Joguei Omensight no Nintendo Switch e curti muito ir e vir por aquele dia.
Omensight foi lançado para Windows e PS4 em maio de 2018, mas sua versão definitiva foi lançada hoje (13 de dezembro), com a inclusão do Nintendo Switch no seu rol de possibilidades. Foi nesse console portátil que tive a oportunidade de experimentar.
O enredo base é interessante e com cara de uma lenda nórdica. O mundo de Urralia está dividido por uma guerra entre os clãs dos animais (ursos, aves, ratos, cães e gatos), culminando na morte da sacerdotisa sem deus, no surgimento de um antigo deus sombrio no formato de uma serpente negra e a destruição inerente de todos os povos.
Para impedir esse apocalipse, surge no último momento o Harbinger (algo como um semi deus e quem o jogador controla) com dois poderes interessantes: o Omensight, um poder de mostrar imagens mentais e convencer imediatamente os outros da verdade, e o de reviver quantas vezes quiser o dia do apocalipse ao lado de um representante de cada clã.
Com isso, dois objetivos são apresentados ao jogador: desvendar o mistério de quem/porque assassinaram a sacerdotisa e impedir o apocalipse.
A mecânica do jogo se apresenta basicamente como um game de ação, mas com o levantamento de pistas para desvendar o mistério. O controle do Harbinger é bem básico, um ataque fraco, um forte, pulos duplos e a capacidade de aprender alguns poderes extras, ganhando experiência e dinheiro com a morte dos inimigos. O dinheiro serve para comprar mais equipamentos, mais vida e mais magias, além de melhorar as habilidades dos representantes de cada clã (controlados pelo computador).
É fluido, na sua normalidade, mas achei que os controles não respondem muito bem o tempo todo. Principalmente quando trocamos de ataques fracos para fortes e vice-versa, mesmo sendo assumido que existem combos a serem feitos. Quem jogou os games da última série Batman irá reconhecer o jeitão do combate, mas provavelmente pensará que é bem mais engessado.
Outra mecânica crucial e interessante para o enredo é a capacidade de refazer o mesmo dia várias vezes, podendo escolher qual clã irá acompanhar e influenciando suas ações. Eu mesmo refiz o dia do clã dos ursos umas 3 vezes no início, variando algumas decisões, antes de passar para o próximo representante. Os desenvolvedores foram legais o suficiente para avisar o jogador quando você não tem mais nada de novo para aprender naquela linha naquele momento, evitando de refazer inutilmente o dia, além de também oferecer que o tempo seja acelerado até os momentos de decisão de um dia que já foi feito, para não ficar repetitivo demais.
Me lembrou muito o meu jogo favorito da série Zelda, Majora’s Mask, por ter essa característica.
Visualmente Omensight é bem bonito, com características bem artísticas e bem cartunescas, sendo muito agradável de olhar. Uma pena só que a câmera na maior parte do tempo fique tão longe do protagonista, impedindo que vejamos bem a sua movimentação, seus combos e seus poderes.
A música também é bem gostosa e não é cansativa, mesmo refazendo o mesmo dia com o mesmo clã, ela tem algumas mudanças que a mantém fresca em nossos ouvidos. A dublagem dos diálogos está apenas “normal”, mesmo em inglês, não se destacando muito por isso.
Por fim, meu parecer foi que Omensight se mostrou uma boa diversão, por não ser um game tão longo e com uma estória bem objetiva. Recomendo para quem gosta de enredos fantasiosos, mas não muito profundos, e para aqueles que gostam de jogos de ação, mesmo com seus probleminhas de combate.
A única coisa que realmente me incomodou foi o tempo de loading. Para um jogo visualmente/mecanicamente simples, a otimização do processamento deixa bem a desejar.
Deixo aqui o trailer do jogo para darem uma olhada. É bem legal, pois você vê 2 versões dos acontecimentos mostrados lado a lado, simulando a capacidade dos jogadores de verem vários pontos de vista do mesmo dia.