“Assassin’s Creed Shadows” é o mais novo título da consagrada franquia da Ubisoft, que nos leva, finalmente, ao Japão, uma ambientação muito requisitada pelos fãs há anos.
Graças à Ubisoft Brasil, tive a oportunidade de mergulhar nesse mundo nos últimos dias e agora posso compartilhar com vocês minha experiência com o mais recente jogo da série.
A História
Tudo começa pela perspectiva de Yasuke, que chega ao Japão com os portugueses para uma reunião com Oda Nobunaga: um dos mais importantes Daimyos da época.
A intenção dos portugueses é conseguir um passe livre nas terras orientais para que os padres circulem livremente, mas não demora para que Nobunaga volte sua atenção para Yasuke.
Reconhecendo o espírito de guerreiro no guarda-costas dos europeus, Oda logo firma um acordo com seus visitantes, desde que Yasuke fique ao seu lado.
A partir daí, nosso primeiro protagonista inicia sua jornada para se tornar um dos samurais mais temidos de todo o Japão.
Após essa breve introdução, seguimos para Iga, que está prestes a ser invadida pelos exércitos de Nobunaga.
É nesse contexto que somos apresentados a nossa outra protagonista, Naoe, uma shinobi da família Fujibayashi.
Na iminência da guerra, seu pai, Nagato, entrega a Naoe sua lâmina oculta e revela a existência de uma caixa secreta guardada em Iga há anos, que não pode cair em mãos inimigas.
Sem saber o que há na caixa, Naoe parte até lá, mas logo é surpreendida por um guerreiro das tropas adversárias, que a deixa bastante machucada.
Após ser resgatada por seu pai, ela impulsivamente sai em busca do item perdido, mas as coisas não saem como o esperado.
Nossa protagonista é atacada por um grupo intitulado Shinbakufu, cujos membros usam máscaras para esconder suas identidades.
Após uma tragédia e novamente ferida, Naoe é resgatada mais uma vez e, a partir daí, embarca em uma jornada não apenas para recuperar o que foi perdido, mas também para se vingar de tudo que ocorreu em Iga e com sua família.
Todo esse pano de fundo estabelece o tom das jornadas de ambos os personagens. Enquanto Yasuke serve seu lorde, Naoe busca se reerguer após seu sofrimento.
Embora Naoe seja o ponto focal nas primeiras horas de jogatina, em sua busca pelos Shinbakufu, após algumas boas missões da história principal, seu caminho acaba se cruzando com o de Yasuke.
Aqui entra minha primeira crítica. Desde o anúncio do jogo, é de conhecimento geral que ambos os personagens são jogáveis e que a trama é apresentada a partir da perspectiva dos dois.
Para “liberar” Yasuke, é preciso algumas boas horas de jogatina, o que, pessoalmente, achei um pouco exagerado.
No entanto, entendo o motivo pelo qual o samurai é introduzido um pouco mais adiante no game.
Falarei mais sobre isso ao detalhar o gameplay, mas creio que sua inserção poderia ser feita de forma mais rápida.
Em suas jornadas, Naoe e Yasuke conhecem várias figuras importantes nas diversas locações do Japão.
Cada um traz consigo uma trama que se liga aos principais personagens, abordando temas como poder, traição, dever e promessas, entre outros.
São tantos personagens que, às vezes, é fácil se perder; portanto, é bom ficar atento, principalmente aos nomes citados.
A boa notícia, contudo, é que todas essas histórias são bem elaboradas e interessantes, incentivando-nos a seguir em frente para descobrir as intenções por trás de certas ações.
Para mim, o ponto mais alto de todo o enredo é a relação entre Naoe e Yasuke, e como um apoia o outro em suas jornadas.
É muito bacana ver os diálogos entre eles, já que cada um, com suas dores e conhecimentos, contribui com conselhos e puxões de orelha em momentos cruciais.
Além de toques de humor em algumas interações, que retratam o crescimento não só da parceria, mas também da amizade deles.
A Ubisoft acertou bastante na construção de seus dois protagonistas, que são carismáticos, intensos e possuem histórias envolventes capazes de arrancar lágrimas.
