“Robocop – O Policial do Futuro” (1987), dirigido por Paul Verhoeven, é um indiscutível clássico da ficção científica no cinema. O policial “meio homem, meio máquina, um tira total” também estrelou os filmes “Robocop 2” (1990) e “Robocop 3” (1993), além de uma série de TV (1994-1995), um desenho animado (1998-1999) e uma minissérie também produzida para TV (2000). Depois de 14 anos “esquecido”, coube ao diretor brasileiro José Padilha (de “Tropa de Elite 1 e 2”) trazer Robocop de volta ao cinema. A história teve várias mudanças em comparação ao original: na Detroit de 2028, o policial Alex Murphy (Joel Kinnaman) é gravemente ferido em uma explosão causada por uma bomba colocada em seu carro. Para salvá-lo, sua esposa, Clara Murphy (Abbie Cornish), aceita que ele participe de um projeto da empresa OmniCorp que o transformará em um ciborgue.
O presidente da OmniCorp, Raymond Sellars (Michael Keaton), financia o projeto com o objetivo de derrubar uma lei que proíbe o uso de robôs em solo americano. Robocop seria um robô com um homem em seu interior, com sentimentos, ao contrário dos modelos ED-209 e EM-208 (soldados robôs em forma humanóide). O dr. Dennett Norton (Gary Oldman), especialista na utilização de membros robóticos em pessoas, é convencido por Raymond a criar o Robocop. No início, Murphy abomina sua situação, mas aos poucos se acostuma com o novo corpo metálico e é testado por Mattox (Jackie Earle Haley) para ver se o fator humano o torna melhor do que os modelos EM-208. Falhando no início, ele recebe uma pequena modificação do dr. Norton, fazendo com que a “máquina” assuma o comando quando Robocop está em modo de combate, mas pareça que Murphy é quem toma as decisões. Assim Robocop entra em ação e torna-se o herói da cidade, tendo que desvendar sua própria “morte”, além de enfrentar outros desafios com a ajuda de seu parceiro Jack Lewis (Michael K. Williams).
O novo Robocop tem ótimas cenas de ação, mas um de seus principais trunfos é mostrar o relacionamento de Murphy com sua esposa e seu filho. A relação dele com o dr. Norton também tem bastante destaque, pois o cientista fica dividido entre fazer o que seria certo e seguir as ordens da OmniCorp. No filme original havia a interferência de programas e comerciais de TV, mas desta vez é mostrado apenas o programa apresentado por Pat Novak (Samuel L. Jackson), que discute o uso ou não de robôs nos Estados Unidos. Com ideias filosóficas e políticas incorporadas ao conceito do original, “Robocop” tem algumas excelentes referências ao (violentíssimo) filme de 1987, como o “tema de Robocop” (de Basil Poledouris) que é ouvido no início e em certas partes do longa, além da forma de andar do personagem, inspirada nos movimentos do ator Peter Weller (o Robocop dos dois primeiros filmes). Concluindo, o filme não é um novo clássico, mas é muito bom.
Sem querer ser chato,mas PORRA!SPOILERS MOENDO AI HEIN…