Apresentação
Desde o seu anúncio, o remake de Silent Hill 2 vem chamando bastante atenção, seja pela escolha da produtora por trás do projeto, a Bloober Team (conhecida pelos jogos da Franquia Layers of Fear, Blair Witch e também The Medium) ou também pelos trailers que foram divulgados com o passar do tempo. Nesse período, houve troca de acusações entre a própria Bloober com a detentora dos direitos da Franquia, a Konami, de que os trailers não apresentavam como o jogo realmente estava naquela altura do projeto.
Eis que após 2 anos de seu anúncio, o jogo finalmente foi lançado e pudemos conferir como ficou essa nova versão de um dos maiores clássicos do survival horror. Bora discutir sobre.
História
Para quem não conhece a história, em Silent Hill 2 controlamos James Sunderland, que recebe uma carta de sua esposa, Mary, dizendo que o está esperando em Silent Hill. O estranho é que a mesma faleceu há 3 anos atrás devido à uma doença, então ele parte para a cidade afim de tentar descobrir esse mistério. No caminho, James acaba encontrando outras pessoas pela cidade: Angela Orosco, uma jovem que está na cidade à procura de sua mãe; a pequena Laura, que parece saber algo sobre o paradeiro de Mary; o estranho Eddie Dombrowski, um homem simples que não faz ideia do que foi fazer na cidade, e Maria, uma jovem de cabelos loiros que se parece com a falecida esposa de James.
Para aqueles que estavam com medo de que a Bloober Team alterasse alguma coisa do jogo clássico, o que vem acontecendo em alguns remakes de outros jogos, posso dizer que isso não aconteceu aqui: tudo o que vimos e jogamos no clássico de 2001 está aqui. Claro que muitas coisas foram expandidas para ter mais contexto, porém nada foi alterado a ponto de causar estranheza ou até frustração aos jogadores.
O tempo de campanha gira em torno de 17 a 20 horas (eu terminei com 18 horas), o que é um padrão em jogos de survival horror atuais. Esse número corresponde a praticamente o dobro do jogo clássico, que na primeira jogada levava cerca de 8 a 9 horas para se finalizar. Muita coisa foi expandida, o que é um ponto positivo: confesso que fui jogando e mal vi o tempo passar, devido a imersão no jogo.
Jogabilidade
Como se trata de uma nova versão de um jogo de 2001, era certo que os produtores teriam que mexer na jogabilidade do novo título, já que com o passar dos anos os jogos foram evoluindo e novas tecnologias chegaram. Então, no lugar da câmera fixa clássica dos jogos daquela época, a Bloober Team optou pela câmera sobre o ombro, a famosa câmera “Over The Shoulder”, que já vem sendo utilizada em vários jogos atuais do gênero survival horror.
Essa nova perspectiva de câmera deixa o jogador mais apreensivo e traz mais tensão ao jogo, já que o ângulo de visão mais limitado acaba causando mais medo aos jogadores, fazendo com que prestemos mais atenção quando estivermos jogando, já que não temos noção do que pode estar vindo do nosso lado ou até mesmo atrás do personagem. Isso é muito bem-vindo e essencial em um jogo desse gênero.
Falando sobre a movimentação do personagem, James é um pouco pesado, trazendo um aspecto mais realista ao jogo. Tal característica não é um problema para mim, já que a Franquia sempre apresentou personagens sem nenhum tipo de treinamento e totalmente despreparados para enfrentar os monstros e os perigos que a cidade de Silent Hill proporciona.
Em questão dos golpes do personagem, seja com armas brancas ou com armas de fogo, os comandos respondem super bem e os impactos nos monstros são bem precisos, então você acaba sentindo cada golpe ou cada tiro dado pelo James.
Recursos do Dualsense
Jogar esse jogo no PlayStation 5, que foi onde joguei para fazer essa análise, torna a experiência completa por conta de seu controle, o Dualsense. Por ser um exclusivo da PlayStation nos consoles (o jogo também está disponível no PC), o jogo se beneficia de diversos recursos do controle, como os gatilhos adaptáveis ao atirar ou bater nos inimigos, fazendo o jogador sentir cada impacto, e também da vibração do controle quando o personagem leva algum golpe. Isso torna a experiência totalmente imersiva ao jogador.
Fidelidade ao Clássico
Uma das maiores preocupações dos jogadores ao ser anunciado um remake de um grande clássico, é saber se a nova versão respeitará e será fiel ao clássico. Aqui não foi diferente, porém, posso dizer que essa nova versão de Silent Hill 2 respeita tudo o que o clássico fez, sendo totalmente fiel desde a campanha até os cenários presentes, bem como a ordem em que você passará por eles. Então, posso considerar que a Bloober Team fez um excelente trabalho em manter tudo como nós lembramos.
O Remake é tão fiel ao clássico que a Bloober Team colocou vários pontos no mapa, que aqui chamamos de “Vislumbres do Passado” que farão o jogador e até mesmo o James se lembrarem de coisas vistas lá. Sempre que você encontrar um ponto assim, você poderá interagir e a tela dará um foco, como uma espécie de Déjá-vu.
Gráficos e Performance
Em questão de gráficos, o jogo foi todo produzido na Unreal Engine 5, e tudo ficou muito bem feito e bonito. Os cenários ficaram muito bem trabalhados, o visual dos monstros foram muito bem feitos e as expressões faciais dos personagens estão impecáveis.
A performance não foi diferente, tanto no modo qualidade quanto no modo performance, o jogo se comportou super bem e sem quedas de quadros perceptíveis. O jogo roda em 1440p, ou 2K, a 30fps no modo Qualidade; e 1080p a 60 fps no modo performance.
Trilha Sonora
Claro que eu não poderia deixar de mencionar também a trilha sonora dessa nova versão, que é um ponto super importante do jogo. A escolha de trazer de volta Akira Yamaoka para cuidar da trilha dessa nova versão, assim como ele fez com o clássico e com a maioria dos jogos da Franquia, foi certeira. Toda a trilha clássica foi mantida com novos arranjos para que os novos jogadores também pudessem usufruir dela, e é incrível ver que mesmo se passando mais de 20 anos, a trilha se encaixa perfeitamente no jogo.
Considerações Finais
Silent Hill 2 Remake é a experiência definitiva do clássico de 2001, sabendo respeitar o original ao mesmo tempo em que expande muitas coisas e tem uma identidade própria, com uma ótima jogabilidade, momentos que deixarão os jogadores bem tensos e vai proporcionar muitos sustos para quem jogar.
Para mim, o jogo se consagra como um dos melhores Silent Hill já feitos, o melhor jogo da Bloober Team e também o melhor survival horror dessa geração, até o momento.
Silent Hill 2 Remake foi lançado no dia 8 de Outubro de 2024 para PlayStation 5 e PC.
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