E quanto aos Assassinos e os Templários? Eles fazem parte do enredo? Sim. Tanto o Credo quanto a Ordem dos Templários são abordados aqui, não apenas mencionados ou sugeridos como em outros títulos, e têm um peso fundamental em tudo que acontece nesta obra.
Não posso entrar em detalhes devido a spoilers, mas saibam que, em um jogo grande como esse, a narrativa é um dos principais fatores que incentivam o jogador a prosseguir, e nisso a Ubisoft acertou bastante.
Como funciona o Gameplay?
Como já vimos em diversos materiais promocionais de Assassin’s Creed Shadows, temos dois estilos de gameplay bastante diferentes ao controlar Naoe e Yasuke. Enquanto nossa shinobi traz consigo todo o aspecto furtivo e silencioso dos Assassinos, Yasuke é o guerreiro bruto e forte, que invade qualquer lugar e enfrenta os inimigos.
Embora as abordagens sejam distintas, elas se complementam de uma maneira interessante. Naoe é ágil, escala muros e se move entre telhados com facilidade, enquanto Yasuke é mais pesado, tornando seu movimento mais lento. Ele pode usar o parkour, mas sua movimentação nesses momentos é bastante limitada, tornando-o um alvo fácil para os adversários.
Nas primeiras horas de jogatina, há um grande foco em Naoe, onde também aprendemos bastante sobre como lidar com os perigos do mundo pela perspectiva dela.
Embora possamos confrontar inimigos, isso não é recomendado para ela, especialmente contra grupos maiores. Cada ataque que recebemos reduz consideravelmente o HP, então a atenção deve ser redobrada.
O ideal é agir nas sombras e usar o ambiente a nosso favor para eliminar as ameaças.
Como se trata de um jogo no estilo RPG, tanto nossos protagonistas quanto os inimigos possuem níveis, fazendo com que Naoe não consiga realizar um assassinato letal em determinadas criaturas.
Assim, mesmo agindo furtivamente, é preciso ter cuidado e avaliar a situação.
Toda essa camada de gameplay de Naoe, que remete muito aos assassinos que conhecemos, é bem divertida, especialmente ao evoluir a personagem e desbloquear novas habilidades que facilitam essa abordagem.
Entretanto, após algumas horas de gameplay, isso pode se tornar um tanto maçante, pois certos infiltramentos demoram, e ao sermos detectados fica complicado para Naoe lidar com vários inimigos simultaneamente.
É aí que entra Yasuke e sua brutalidade. O grandalhão é o total oposto da nossa shinobi e conta com habilidades para eliminar grupos de adversários com facilidade.
Por esse motivo, entendo porque a Ubisoft libera o personagem algumas horas depois.
O gameplay do samurai facilita bastante a jornada. Em castelos mais extensos, com muitos inimigos, ao invés de optar pela furtividade, que consome mais tempo, podemos invadir pela porta da frente, dizimando todos que aparecem em nosso caminho.
Embora isso esteja totalmente na contramão do que representa ser um Assassino, jogar com Yasuke é extremamente divertido.
Os dois protagonistas possuem ataques leves e fortes, que podem ser carregados para uma investida mais poderosa, e cada um tem um arsenal diferente, diretamente ligado à árvore de habilidades que possuem.
Naoe, como shinobi, pode alternar entre uma katana, uma kusarigama e um tantô, uma espada menor, porém letal. Cada arma tem uma árvore de habilidades específica que podemos evoluir, trazendo diferentes vantagens em combate.
Todas as armas são bem legais de se usar; no entanto, só podemos alternar rapidamente entre duas, sendo necessário acessar o inventário para trocar para a terceira.
Pessoalmente, gostei bastante da katana, que tem um potencial equilibrado, e da kusarigama, que é útil para atingir mais de um inimigo ao mesmo tempo com sua corrente.
Além das armas, Naoe tem mais três árvores de habilidades: uma para ferramentas como kunais, shurikens, bombas de fumaça e sinos; outra para assassinatos; e a última para habilidades de ninja.
