Like a Dragon é uma franquia muito conhecida no Japão, mas que não faz tanto sucesso no Ocidente. Isso está começando a mudar com os lançamentos recentes chegando por aqui, como o que iremos mencionar nessa análise!
A Ryu Ga Gotoku nos apresenta Like a Dragon: Ishin, remake de um spin-off da Franquia Like a Dragon, ou Yakuza, como ficou conhecida no ocidente. Lançado originalmente em 2014 somente no Japão para Playstation 3 e 4, o game agora está disponível para nós com essa recriação.
Eu, como grande fã da Franquia, estava muito ansioso para colocar as mãos nesse título. Mas será que valeu a pena a espera? Bom, vamos conferir!
História
Em 1867, um grupo de assassinos samurais invadiram um local para matar um homem chamado “Sakamoto Ryoma”. O líder desse grupo chega ao quarto onde ele estaria hospedado, porém não encontra seu alvo e sim um policial da cidade esperando por ele, que comenta sobre estranhos acontecimentos: o homem que veio para matar “Sakamoto Ryoma” é o verdadeiro Sakamoto Ryoma, procurando assassinar o impostor que está usando o seu nome.
Depois disso, somos levados para um ano antes, em 1866, onde Sakamoto Ryoma retorna ao seu lar, a província de Tosa, após passar um ano estudando esgrima em Edo. Após chegar na cidade, Ryoma se mete em uma encrenca com dois samurais de alto escalão, após espancá-los por ameaçar uma camponesa que não se curvou enquanto eles passavam. Ryoma então é preso, porém logo solto por seu pai adotivo: Yoshida Toyo. Em uma reunião com ele, Toyo diz que é um dos principais membros do Partido Legista de Tosa, uma aliança recém-formada de samurais para acabar com a rígida hierarquia de classes sociais de Tokugawa. Toyo convida Ryoma para se juntar à aliança, que aceita imediatamente, porém antes precisa conversar com outro membro: Takechi Hampeita, seu amigo de infância.
Ao visitar o amigo, Ryoma é nomeado o segundo em comando do partido, o que causa um grande conflito entre os outros membros, já que Ryoma havia acabado de chegar. Um dos seguidores mais dedicados de takechi, Okada Izo, discorda dessa decisão e briga com Ryoma.
Algumas noites depois, Takechi e Ryoma se encontram com Toyo em seu escritório, onde ele conta seu plano de forçar o senhor de Tosa, Yamauchi Yodo, a instituir as reformas de seu partido. Porém, o encontro é interrompido por um assassino mascarado, que mata Toyo e foge. Takechi persegue o assassino enquanto Ryoma tenta cuidar dos ferimentos de Toyo, que não resiste aos ferimentos e morre. Logo depois, os guardas entram no local e acreditam que Ryoma matou Toyo, o forçando a fugir do local. Do lado de fora, Ryoma encontra Takechi lutando contra o assassino, que usa um estilo de luta incomum. Takechi é ferido e Ryoma começa a lutar contra o assassino, mas não consegue impedi-lo de escapar. Após a luta, Ryoma também foge, clamando a Takechi que encontre o assassino para provar a sua inocência.
A história de Like a Dragon: Ishin segue o padrão dos outros jogos da Franquia: cheia de mistérios, reviravoltas e muitos personagens marcantes, a cada capítulo que se passa, o jogador irá se surpreender a todo momento, imaginando que a história está indo para um caminho, quando na verdade está indo para outro totalmente diferente, o que traz ao jogador mais vontade de progredir.
A campanha demora cerca de 15 a 20 horas, caso você não faça as atividades secundárias, que são muitas, o que é um tempo padrão da franquia. Dessa forma, o game não se torna cansativo para o jogador, pois tudo vai direto ao ponto, sem muita enrolação e em um ritmo bem tranquilo.
Exploração
Em questão de exploração, o jogo se passa em maior parte na província de Kyoto e posso dizer com propriedade que é uma cidade muito viva, com muitas atividades para se fazer. Como falado anteriormente, temos várias missões secundárias, mas também várias atividades, como pescaria, karaokê e até colocar o Ryoma para dançar.
Caso o jogador vá atrás de tudo que o cenário tem a oferecer, isso irá demandar boas horas de gameplay, mas o jogador irá se ver totalmente focado na exploração e irá esquecer da história principal para explorar mais.
Combate
Falando do combate, tudo é muito fluido e dinâmico. Quem está acostumado com jogos beat’up, vai tirar de letra, o que é um fator muito bem vindo tanto para novos jogadores quanto para quem já era fã da franquia, pois é um estilo que já vem sendo utilizado desde o primeiro título.
