Em 2017 foi lançado Resident Evil 7, que nos trouxe uma proposta diferente de tudo que havíamos presenciado anteriormente, porém com a promessa de retorno as origens, trazendo o sentimento de medo e sobrevivência de seus clássicos.
RE7 cumpriu bem seu papel e, por mais que tenhamos um novo protagonista, o novo jogo foi bem aceito pela comunidade e conquistou seu espaço no coração dos fãs.
Eis que em 2021 recebemos Resident Evil Village, que desde seu anúncio vem causando uma grande comoção na comunidade devido à situações reveladas em seu trailer.
Ethan Winters está de volta em busca de respostas nesta sequência que promete trazer grandes revelações para questões não respondidas no jogo anterior.
Olha… já posso dizer, RE Village vai explodir cabeças!
Uma história intrigante com muitas reviravoltas
Desde que vimos Chris assassinar Mia a sangue frio na frente de Ethan, ficamos malucos e insanamente curiosos para saber por qual motivo um dos grandes heróis da franquia faria algo tão perverso.
O jogo se inicia exatamente neste ponto e, pouco depois, assumimos controle de Ethan que vai em busca de respostas e também de sua filha, Rose, que foi sequestrada após os acontecimentos envolvendo Redfield.
Nosso protagonista se vê em um vilarejo onde coisas estranhas estão acontecendo, monstros sinistros estão causando o terror e dizimando aos poucos todos os habitantes dali.
Mas o que tudo isso tem haver com o sequestro da Rose, o que aconteceu com a Mia, qual o envolvimento da tenebrosa Lady Dimitrescu nessa história?
O que eu posso dizer é que as peças se encaixam, algumas pontas soltas de Resident Evil 7 serão amarradas e teremos alguns fatos reveladores.
Foi simplesmente sensacional desfrutar desta aventura e ver tudo fazendo sentido no final. Claro que com mais perguntas a serem respondidas futuramente, pois sem isso, não seria Resident Evil.
Minha única ressalva acerca da história é o seu desenvolvimento lento nos momentos iniciais até quase metade de jogo, mas nada que fere demais a experiência por conta de outros fatores que falarei a seguir.
Um presente para os fãs de Resident Evil 4
Se tem um coisa que percebemos nos trailers e fica ainda mais evidente ao jogar Resident Evil Village, são as inúmeras referências à Resident Evil 4.
O famoso inventário está de volta, bem similar ao game protagonizado por Leon, e junto a ele nosso TOC de sempre manter os itens muito bem organizados.
Tesouros que brilham em lugares estratégicos do mapa, efeitos sonoros tirados de Resident Evil 4, principalmente do Rifle de longo alcance.
Inclusive, a parte inicial do game irá arrancar sorrisos dos jogadores, pois se assemelha bastante a chegada de Leon no Vilarejo hostil de RE4.
Existem outras referências e easter eggs que com certeza não passarão despercebidos pelos fãs mais ávidos.
Foi uma jogada de mestre trazer elementos de um dos jogos mais populares da franquia.
O mercador está de volta
Mais uma referência marcante de Resident Evil 4 em Village é a adição de Duque, o mercador do jogo.
Com a moeda do game, chamada Lei, que adquirimos ao longo da jornada explorando e matando monstros, podemos comprar os mais diversos itens.
Temos desde munições, armas, aprimoramentos para o protagonista e até mesmo esquemas de crafting para alguns itens do seu arsenal.
Sem dúvida foi uma adição muito bem vinda que lembra um dos jogos mais reverenciados da série.
Gameplay similar a Resident Evil 7 mas com melhorias
Como citei anteriormente, Resident Evil 7 implementou a câmera em primeira pessoa na sua jogabilidade, algo inédito para a franquia.
Em Resident Evil Village, temos de volta essa perspectiva, mas com algumas diferenças notáveis.
Em Village, pude sentir a movimentação de Ethan mais suave, fluida, diferente do aspecto um pouco “pesado” em RE7.
O embate com os inimigos é extremamente divertido, intenso, visceral e temos um baita arsenal a nossa disposição para dar cabo deles.
Não vou estragar as surpresas, mas muitas das armas clássicas de Resident Evil estão presentes.
A exploração é um fator de extrema importância em Resident Evil Village e é algo que será bastante recompensador.
Temos vários tesouros escondidos nos cenários e formas diferentes de acessar locais.
O back tracking se faz necessário, pois em alguns casos é preciso avançar um pouco mais na história, de forma que algum evento ou monstro te dê acesso a um local inexplorado.
Como citei anteriormente, é possível comprar esquemas de crafting no mercador.
Este recurso auxilia de forma primordial o gameplay, principalmente nos momentos em que enfrentamos uma quantidade massiva de inimigos.
É de suma importância possuir meios de craftar balas para suas principais armas ao encarar os perigos de Village.
Inimigos variados, mas nem tanto
Como já foi revelado em trailers, Resident evil Village conta com uma boa variedade de inimigos nos diversos ambientes que frequentamos durante nossa jornada.
Temos desde Licanos, mortos-vivos, entre outras variações destes, assim como alguns não revelados.