Pode parecer muito inicialmente, mas todas elas se complementam e ajudam bastante no estilo de gameplay da personagem.
Quanto a Yasuke, ele conta com sua katana de samurai, a naginata (uma lança com uma lâmina curvada) e o kanabō, basicamente um porrete feito de metal e madeira.
Testei as três armas durante minha jogatina em diversas situações e posso afirmar que todas são excelentes, com habilidades que fortalecem ainda mais as investidas do grandalhão.
Recomendo avaliar com cuidado, pois certas habilidades podem facilitar bastante o combate contra inimigos específicos.
Fora as armas, ele também possui mais três árvores de habilidade: uma para seu arco e flecha, sua teppo (um arcabuz), e uma específica para suas habilidades de samurai.
No final da campanha, após evoluí-lo bastante, meu personagem se tornou um verdadeiro tanque.
De forma geral, o gameplay é muito satisfatório e diversifica a jogatina em ambos os espectros.
Tive alguns problemas em certas batalhas que geraram frustração, seja por comandos que não saíram na hora certa ou pelo movimento errático do personagem, mas essas situações foram raras.
Uma Boa Variedade de Inimigos
Embora o jogo traga vantagens significativas para ambos os protagonistas, os inimigos podem apresentar um bom desafio em alguns momentos, mesmo para Yasuke.
Temos inimigos normais com espadas e tantôs, soldados com armaduras que têm HP adicional, generais de castelo, arqueiros, atiradores com arcabuz, lanceiros, adversários pesados e alguns de hierarquia mais elevada que podem chamar reforços.
Cada um apresenta um nível de dificuldade e ataques únicos que, em menor quantidade, são simples de administrar, mas, quando em maior número, exigem muita atenção e habilidade no uso do parry.
Para complicar ainda mais, muitos desses oponentes têm ataques indefensáveis, restando apenas a esquiva. Atacar castelos, onde os itens mais raros e poderosos estão, pode ser bastante desafiador.
E não acabou por aí! Além de todas essas classes de soldados, temos alguns especiais que aparecem quando estamos com status de procurado em certas regiões.
Quando eles entram em cena, o embate se intensifica ainda mais, pois são mais fortes que os inimigos comuns e surgem continuamente enquanto não deixamos aquela área.
Gráficos e Ambientação
Durante a cobertura de Assassin’s Creed Shadows no YouTube, algo que sempre me chamou a atenção foram os gráficos do jogo.
Surgiu, então, aquele receio comum de que o visual mostrado não fosse representado com fidelidade na versão final. No entanto, fico feliz em afirmar que o jogo é extremamente bonito.
A versão que analisei foi a do PlayStation 5 base, que não conta com as melhorias aplicáveis no PS5 Pro.
Fiquei impressionado em vários momentos. A Ubisoft sempre foi conhecida por entregar ambientes belíssimos e retratar muito bem a temática abordada em cada Assassin’s Creed. Com Shadows, isso não foi diferente.
A dinâmica das estações é um espetáculo à parte; até mesmo os climas mais chuvosos ou nevados têm um nível visual insano.
Muitas vezes, me vi parando em certos locais apenas para admirar a paisagem e usar o modo foto. Na primavera, quando a fauna e a flora são mais abundantes, é deslumbrante.
Para mim, este é o Assassin’s Creed mais bonito já feito. A modelagem dos personagens melhorou bastante em comparação com Mirage e Valhalla.
O cabelo dos personagens recebeu um tratamento adequado, embora durante a chuva possa apresentar um aspecto estranho.
O único ponto negativo em relação aos personagens é, justamente, suas expressões faciais. A cada novo Assassin’s Creed, a Ubisoft parece errar nesse aspecto.
Fora as cinemáticas, que são melhor elaboradas, as interações com muitos NPCs in-game são estranhas e não conseguem retratar bem suas expressões, especialmente em momentos mais emotivos.
Isso pode quebrar a imersão em algumas situações, infelizmente.
