo submerso, ou seja, não precisa pular e pode se movimentar livremente em todas as quatro dimensões. A limitação da movimentação é feita com barreiras e correntes marinhas. Existem chaves e torpedos diferentes para vencer as barreiras, o que é muito tranquilo e confortável, mas para atravessar as correntes deve-se utilizar o turbo do veículo.
Esse turbo puxa um dos pontos negativos que percebi. A movimentação do submarino é mais travada do que me agradaria. Em situações de combate e alguns puzzles de velocidade isso fica muito evidente, dando a sensação que que os controles não respondem exatamente como se espera. Uma coisa é a inércia que existe, pensada para o ambiente aquático, mas outra é só você ter isso, seus inimigos se movimentam muito mais rápido e com facilidade ao seu redor. Tal situação não chegou a me inibir de jogar, mas me fez xingar algumas vezes.
Outro ponto, esse positivo, é a habilidade de sair do submarino, após se pegar um certo item. Isso dá uma outra cara para a exploração, já que se pode entrar em lugares bem mais estreitos e a movimentação é muito mais tranquila quando se está nadando, por mais bizarro que isso seja.
Por fim, antes de dar meu parecer final, queria só mencionar a beleza peculiar do jogo. Ele parece um pouco, como falei, um livro pintado com aquarela. Acaba tendo um efeito muito diferente das duas pontas que temos, do pixelado ao 3D. Estranhei no início, pensando se estava mal acabado, mas, com o passar do tempo e vendo alguns outros detalhes, fui me acostumando e percebendo belezas onde elas se omitiam anteriormente.
Gostei muito do jogo e Song of the Deep vale a pena ser experimentado por aqueles que apreciam o gênero ou esse tipo de narrativa, já que existe a dificuldade fácil para poder passar pelos combates sem esforço.
Deixo aqui um abraço molhado para vocês e a Meia-Live que fiz desse jogo. É longa, joguei por mais de duas horas, mas falamos de coisas muito interessantes nesse ínterim.
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