Se há uma coisa que eu não me canso de falar, é sobre o ano de 2015, que para muitos foi o melhor dessa geração de consoles e não é para menos. Com um intervalo de poucos meses, vieram á tona grandes títulos, como Fallout 4, Witcher 3 e Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, mas com certeza, nenhum foi tão envolto de polêmicas quanto este último.
E não é para menos, pois quase que simultaneamente ao lançamento do último jogo da série Metal Gear, Hideo Kojima, um dos maiores designers dessa indústria, se desligou da Konami.
Como se isso não fosse o bastante, um dos maiores projetos da empresa foi cancelado, um novo jogo da série Silent Hill. Essa grande promessa do terror, contava com a participação de grandes nomes do mundo do entretenimento como o diretor Guilhermo del Toro, o mangaká Junji Ito e o ator Norman Reedus, mas infelizmente, nunca viu a luz do dia.
No entanto, no ano seguinte, em parceria com a Sony, Death Stranding é anunciado. Contrariando a expectativas de muitos, não se trata de propriamente um jogo de terror nem o sucessor espiritual de Metal Gear, mas sim um walking simulator com elementos de RPG desenvolvido em mundo aberto no qual seu principal objetivo é realizar entregas. Sim, vocês não leram errado, o personagem funciona como uma espécie de carteiro no pós-apocalipse.
A princípio, talvez isso pareça decepcionante ou até mesmo confuso, mas uma vez que usufrui de suas mecânicas e compreende sua trama, perceberá que, na verdade, se trata de um novo tipo de experiência, algo diferente daquilo que costumamos presenciar na maioria dos jogos triple A.
Evento da Morte
Antes de começar a de fato relatar minhas impressões desse game, devo deixar claro que meu objetivo não é avaliar suas novas mecânicas e conteúdos lançados na versão original, mas sim mostrar todas as inovações gráficas, os novos conteúdos trazidos para PC e é claro dar minha avaliação sobre sua trama. Caso seu intuito seja simplesmente se vale a pena adquiri-lo para consoles, pode ler o review feito pelo Caio Nobre, clicando aqui. Uma vez que deixamos isso claro, partamos para a história.
No jogo, você encarna Sam Bridges, um dos maiores nomes da área de entregas. Em seu trabalho, ele precisará encarar um mundo transformado por um estranho fenômeno chamado Death Stranding. E como se ser um entregador em um mundo pós-apocalíptico não fosse o bastante, ele também terá a importante missão de reconectar os EUA.
Mas o que é esse tal fenômeno? Como assim reconectar o mundo? Esse review poderia explicar tudo nos mínimos detalhes, mas estragaria muito de sua experiência de jogatina, uma vez que um dos pontos altos do jogo sem dúvida é sua trama.
Ela pode parecer de difícil compreensão no início, mas aos poucos, de forma fragmentada, as cutcenes e acesso a documentos vão revelando tudo, desde o misterioso passado de Sam Bridges até como funciona cada um dos elementos relacionados ao Death Stranding.
Erradicando o lag
O grande destaque da versão de PC ficam por conta de seus recursos adicionais, que vão desde de aprimoramentos gráficos até novos itens estéticos e o modo fotografia.
Agora, finalmente, podemos disfrutar do jogo em até 120 frames por segundo em uma resolução de 4K, incluindo as cutcenes, que sempre sofrem algumas instabilidades mesmo no PS4 Pro.
Quem tem um monitor ultrawide também já pode comemorar, pois desde seu lançamento ele possui compatibilidade total com os mesmos, então nada de telas cortadas e cantos pretos.
Há ainda outros elementos gráficos que podem ser melhorados nas configurações como modelos, textura, sombras e reflexos.
Todos esses aprimoramentos tornam o jogo ainda mais realista, melhoram seu campo de visão para você embarcar de cabeça nessa missão de reconectar os Estados Unidos fornecendo uma experiência muito mais imersiva e visualmente deslumbrante.
Para poder compartilhar os momentos mais incríveis de sua jornada nas redes sociais, desde seu lançamento o jogo disponibiliza o modo de fotografia, que permite que você tire screenshots dos mais diferentes ângulos, as incremente com vários de filtros e opções à sua disposição, então o limite fica a cargo da sua criatividade. E para incentivar dar o seu melhor, 505 Games e a Kojima Productions estarão atentas as melhores fotos e dará a esses usuários quinze minutinhos de fama em suas redes sociais.
Para finalizar, temos também adição de itens exclusivos para PC, são itens que fazem referência às séries Half-Life, Portal e a própria Valve. Esses itens proporcionam não somente uma mudança estética em Sam Bridges e seus veículos, mas também trazem algumas novas funcionalidades como é caso da Gravity Glove. Originalmente presente em Half-Life: Alyx, essa luva te permite atrair objetos que estão a alguns metros de distância ao custo de uma pequena parcela da energia de seu traje.
MODs para o pós-apocalipse
Death Stranding é um excelente jogo tanto visual quanto mecanicamente, mas tudo o que é bom pode se tornar ainda melhor ainda mais com o uso de MODs. Infelizmente, esse recurso é muito restrito nos consoles, porém no PC é algo bastante comum e ajuda dar fim a alguns empecilhos.
Uma das coisas que mais incomoda é a ausência de um mini-mapa, uma espécie de mini gps em tempo real que sempre fica presente na tela. A falta desse recurso te obriga a pausar o jogo diversas vezes para relembrar sua rota e onde está localizado seus objetivo.
É claro que temos a Torre de Vigia que permite identificar tudo a longa distância, desde inimigos e cargas até construções, recursos e principalmente pode literalmente traçar uma linha no chão até seu objetivo. No entanto, essa torre está limitada ao alcance da rede quiral, logo muitas vezes não poderá ser usada.
Outro problema é que a solidão e o silêncio de sua jornada causa tédio em certos momentos. Esse desconforto poderia ser minimizado com a adição de uma rádio, elemento presente em inúmeros jogos de mundo aberto, ou melhor ainda, o jogo poderia ser integrado a players de música e agregadores de podcast.
Death Stranding tem sua própria trilha sonora e em certos momentos, principalmente quando se está próximo de entregar sua carga, se deparará com essas músicas, mas infelizmente se trata de um repertório muito limitado e maioria das canções lembram New Age, ou seja, quem não gosta desse estilo musical, enfrentará um problema ainda pior do que o tédio.
Um Fim do Mundo para Poucos
Death Stranding é um jogo para poucos . Quando afirmo isso, não estou dizendo que é necessário ser uma pessoa inteligente ou exija algum conhecimento prévio para compreender seu mundo e história. No entanto, você precisa estar aberto a novas experiências, porque boa parte de suas missões não é focada em ação e batalhas, mas em estratégia e paciência.
O jogo possui uma grande variedade de missões com objetivos, rotas e maneiras diferentes de serem concluídas, mas apesar de toda essa diversidade, o game é muito longo e a ausência de mini-mapa e seleção musical, poderiam melhorar essa experiência.
Death Stranding já disponível para Playstation 4 e agora também para PC (Steam/Epic).