A Importância do Assentamento
Uma grande novidade em Shadows foi o assentamento. Diferente de outros jogos da franquia, onde podíamos apenas melhorar algumas construções, aqui temos total liberdade para edificar o acampamento da maneira que quisermos.
Existem construções básicas que nos proporcionam vantagens no jogo, como o ferreiro para aprimorar nossas armas e armaduras, o dojô para gerenciar nossos aliados, o estábulo que contribui para o aumento de nossos batedores, entre outros.
É extremamente importante visitar o assentamento com frequência e aprimorar essas estruturas sempre que possível.
Por exemplo, à medida que subimos de nível com nossos personagens, nossos atributos base são melhorados automaticamente; no entanto, o patamar de nossos equipamentos permanece o mesmo.
Dessa forma, é crucial visitar o ferreiro de tempos em tempos para aprimorar os itens, garantindo que estejam no mesmo nível de nosso personagem.
Se os equipamentos estiverem muito fracos, poderão ser ineficazes contra os inimigos, dificultando o combate.
O mesmo se aplica aos nossos batedores. Inicialmente, temos poucos e eles não podem ser utilizados a todo momento, então aprimorar o estábulo é muito valioso para aumentar seu número e muito mais.
A cereja do bolo do assentamento em Shadows, no entanto, é seu modo “Sim City”, por assim dizer. Podemos adicionar decorações, pavimentar, plantar árvores e outras construções.
Para quem curte esse tipo de atividade, customizar o assentamento é uma verdadeira diversão. Pessoalmente, não gastei tanto tempo nessa atividade.
Aliados e Batedores
Algo que me chamou atenção nos materiais de divulgação de Assassin’s Creed Shadows foi a inclusão de aliados e batedores que nos auxiliam durante a jogatina.
Os aliados são NPCs encontrados em missões secundárias que de fato nos ajudam em combate e cada um possui habilidades únicas.
A Yaya, por exemplo, que encontramos logo no início da campanha, é excelente em combate corpo a corpo. Temos também especialistas em assassinato furtivo, combate com a espada, uso do teppo, entre outros.
Podemos chamar apenas um por vez durante embates ou atividades furtivas, e em momentos em que a quantidade de inimigos se intensifica, eles podem ser muito úteis.
Já os batedores são usados para buscar informações sobre alvos em uma certa área do mapa e coletar caixas de itens em castelos e vilas direcionadas apenas para eles. Por exemplo, ao jogar no modo não guiado, temos apenas pistas sobre nossos alvos, sugerindo que estejam em uma certa região.
Com isso em mente, enviamos nossos batedores para fazer uma varredura naquele local em busca de sua localização exata ou uma atualização dessas pistas.
Essa é uma dinâmica bem interessante, mas que pode consumir tempo de jogo, pois eles podem não encontrar nada se enviados para o local errado.
Além disso, eles ficam indisponíveis após essas atribuições até a virada da estação ou até que gastemos nossos recursos em um Kakurega para recuperá-los.
Ao jogar no modo guiado, contudo, os batedores perdem grande parte de sua utilidade, já que o próprio jogo indica onde estão nossos alvos.
Assim, sua função se resume a ajudar a pegar caixas de recursos e levá-las para o assentamento. Portanto, para ter a experiência total de uso dos batedores, basta manter o modo guiado desligado.
Iniciei minha jornada dessa forma, explorando bastante esse recurso, mas em determinado momento ativei o modo guiado para prosseguir mais rapidamente.
Mapa, Missões Secundárias e Atividades do Mundo
O mapa, como era de se esperar, é gigantesco em Shadows. Temos inúmeras regiões para visitar, monumentos, santuários, cavernas e locais secretos para descobrir, além de muito chão para percorrer.
Cada região possui um nível de dificuldade específico que precisamos alcançar evoluindo nossos personagens.
Isso, de certa forma, nos pressiona a evoluir para explorar esses territórios, pois, com uma discrepância de nível muito grande, os inimigos se tornam extremamente letais.
Felizmente, temos os famosos pontos de visualização, que nos oferecem uma visão panorâmica de toda a região e nos permitem realizar o salto da fé.