Outra coisa importante a se ressaltar: Ryoma pode utilizar quatro estilos de luta diferentes:
- Corpo a Corpo: Um estilo que remete ao estilo do personagem protagonista da Franquia Principal: sem qualquer tipo de arma, usando somente os punhos, porém sem poder defender golpes dos inimigos que usam armas.
- Katana: Estilo onde Ryoma utiliza sua tradicional Katana e permite bloquear e desviar de ataques inimigos. É o mais poderoso dos estilos.
- Pistola: Um estilo mais focado em combate a distância, utilizando disparos rápidos. E capaz de fazer com que os inimigos larguem suas armas.
- Dança Selvagem: Um estilo que mistura a Katana e a Pistola em um ritmo similar a uma dança. É o estilo mais fraco, não permitindo defender, mas também é o mais rápido e confiável para enfrentar grupos maiores de inimigos.
O jogador pode trocar o estilo durante o combate, o que o deixa mais dinâmico e possibilita escolher qual estilo melhor se encaixa na sua gameplay, facilitando escolher o que deixará o combate mais fácil. Ao se usar muito um estilo de luta, o jogador ganha pontos de habilidade para aumentar o nível desse mesmo estilo e aprender novos golpes, um bom incentivo ao jogador para que ele se aperfeiçoe.
Qualidade Gráfica e Performance
Falando sobre a Qualidade Gráfica, é importante ressaltar que esse é o primeiro jogo da produtora em que eles usaram uma engine diferente desde o lançamento de Yakuza 6 em 2016, quando começaram a usar uma própria chamada de Dragon Engine, que já apresentava gráficos muito bonitos e detalhes magníficos. Aqui eles migram para a Unreal Engine 4, que já provou ser competente. Tudo é muito bem detalhado, principalmente nas cutscenes que são de um nível impressionante.
O único bug gráfico que presenciei foi nas cutscenes. Quando a câmera muda seu foco de um personagem para outro, uma pessoa muito detalhista pode notar que os detalhes do rosto do personagem como barba, cicatrizes e outras coisas, demoram a aparecer, mas nada que um patch não resolva.
Algo interessante para quem é já é fã da Franquia ou já jogou algum dos jogos é que nesse remake, assim como no original, os modelos dos personagens são os mesmos utilizados nos games da Franquia Principal, como o protagonista Ryoma, que é o mesmo modelo do Kiryu da Franquia Principal. Pode parecer apenas um detalhe bobo, mas faz a diferença.
Acerca da performance, em todos os consoles o game roda com as mesmas configurações, chegando aos 60 fps durante a gameplay e travando em 30 fps nas cutscenes. Em certos momentos o fps cai durante o combate, principalmente no Xbox Series S, que foi onde eu joguei, chegando a beirar 10 fps de acordo com o que está acontecendo.
A falta da localização em português
Quando Yakuza: Like a Dragon ganhou uma localização para o nosso idioma, eu, assim como muitos outros, pensamos que isso se tornaria um padrão para a franquia, mas logo vimos que não, já que o último lançamento, Lost Judgment, não foi disponibilizado em português. Aqui não foi diferente, e sim, isso faz muita falta, principalmente nesse jogo.
Like a Dragon: Ishin é um jogo com muitos textos e diálogos nos quais o jogador irá precisar prestar atenção para entender o que está acontecendo em seu enredo, e a falta de uma localização para nosso idioma, dificulta bastante esse entendimento, o que torna esse um ponto negativo do jogo.
Considerações Finais
Like a Dragon: Ishin é um título obrigatório para os fãs da Franquia, principalmente por trazer finalmente um título que até então era desconhecido aqui no ocidente, já que sua versão original foi disponibilizada somente no Japão, e também por trazer um combate beat’up que deixou de ser utilizado na Franquia Principal em Yakuza: Like a Dragon.
Também é um ótimo pedido para aqueles que não conhecem a Franquia, já que além de não ser necessário jogar os outros jogos, ele tem uma história ótima e cheia de personagens marcantes, um combate viciante e um grande cenário para explorar. O único fator que pode barrar a pessoa de jogar é a falta de uma localização em nosso idioma.
Like a Dragon: Ishin já está disponível para Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC via Steam.
Fiquem ligados em nosso canal do YouTube para não perder a cobertura de eventos, lives e vídeos de notícias, curiosidades e gameplay.
Confira também outras matérias e análises em nosso site:
- God of War Ragnarok se torna o jogo mais nomeado da história do BAFTA
- Correções de Wo Long: Fallen Dynasty chegarão em breve
- Capcom Spotlight acontecerá na próxima Quinta-Feira
Texto revisado por Patrícia Rodrigues