Olá meus caros,
Tiozinho Nerd trazendo mais um filme para vocês. Mas desta vez não vou falar sobre filmes que revolucionaram de alguma forma a linguagem cinematográfica, como Tubarão ou Blade Runner. Estes são filmes inesquecíveis. Desta vez quero falar de um filme que se quer foi cogitado para listas de “1001 filmes para assistir antes de morrer” ou coisas do gênero.
Quero falar sobre um filme tranqueira, descompromissado, onde nada faz sentido, sem nenhuma ligação com a realidade e que tem como único propósito de sua existência divertir.
Então reduzam o senso critico a 0 e desliguem os seus cérebros, por que hoje vamos falar sobre um caminhoneiro que por puro acaso – ou destino – trombou com um feiticeiro chinês de 2000 anos de idade que estava tentando retomar seu corpo físico e sua juventude sacrificando mulheres de olhos verdes. Tem como ser mais Trash que isso?
- Nome : Os Aventureiros do Bairro Proibido(Big Trouble in Little China)
- Ano: 1986
- Diretor: John Carpenter
- Roteiro: Gary Goldman,David Z. Weinstein
- Elenco: Kurt Russel, Kim Cattrall, Dennis Dun e outros.
O filme começa com o solitário caminhoneiro Jack Burton na estrada despejando filosofia por meio de seu radio, ele esta levando porcos para os restaurantes de Chinatown em São Francisco. Chegando lá fica bebendo e jogando ate o amanhecer. O seu amigo Wang fica lhe devendo dinheiro e Jack não quer deixar o amigo sair sem pagar. Wang então tem que buscar a namorada no aeroporto e “blá blá blá desnecessário”.
A namorada de Wang é bem exótica, pois tem olhos verdes e acidentalmente é seqüestrada por uma gangue chinesa, comuns em Chinatown. Então os heróis partem de caminhão, do aeroporto até o famoso bairro chinês.
Logo eles se vêem presos entre um conflito de gangues e é no meio deste conflito que começa a diversão do filme. As gangues são interrompidas por três criaturas místicas em formato de homens chamados de as Três Tempestades – Trovão, Chuva e Raio. Como “Tempestades” soaria feminino, as maravilhosas empresas de versões brasileiras mudaram para os Três Trovões. Eles são subordinadas ao feiticeiro Lo Pan.
Existe uma coisa muito bem feita neste filme e são estes personagens. Uma coisa que percebi após estudar roteiros é que não existe um bom filme sem um bom antagonista – popularmente conhecido como vilão. O feiticeiro Lo Pan é o principal antagonista, mas ele é horrível. Sua presença não inspira nada, nenhuma emoção no espectador e sua morte chega ser ridícula. Já com as Três Tempestades é diferente, inspiram medo e impotência, principalmente o Raio. O visual deles foi muito bem construído, como podemos ver abaixo.
Voltando à saga de Jack e Wang, eles começam a procurar a namorada de Wang desesperadamente e descobrem que ela será vendida pela gangue que a seqüestrou, mas Lo Pan tinha outros planos para a moça e manda seus subordinados buscá-la.
Muito lenga-lenga acontece até o grande clímax do filme, que é quando os heróis enfrentam e matam os vilões. Uma das coisas mais bem humoradas neste filme é o fato de Jack Burton enfrentar Lo Pan com um borrão de batom na boca, por que obviamente ele beijou a mocinha antes de enfrentar o vilão.
Quero aproveitar este filme para fazermos uma reflexão, perguntem a si mesmos: “Esta é a cara que eu faço quando jogo videogame?”.
Eu me perguntei e decidi que não quero saber a resposta.
Uma grande curiosidade sobre este filme é que em seu roteiro original a história se passa no Velho Oeste em 1880. Foi adaptada para os tempos atuais para concorrer diretamente com um filme de mesma temática que todos conhecemos muito bem: O Rapto do Menino Dourado, que é muito legal e ainda falarei sobre ele aqui.
O filme foi um fracasso de bilheteria, custou US$ 20 milhões e só faturou US$11 milhões. Mas foi um dos maiores sucessos da Era dos videotapes, e da nossa Sessão da Tarde, lógico. Devido às inúmeras criticas controversas, John Carpenter decidiu abandonar Hollywood e voltar a ser um diretor independente.
Então se querem assistir um filme besta, com um roteiro fraco, mas que vai divertir vocês, assistam os Aventureiros do Bairro Proibido. É melhor que os filmes bestas atuais e ainda conta com um toque de saudosismo. Para voltar totalmente à infância, só falta assistir isso comendo um daqueles bolos do lanche da tarde, feitos pelas nossas mães.