Pelo menos com Naoe, que de fato é uma Assassina. Com Yasuke, esses saltos rendem momentos bem engraçados.
Outro fator que ajudou bastante nas viagens rápidas foi a inclusão dos Kakurega, que são os esconderijos da liga encontrados na maioria das vilas em Shadows.
Enquanto nos pontos de visualização precisamos ir até o local, escalar e sincronizar para liberá-los, os Kakurega podem ser desbloqueados apenas gastando uma certa quantia em dinheiro.
Isso facilita bastante as viagens pelo mapa, embora devamos ter cuidado para não ficarmos sem grana. Liberar cada esconderijo custa 800 moedas de ouro inicialmente.
Evoluindo a matriz do Kakurega em nosso assentamento, conseguimos descontos mais tarde.
Esses locais, no entanto, não se resumem apenas às viagens rápidas. Nele, podemos repor os alimentos para recuperar a vida dos protagonistas, suas ferramentas e munições.
Podemos administrar nossos aliados, recuperar batedores que ficam indisponíveis até a virada da estação e conseguir contratos/oportunidades.
Os contratos são, basicamente, missões de assassinato ou exploração que nos rendem recursos para evoluir os personagens e nosso assentamento.
Já as oportunidades são rumores espalhados pelo mundo, como baús secretos, por exemplo. A cada nova estação, essas missões são renovadas, então é bom ficar sempre atento.
Quanto às atividades no mundo de Shadows, posso afirmar que são inúmeras. Cada protagonista possui atribuições únicas.
Naoe, por exemplo, pode meditar, onde habilitamos um minigame para apertar os botões no tempo certo. Yasuke realiza o Kata, um conjunto de movimentos que demonstram suas habilidades.
Esses minigames concedem pontos de conhecimento, que são importantes para desbloquear os 6 níveis da árvore de habilidade de ambos.
Então, caso você queira desbloquear habilidades mais poderosas, será necessário realizá-los. É uma mecânica interessante no início, mas, após muitas horas de jogo, se torna maçante.
Além desses minijogos, temos ações como orar e encontrar pergaminhos em santuários, que também podem se tornar cansativas após um tempo, mas que continuam concedendo pontos de conhecimento.
Existem também diversas missões secundárias, encontradas em grande quantidade. Estas são mais elaboradas, pois interagimos com NPCs que compartilham suas histórias e problemas, e cabe a nós ajudá-los ou não.
Muitas dessas missões são bem legais, pois nos apresentam personagens interessantes, enquanto outras são mais comuns, como acabar com um grupo de bandidos que aterroriza uma vila.
Um ponto importante sobre essas missões é que, através delas, encontramos aliados que nos auxiliam no combate. Durante toda a minha jornada, consegui apenas três aliados. Recomendo que, ao longo da aventura, realizem algumas missões para liberá-los.
Bugs e Demais Problemas
Quando se trata de um jogo da Ubisoft, especialmente com um escopo tão vasto, é esperado que alguns bugs ocorram. Inclusive, um dos principais motivos para seu adiamento foi para garantir mais tempo para polir o jogo.
Em grande parte da minha experiência, poucos problemas ocorreram, mas alguns foram notáveis. Alguns delays de renderização são evidentes em certas situações, e certos objetos em residências fechadas ficam borrados, sem carregar os detalhes.
Raramente, em algumas batalhas, os inimigos ficaram parados, sem atacar, e depois voltaram a se mover do nada. Em uma missão da narrativa principal, Naoe e Yasuke confrontam um dos membros do Shinbakufu.
Estando cercados, nos é dada a opção de escolher quem usar para enfrentá-lo. Optei por Naoe, imaginando que Yasuke participaria da mesma forma, mas ele simplesmente desaparece durante o gameplay. Após a batalha, lá está ele, como se tivesse participado.
Embora não seja um bug, foi um erro de continuidade que influenciou minha decisão, imaginando que ele participaria do combate. Obviamente, foram problemas pontuais que não afetaram minha experiência de modo geral, mas que frustraram e quebraram a imersão.