Devo dizer que estes não representam uma ameaça muito grande quando confrontados individualmente, porém, quando reunidos em bando, é necessário formular estratégias para combatê-los com o intuito de escapar da morte quase certa.
Os Licanos, mesmo sozinhos, podem ser ameaçadores devido sua agilidade. O combate contra eles é sempre insano.
Village também conta com sub-chefes, além dos chefes padrões que confrontamos para avançar em nossa jornada.
Em minha jogatina, acabei me deparando com um específico que conseguiu ser mais casca grossa que alguns chefes principais do game.
O medo e o terror em Resident Evil Village
Em Resident Evil 7 tivemos o resgate de um elemento importante da franquia, minimizado (ou praticamente inexistente) em alguns dos games mais recentes, que é o medo e o horror.
O sentimento de tensão ao adentrar um local estreito, sem saber o que virá a seguir e sem muitas opções para se esconder ou fugir.
Village traz de volta essa sensação, mas em ocasiões específicas. O novo jogo traz um misto de ação, tensão e medo.
Em apenas um momento do jogo, que não vou citar aqui, senti um medo real do que estava por vir.
Aquele momento que você hesita andar com seu personagem e, no fim, resulta em reunir uma coragem absurda para prosseguir.
Em outras situações, meu maior sentimento foi de tensão devido ao desenrolar dos fatos em nossa aventura e elementos extremamente bem trabalhados como os efeitos sonoros.
Um adendo, se você acha que Ethan sofreu bastante no RE7, espere para ver em Village.
Essa falta de mais momentos que trazem um medo genuíno é um ponto negativo? Depende! Na minha visão, não afetou a experiência como um todo.
Alguns momentos que não me causaram grande impacto, podem sim afetar de uma maneira mais impactante outros jogadores.
Gráficos de saltar os olhos e ambientações diversas
Se tem algo perceptível em Resident Evil Village é sua evolução gráfica.
É notável o salto se comparado a Resident Evil 7. Nas cutscenes, onde a história se desenvolve, é impressionante notar as expressões faciais, movimento e modelagem de cada personagem.
Com a perspectiva em primeira pessoa a imersão é ainda maior, pois nos passa a sensação de que tudo aquilo acontece com nós jogadores, não com o protagonista, principalmente os momentos mais agonizantes de Ethan.
Tal beleza se estende aos ambientes variados que exploramos. Embora a Vila seja o ponto central, a partir dela vamos para inúmeros lugares totalmente diferentes em termos de estrutura.
Tivemos o vislumbre de um deles na Demo, que é o Castelo da tenebrosa Dimitrescu, porém temos muitos outros a serem descobertos.
Cada local possui suas particularidades e perigos, e todos utilizam o poder da RE Engine de uma maneira única.
Mesmo no Playstation 5, RE Village traz problemas de performance
Mesmo com gráficos de ponta na nova geração, Resident Evil Village traz consigo problemas de performance, renderização e texturas.
Em alguns momentos senti uma queda brusca de frames, mesmo no Playstation 5, principalmente com a utilização do Ray Tracing.
Vale destacar que eu não me encontrava em ambientes com um nível de detalhes absurdos quando isso ocorreu.
Em alguns poucos cenários aconteceram problemas de renderização e as texturas de alguns inimigos, em grande parte os Licanos, causa estranheza.
Quando encontramos os Lobisomens, principalmente em cenários com uma maior iluminação, é possível notar falhas em seus pelos e roupas, principalmente nas bordas.
É provável que tenhamos um patch já no lançamento que irá corrigir algumas destas falhas, mas são detalhes que não passam despercebidos.
Uma dublagem impecável
Finalmente temos o primeiro Resident Evil totalmente localizado em português do Brasil e o resultado não poderia ser melhor.
O elenco escolhido para as vozes dos principais personagens se encaixou como uma luva.
A voz de Raphael Rossato (ainda não confirmado, mas sua voz é inconfundível) está incrível em Ethan.
Até mesmo a voz de Chris, que eu estava ansioso para conferir, encaixou muito bem com o personagem.
Mais uma vez o Brasil mostra sua força e talento na dublagem. Torço para que, após Village, mais projetos da Capcom cheguem para nós totalmente localizados.
Uma obra digna de seu nome e com um futuro promissor
Resident Evil Village é um jogo que os fãs precisam experimentar.
Se você gostou de tudo o que foi apresentado em Resident Evil 7, prepare-se para uma jornada ainda mais robusta e cheia de reviravoltas.
Com um gameplay divertidíssimo, gráficos incríveis e uma história que fará os fãs ficarem boquiabertos com as revelações que o enredo nos traz, Resident Evil Village pavimenta uma estrada empolgante para o futuro da série.
Já estou extremamente ansioso para o futuro e garanto que você aí que está lendo agora, irá compartilhar deste mesmo sentimento ao descobrir as surpresas preparadas pela Capcom neste novo jogo.
Resident Evil Village será lançado em 07 de maio para Playstation 5, Xbox Series X|S, Playstation 4, Xbox One e PC.