O Meia Lua teve a oportunidade de assistir ao filme O Chamado 4: Samara Ressurge. Quer saber o que esperar do filme e se ele ficou assustador? Vem comigo!
Sinopse de O Chamado 4
Pessoas que assistem a um vídeo amaldiçoado subitamente morrem. Essas mortes ocorrem em todo o Japão. Ayaka Ichijo (interpretada por Fuka Koshiba) é uma estudante de pós-graduação extremamente inteligente e com um QI acima de 200. Sua irmã mais nova assiste à um vídeo amaldiçoado por diversão, e então Ayaka Ichijo tenta revelar o mistério que envolve o tal vídeo.
Análise de O Chamado 4 e opinião
“O Chamado 4: Samara Ressurge” (Sadako DX no original), é um filme produzido pela Kodakawa Pictures e trazido para cá pela Paris Filmes. Contando com o talento de Fuka Koshiba (que recebeu um prêmio de atriz revelação) e Hiroyuki Ikeuchi (o principal vilão de O Grande Mestre, 2008) O Chamado 4 traz de volta a lenda da fita amaldiçoada, que como já sabemos é um ticket para uma visita particular da conhecida personagem Samara.
Entretanto, embora cativante, o filme falha em assustar. Em alguns momentos me perguntei se o filme realmente tinha essa intenção.
A antologia O Chamado certamente assustou muitas pessoas nos seus primeiros filmes. Algo que era especialmente desconfortante era a fita em si. Em O Chamado 4 a fita é um adendo, não tem a intenção de criar desconforto ou assustar.
A Fita
Como mencionado anteriormente, a fita, pelo menos nos dois primeiros filmes, era em si desconfortante e assustava pela sua estrutura confusa e desconexa, elementos que são essenciais para um gatilho de medo. Aqui a fita é um acessório.
A fita em O Chamado serve como um elemento de evidência contra a mente altamente racional da protagonista e é isso.
O Time de investigação
O elenco de O Chamado 4 não é ruim: os atores desempenham bem o seu papel. Portanto, se há algo errado é com o roteiro.
Como mencionado na sinopse, o filme tem a proposta de desvendar os mistérios por trás da fita e a equipe que acaba trabalhando para resolver é composta por 3 personagens dignos de live action de um anime de investigação:
Ayaka Ichijo – Interpretada por Fuka Kishiba, Ayaka é uma estudante monstruosamente inteligente (QI 200) e racional e pode muito bem ser entendida como uma releitura do personagem Sherlock Holmes. Ela se torna famosa nas redes sociais por contestar o famoso médium Mestre Kenshin (Hiroyuki Ikeuchi).
Oji Maeda – Interpretado por Kazuma Kawamura, Maeda é um jovem rapaz que se apaixona facilmente por garotas bonitas e pretende seguir uma carreira completamente irrelevante para a trama. Se envolve na trama por ser testemunha de um ataque da Samara.
Bunka – Interpretado por Mario Kuroba, Bunka é um rapaz germofóbico que há 10 anos não sai do interior de seu quarto e se envolve no caso apenas para se livrar do tédio.
Por quê não assusta?
Mesmo com um elenco muito bom, “O Chamado 4” falha em sua principal missão: Assustar.
O filme traz uma trama curiosa e faz uso de artifícios (como um cronometro, no estilo 24 Horas, que aparece no canto da tela quando alguém está amaldiçoado) que nos mantém interessados ou no mínimo curiosos com o desenrolar da trama.
Mesmo fazendo uso de elementos como jumpscares e “fantasmas”, o filme prende mais pelo carisma de seus personagens do que pelo ambiente assustador. As cenas em geral possuem a matiz esverdeada, comum em filmes de terror, o que cria o setting visual, mas os outros elementos vindo da aparência dos personagens, comportamento, áudio e efeitos visuais – que são necessários para criar a atmosfera aterrorizante – não estão presentes de forma coerente com o que se “espera”.
Quando algum “fantasma” aparece, não é suficiente. Veja, quem não está dentro do filme precisa de algum indicativo de que aquele fantasma realmente oferece algum perigo. Dificilmente alguém concluiria “ela está vendo um fantasma, logo ele é perigoso” simplesmente pelo fato de o fantasma estar ali. Como mencionei, talvez funcione com alguém mais supersticioso, no entanto, é importante garantir que a pessoa que está acompanhando do lado de fora tenha evidências do risco. Um fantasma pode ser um presságio (um aviso), um perigo iminente ou realmente uma ameaça letal, mas precisamos de dados para concluir o que a aparição significa e o filme demora muito para explicar isso. Dessa forma ficamos um longo tempo sem entender o que aquilo significa e sem evidências para nos prender na cadeira segurando a respiração, como se fossemos a própria vítima.
Além disso, o filme alivia em diversos momentos com bom humor e a tentativa de falsos sustos a ponto de ficarmos descrentes que a próxima pessoa de branco realmente é a Samara.
O filme é bom ou não?
Veja bem, posso dizer que adorei o filme. Contudo não fiquei na expectativa de uma terrível trama de terror, tais expectativas eram baixas após ver o trailer associando Sadako a um virus (algo que dentro do filme faz total sentido e não é uma tentativa forçada de desconstruir a maldição). Como mencionei, os personagens são carismáticos e a construção do filme tem elementos que no mínimo despertam a curiosidade de saber qual será o desfecho. É interessante como o longa parece ter um charme misterioso.
O Chamado 4: Samara ressurge não é um filme assustador e certamente vai decepcionar quem for ao cinema esperando momentos de pavor, nesse que é um filme despretensioso na intenção de criar tal sensação, mas é hábil em entreter e divertir.
Recomendo para quem gosta de live actions japoneses e estranhamente para quem gosta de tokusatsu (aqueles super hérois como ultraman, Kamen Rider Black, etc.).
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