A Dublagem
A dublagem de Assassin’s Creed Shadows, de maneira geral, está excelente. As vozes escolhidas para os principais personagens se encaixam muito bem, excetuando alguns momentos em que eu, particularmente, achei um pouco estranhas.
Em algumas ocasiões, algumas falas ficaram aquém do que poderiam ser, não transmitindo com exatidão a emoção de certos momentos.
Isso, aliado à falta de expressões dos personagens que mencionei anteriormente, incomoda um pouco, embora sejam raros os casos em que isso ocorre.
Outro ponto que pode ser um tanto incômodo diz respeito à pronúncia dos nomes de certos personagens.
Oda Nobunaga, por exemplo, é mencionado várias vezes na história, e a forma como o nome Nobunaga é pronunciado varia bastante.
Às vezes ouvimos “Nobunagá”, enfatizando a pronúncia do “gá”; em outras, “Nobunaga” sem ênfase, e em outras, “Nobungã”, com um til no final do nome.
É um detalhe mínimo em meio à quantidade de diálogos do jogo, mas quando um mesmo personagem pronuncia o nome de formas diferentes, é difícil não perceber.
Contudo, reforço que a dublagem, no geral, é sensacional, especialmente se comparada ao que foi apresentado em Mirage, que teve muitos problemas.
Isso Vai Dar Polêmica
Não faz muito tempo que surgiu um vazamento sobre uma missão específica que incluiu uma interação com um personagem utilizando pronomes neutros. E sim, isso de fato acontece em Assassin’s Creed Shadows.
Na minha opinião, achei estranho que tenham incluído isso no jogo, e explico por quê. Assassin’s Creed Shadows é um jogo de época que se passa no Japão feudal, nos anos de 1500.
Com isso em mente, o uso de pronomes como “Elu”, “Delu” ou “Amigue”, que aparecem no jogo, não se encaixam na narrativa que está sendo apresentada.
Isso estragou minha experiência com o game? De forma alguma, pois nas mais de 50 horas de jogatina que tive, isso ocorreu apenas em uma missão secundária que pode nem ser encontrada.
Diante das inúmeras polêmicas em outros jogos, como “Avowed” e “Dragon Age: The Veilguard”, o que posso dizer é: embora seja um detalhe incomum, não deixe que isso comprometa toda a sua experiência, pois é apenas uma gota no oceano.
Vale a Pena?
“Assassin’s Creed Shadows” enfrenta uma missão difícil, considerando as inúmeras controvérsias que surgiram após seu anúncio e o fiasco de Star Wars Outlaws, que foi bastante criticado. A Ubisoft investiu bastante nesse título e fez o seu melhor para aprimorá-lo, entregando aos consumidores uma experiência digna da franquia.
Para mim, eles cumpriram essa expectativa. Shadows traz uma história envolvente e interessante, com dois protagonistas incríveis, carismáticos e intensos, além de finalmente dar um peso maior à participação do Credo dos Assassinos e da Ordem dos Templários.
O mundo construído aqui dispensa comentários. A empresa se superou mais uma vez, entregando ambientes belíssimos que retratam de forma eloquente vários locais do Japão feudal.
A jogabilidade de Naoe e Yasuke, apesar de distintas, se complementam e divertem.
O jogo tem, sim, seus problemas. Encontramos bugs e ele pode se tornar cansativo em certos momentos devido ao vasto mundo, mas a experiência geral, para mim, foi muito boa.
Acompanhar a história de ambos os protagonistas me rendeu risadas, momentos intensos e emocionantes. Isso sem mencionar as inúmeras referências e easter eggs existentes de outros jogos “Assassin’s Creed” que farão os fãs pirarem.
Se você gostou de Origins, Odyssey e Valhalla, Shadows é uma parada obrigatória, pois eleva significativamente o nível do que esses últimos títulos trouxeram.
Assassin’s Creed Shadows chega no dia 20 de março para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.
Aproveite para conferir a nossa análise em vídeo no YouTube:
Veja outras matérias e análises em nosso site: