“Frankenstein: Entre Anjos e Demônios” (I, Frankenstein, 2014) começa narrando, em poucos minutos, a tão conhecida obra de Mary Shelley (1797-1851): o Dr. Victor Frankenstein (Aden Young) dá vida à sua criatura (Aaron Eckhart) para depois rejeitá-la e tentar destruí-la. Mas o “monstro” sobrevive e mata a esposa do cientista, Elizabeth (Virginie Le Brun), fazendo com que Victor o persiga até o Ártico. O frio intenso não afeta a criatura, mas o Dr. Frankenstein sucumbe às baixas temperaturas. Então começa a nova história, baseada na HQ “I, Frankenstein”, de Kevin Grevioux: o “monstro” traz o corpo de seu criador de volta para casa e o enterra. Nesse momento surgem demônios, que o atacam e depois são destruídos por gárgulas.
Ele é levado até a rainha dos gárgulas, Leonore (Miranda Otto), que lhe explica que há uma guerra entre os gárgulas – seres celestiais – e os demônios, mas não sabe o motivo do interesse deles em Adam (nome que Leonore dá à criatura de Frankenstein). Adam rejeita a proteção dos gárgulas, mas recebe armas e decide se isolar, desaparecendo por cerca de 200 anos… O príncipe demônio Naberius (Bill Nighy) e seus demônios continuam a busca por ele até os dias atuais, o que provoca o seu retorno. Dois cientistas, Terra Wade (Yvonne Strahovski) e Carl Avery (Nicholas Bell), trabalham para Naberius em sua forma humana (tanto demônios quanto gárgulas assumem formas humanas) com o objetivo de reviver cadáveres. As intenções dos dois são de ajudar a humanidade, mas Naberius tem planos muito mais sinistros e só Adam poderá detê-lo.
O filme, que custou US$ 65 milhões, fracassou nas bilheterias e arrecadou pouco mais de US$ 8 milhões no seu final de semana de estreia nos EUA. Escrito e dirigido por Stuart Beattie, roteirista de filmes como “Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra” (2003), “G.I. Joe: A Origem de Cobra” (2009) e “Guerreiros do Amanhã” (2010), “Frankenstein: Entre Anjos e Demônios” tem bastante ação, ótimos efeitos especiais e um bom elenco encabeçado por Aaron Eckhart. Então, o que deu errado? Bom, pra começar, o filme lembra muito “Anjos da Noite” (2003) e suas continuações, principalmente no visual. Kevin Grevioux, que escreveu a HQ e o primeiro roteiro, depois reescrito por Beattie, criou a história do primeiro “Anjos da Noite”. Os produtores dos dois longas também são praticamente os mesmos, e o ator Bill Nighy é o vilão de ambas as produções. As semelhanças são tantas que, depois de um tempo, parece que a vampira Selene (Kate Beckinsale) de “Anjos da Noite” vai aparecer para ajudar o “herói” do filme…
Principalmente um roteiro extremamente fraco.