Análise | The Elder Scrolls Online: Gold Road
No ano de seu décimo aniversário, The Elder Scrolls Online convida os jogadores a continuarem desbravando os Segredos de Apocrypha com o capítulo Gold Road.
Nesta fase da aventura Lembrança de Ithelia, os jogadores devem continuar a sua aliança com Hermaeus Mora e contar com a ajuda de novos, e antigos aliados para impedir que o retorno de Ithelia, a Daedric Prince esquecida, cause danos permanentes à integridade da realidade.
Confira!
Visão Geral
Entre todos os mapas presentes no jogo, West Weald é um dos mais pitorescos e bonitos.
Podemos ver uma região bastante mundana, onde, fora a ocasional ruína Ayleid, parece ser um local onde os civis estão trabalhando e seguindo sua rotina com tranquilidade. Até mesmo os monstros são “normais”, pois se tratam de feras e insetos gigantes.
Por isso que as adições dos eventos do mapa e a floresta na região central no mapa são chocantes, sendo algo que atrai sua atenção, atiçando sua curiosidade a ir explorar a área e realizas as quests para descobrir o que está acontecendo.
Ainda nesse clima de “normalidade”, explorar o mapa permite diferentes interações com NPCs e itens que causam situações inusitadas o suficiente para resultar algumas conquistas.
West Weald também tem a sua dose de perigos.
Foram adicionados: cinco novas delves, seis novos world bosses, duas public dungeons, quatro pontos de eventos de mapa, e o trial Lucent Citatel (Cidadela Luzente).
Os monstros e adversários possuem designs bem interessantes, ao ponto de ser bastante visível quais são nativos da região e quais surgiram como resultado do avanço da Valenwood e da presença de Ithelia, mostrando que os desenvolvedores quiseram adicionar um ar de novidade nas mecânicas de combate
No entanto, todos os bosses apresentaram fases de invulnerabilidade e todos apresentaram, em um momento ou outro, minions. Isso não só dificulta o jogo solo, como também pode fazer com que a atividade se torne cansativa.
Entre essas adições ao combate em West Weald, o que mais me chamou a atenção no design foi novo evento de mapa, as Mirrormoor Incursions (Incursões de Mirrormoor).
É possível perceber que uma incursão está acontecendo nas proximidades por surge um efeito na área ao redor como se fosse um vidro rachando, como se ela estivesse prejudicando a integridade do mundo ao redor. Essa é uma boa representação do poder de Ithelia de mudar a realidade e de como seu retorno está a afetando.
História
No ano passado, no capítulo Necrom, os jogadores se colocaram a serviço de Hermaeus Mora, Daedric Prince do conhecimento proibido e do destino, para enfrentar a aliança entre os Daedric Princes Vaermina e Peryite – príncipes dos sonhos e pesadelos, e da pestilência e doença, respectivamente – e o dremora Torvesard.
Ao final da história, conseguimos derrotar Vaermina e Peryite, porém Torvesard consegue o que queria: a lembrança de seu mestre Ithelia, Daedric Prince dos caminhos e senhora da estrada inexplorada, que agora retorna para recuperar seu poder e reestabelecer seu domínio.
Agora, com Gold Road, parte principal da aventura anual Lembrança de Ithelia, os jogadores precisam trabalhar novamente com Hermaeus Mora para descobrir os planos de Ithelia e impedir que ela tenha sucesso, pois pode significar o fim para a realidade.
Durante a história, fica claro que mesmo as intenções de Mora não serem tão altruístas quanto ele diz – visto que o domínio de Ithelia permite que ela possa mudar o curso do destino, algo que ele diz que pode destruir a realidade -, a fúria de um Daedric Prince não é algo que deve ser subestimado e as consequências são desastrosas.
Toda a história se passa em West Weald, uma região pertencente à Cyrodiil, que está sofrendo com acontecimentos bizarros, como o surgimento de Daedras nunca vistos e a ocorrência de incursões Daedric que estão aterrorizando os moradores locais. Tudo isso aponta para Ithelia e seus seguidores realizando rituais e colocando seus planos em prática.
