O Filme “Adão Negro” teve sua pré estreia realizada esta semana e o Meia-Lua esteve presente para deixar nossas impressões sobre um dos filmes mais aguardados do ano.
O filme, baseado no personagem Black Adam dos quadrinhos da DC Comics, traz ao público a história que retrata a origem complexa do Adão Negro, através da exibição de um passado escravo sombrio que deu lugar a um habilidoso anti-herói. Este vive em conflito externo e interno com suas próprias habilidades e origem até ser preso em uma tumba. O longa explora a personalidade forte e poderes altamente destrutivos do personagem vivido por Dwayne Johnson, bem como suas escolhas ruins que levaram à já mencionada prisão.
Dwayne Johnson atendeu perfeitamente as expectativas sobre sua atuação. O astro, que se mostrou comprometido com o personagem dentro e fora das gravações, deu vida as características de seu personagem com maestria, talvez pela similaridade de suas próprias características com Adão Negro.
O espectador verá um herói agressivo, forte, dominante, extremamente enérgico, violento e inconsequente, o que pode gerar no espectador uma dúvida sobre Teth Adam: trata-se de um vilão ou um mocinho buscando justiça sem medir as consequências?
Alguns críticos saíram da sala de cinema comentando sobre o excesso de expressividade facial e corporal de Dwayne Johnson, mas era de se esperar que em algum momento a personalidade do já antigo conhecido personagem “The Rock”, de seu tempo na WWE, surgisse com suas expressões, sua virilidade e prepotência. É o que acontece na maioria de suas outras obras.
Porém, acho válido destacar as brilhantes atuações de Pierce Brosnan (Dputor Destino) e Aldis Hodge (Gavião Negro). Enquanto Pierce transparece a inteligência e seriedade impecáveis que quase deixam o Doutor Destino fora de conflito, Aldis retrata a força e determinação quase inabaláveis do Gavião Negro. A associação dos dois mostra uma liderança convincente, forte e destemida.
Os efeitos visuais e sonoros do filme são uma experiência a parte. Como um todo, é possível vivenciar a imersão ao ambiente de Kahndaq através dos cenários ultra-realistas e amplos, dos efeitos especiais que mostram o misticismo do filme e os poderes de seus heróis de forma absolutamente eletrizante e surpreendente, e da caracterização dos personagens, principalmente os da era de escravidão pela qual Teth passou. É possível se extasiar com poderes inacreditáveis, mas também sentir a agonia do calor, sede e escravidão do início do longa.
Em dados momentos, acredito que o filme se perdeu nas tentativas de conduzir uma veia cômica que não orna com a personalidade do personagem central. Há cenas em que não apenas o humor não funcionou, como o teor forte dos personagens e da trama foi “quebrado”. Apesar de achar válida a inserção do alívio cômico em filmes de qualquer gênero, acredito que essa característica não deve interferir no bom funcionamento das cenas.
Outro aspecto negativo que não passou despercebido foi o quanto alguns personagens foram mal explorados na trama. Faltou uma ênfase especial ao potencial dos poderes de alguns dos membros da Sociedade da Justiça, que tiveram, talvez, menos destaque e ação no filme do que as cenas de Amon (o clássico personagem infantil responsável por tentar comover o herói) percorrendo a cidade de skate.
O poder de controle do vento da personagem Cyclone, por exemplo, foi inicialmente descrito de forma muito mais vigorosa do que foi executado. Sentimos falta de Cyclone sendo decisiva em embates e mostrando-se a salvadora em algum momento. Em diversas cenas é possível, inclusive, imaginar situações em que seus poderes seriam de grande utilidade.
O Meia-Lua recomenda o filme apesar de alguns aspectos que deixaram a desejar e de um certo clichê que já vemos há algum tempo em filmes do Gênero. Vale pelos efeitos, pelo show de ação e de estética, pela atuação, pela história incrível e pelas surpresas: tanto pelos plot twists ao longo do filme quanto pela cena pós créditos que fez a plateia comemorar de pé.
Quando assistirem, não deixem de contar pra nós o que acharam!