Sem expectativa ou compromisso inicial, assisti Looper nesse final de semana.
Estava rodando pelo Netfix, como costumo fazer, e acabei me deparando com o filme Looper. Eu havia visto o trailer e pensado que poderia ser interessante, mas, como muitos outros títulos, não chamou demais a atenção e acabei me esquecendo dele.
Entretanto, como não tinha nenhuma outra urgência ou prioridade e como buscava um filme de ação, acabei dando uma chance. Não foi decepcionante, mas também não foi nenhuma maravilha. Acho justa a nota de três estrelas que Looper recebeu no aplicativo.
O filme, com a presença de atores como Bruce Willis (que dispensa apresentações), Joseph Gordon-Levitt (Inception e Batman: The Dark Knight Rises) e Emily Blunt (Edge of Tomorrow e The Devil Wears Prada) e escrito/dirigido por Rian Johnson, conta uma estória bem linear, mesmo não querendo.
Num futuro pouco distante, finalmente inventam a viagem no tempo, mas essa se torna altamente proibida e acaba sendo usada apenas pela máfia. Os criminosos do futuro tem dificuldade de se livrar dos corpos daqueles que precisam matar, então enviam o condenado para o passado, onde ele será morto e descartadado por assassinos contratados chamados de Loopers. O problema começa quando um Looper descobre que a sua “vítima” é ele mesmo, enviado do futuro.
Eu não quero arriscar contar mais do que devo, mas essa é a ideia geral do filme. Logo de cara, lendo a sinopse e vendo que era um filme de ação, achei que seria apenas um tiroteio intenso das duas versões do mesmo personagem, mas o roteirista quis flertar com algo mais profundo.
Isso me animou ligeiramente, mas logo já baixei minha expectativa. Looper acabou se mostrando um filme mais raso do que o diretor gostaria e com menos cenas de ação, já que essas foram substituídas por diálogos pouco significativos.
Acabei achando uma série de furos e contradições que foram minando meu ânimo. Vou falar dos dois principais.
O primeiro deles foi em relação a criação dos paradoxos temporais. Por exemplo, uma pessoa do futuro pode se encontrar com o seu “eu” do passado sem problemas e o mais novo pode matar o mais velho, que é a grande premissa inicial do filme. Já o mais velho, não pode fazer nada com o mais novo, pois isso causaria problemas temporais graves, que não são explicados quais são, apenas mencionados que existiriam.
Até aí, tudo bem, tem muitos filmes que falam disso de maneira parecida ao Looper, mas o problema é que eles deixam claro que o cara do futuro foi gerado considerando que o mais novo conseguiu matar ele, só que, quando ele aparece, o mais velho consegue fujir. Então fica completamente solto se aquilo é uma realidade paralela, se a história está sendo reescrita e o papo do paradoxo é completamente deixado de lado com uma explicação meio “solta” sobre como as memórias do mais velho são reescritas enquanto o mais novo toma suas ações.
Chegamos com isso no segundo furo de Looper. Considerando a explicação acima, tudo que o mais novo presencia deveria ir automaticamente para a memória do mais velho, mas isso é completamente deturpado, ou até ignorado, num certo ponto do filme onde o mais velho acaba matando duas pessoas erradas, por não saber se eram aquela que ele procurava, sendo que o mais novo já sabia há muito tempo quem era o alvo certo.
Fiquei com a impressão que foi algo colocado ali, simplesmente para alongar o filme e tentar dar alguma demonstração da moral/ética do personagem, mas o tiro saiu pela culatra e só se tornou ainda mais sem sentido.
Enfim, acabei esperando demais de Looper, mesmo sem querer, pois comprei a ideia inicial como algo muito bom, mas, tirando esse aspecto, é um filme de ação padrão, com alguns efeitos especiais aqui e ali, uma representação até que boa de um futuro próximo e bons atores conhecidos que não estragaram seus papéis.
No entanto, eu acabei gostando muito do final. Achei corajoso da parte do diretor/roteirista fazer o que fez. Não chamaria de um “plot twist”, já que o filme não tem um enredo tão elaborado assim, mas eles conseguiram fugir bastante do padrão e do senso comum. Ainda mais que na última cena, o personagem mais novo consegue ter uma aprofundada, mesmo que de leve.
Caso estejam curiosos, sugiro assistir Looper num momento que estiverem buscando não pensar muito, desde que não façam como eu e tentem achar um grande sentido naquilo. O filme é divertido e, visualmente, bem agradável, tendo até alguns toques de humor que eu não esperava.
Essa é a beleza de assistir tantos filmes, acabo absorvendo um pouco de tudo.
Deixo aqui meu abraço e o trailer, para ver se animam com ele.
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