Como se isso não bastasse, a selva Valenwood está invadindo a região com violência, o que pode rapidamente se tornar uma ameaça.
Parece ser muita coisa, porém a história é tão bem montada que não chega a ser algo maçante. É possível absorver tudo que está acontecendo sem ter muito cansaço, na realidade, é preciso se segurar para acabar não completando toda a questline de uma vez só.
A imersão na história é tanta que fica difícil não questionar a natureza do relacionamento que o personagem do jogador com Hermaeus Mora nela: eu estou realmente agindo com Mora para evitar que Ithelia destrua a realidade com suas ações, ou eu estou sendo usada pelo Daedric Prince para eliminar uma ameaça ao seu domínio sobre sua visão de como o destino e os eventos do mundo devem ocorrer?
Novo sistema: Scribing
The Elder Scrolls Online adicionou diferentes árvores de habilidades ao longo dos anos para diversificar a jogabilidade e aumentar as opções de montagem de builds. O sistema de Scribing, no entanto, permite que possamos fazer algo novo com coisas antigas.
Scribing faz com que as habilidades ativas comuns a todos os jogadores – armas, da Fighters Guild, Mages Guild, Alliance War e Soul Magic – possam ser customizadas de modo que se encaixe com as necessidades da build do personagem.
Não se trata de realizar algumas mudanças sutis para serem modificados os efeitos passivos ou o recurso utilizado, mas sim da criação de uma habilidade completamente nova. Os diferentes efeitos e danos da habilidade são determinados por manuscritos, podendo-se utilizar até três deles, cujas combinações são bastante variadas.
Conseguir criar e experimentar as mais diferentes combinações não é tão fácil assim, pois para utilizar o sistema é preciso adquirir os manuscritos com elas, o que pode ser feito por meio de, por exemplo, exploração do mundo, compra em NPCs e aquisição de conquistas. Além disso, é preciso ter o item “Luminous Ink” – que pode ser adquirido através da coleta de qualquer recurso de criação – para poder utilizar o sistema.
Por um lado, ficar realizando coleta de recursos atrás da Luminous Ink e completar diferentes quests para adquirir manuscritos é um processo bastante cansativo. Por outro, a experimentação do sistema se torna gradual e permite uma familiarização menos apressada dele, o que pode ajudar na construção da sua nova árvore de habilidades.
Eu me diverti muito experimentando as habilidades que consegui criar, e parte das conquistas necessárias para desbloquear novas possibilidades do sistema não foram muito difíceis completar. Adicionalmente, a quest introdutória do Scribing é bem interessante e o tutorial do sistema bem didático, o que facilitou bastante a minha adaptação a ele.
Na minha opinião, vale muito a pena adquirir Gold Road apenas por conta do sistema de Scribing.
Vale a pena comprar Gold Road?
The Elder Scrolls Online é um MMO que já pode ser considerado antigo, visto que completou uma década nesse ano. Mesmo assim, já um bom número de jogadores que está presente no jogo desde seu início, e isso é graças à habilidade da Zenimax continuar trazendo novidades e modos de jogo que os mantém interessados.
Para os jogadores veteranos, ou aqueles que procuram um motivo para voltar para o jogo, eu recomendo adquirir o capítulo pelo sistema de Scribing. O sistema permite que você possa personalizar a sua barra de habilidades de maneira bastante eclética, levando à muitas horas de experimentação e exploração do novo conteúdo.
Para os novos jogadores, Gold Road traz uma história bastante envolvente que não necessita que haja conhecimento prévio dos eventos ocorridos no capítulo. Além disso, há bastante conteúdo no jogo para explorar e conhecer, garantindo muitas horas de atividades diversas que dificultam o surgimento da sensação de monotonia.
A história está bastante imersiva, roteirizada e montada. Ela não é cansativa de se fazer, sendo possível acompanhar os acontecimentos do enredo e as suas reviravoltas sem precisar de esforço. Tenho certeza que Gold Road é do agrado dos apreciadores de uma boa narrativa.
The Elder Scrolls Online: Gold Road está disponível para PC, Mac, PlayStation, e Xbox.
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