Não há como negar que o Predador é um ícone, considerado um dos alienígenas mais letais e famosos do cinema.
Seu longa lançado na década de 80, que conta com o astro Arnold Schwarzenegger, marcou época tanto pelos brucutus presentes, quanto pela sua brutalidade, que vê a caça como um esporte.
O novo filme dirigido por Shane Black traz uma proposta diferente, que se distancia um pouco do panorama clássico dos filmes anteriores, porém respeita sua essência.
Fica claro que o longa não é um reboot e em um momento específico do filme isto é evidente, trazendo referências aos dois primeiros.
O alienígena está novamente de volta à terra, mas desta vez com um propósito que é explorado no decorrer da história.
Em contra-partida somos apresentados a um grupo de ex-soldados um tanto lunáticos, condenados por ações cometidas em seus anos de serviço e a uma organização que busca entender os predadores e o motivo pelo qual as criaturas estiveram tantas vezes na terra.
Boyd Holbrook encarna o protagonista Quinn McKenna, franco atirador condecorado que foi preso por, digamos, “saber demais” sobre os monstros espaciais.
Sua dinâmica com o grupo de ex-soldados, juntamente com a cientista Casey Bracket, vivida por Olivia Munn, rende boas cenas de humor, mas que extrapolam em alguns momentos, principalmente com piadas de cunho sexual permitidas graças a classificação indicativa alta que o filme possui.
Pode parecer estranho um filme de monstro que caça seres humanos ter pitadas de humor, mas não acaba sendo algo forçado e sim explorado com base nos distúrbios psicológicos e emoções dos personagens. Sem dúvida o elenco contribuiu bastante para que isso fosse possível.
Outro personagem que merece atenção é Jacob Tremblay, que dá vida ao filho de Quinn e desempenha um papel importante na trama. O garotinho manda muito bem ao retratar a fragilidade e sagacidade do seu personagem.
Como já visto em trailers, temos dois Predadores no filme que lutam entre si e o motivo disso fica bem claro no filme.
Os monstros estão mais letais do que nunca e se a classificação indicativa pecou em alguns aspectos do humor, nas cenas de ação ela brilha.
Todos os elementos que fizeram do Predador a criatura temida que sempre foi estão presentes.
Ele é impiedoso, forte, usa sua visão de calor, suas garras, seu canhão de plasma, sua camuflagem, dá seu berro característico e brinca com suas presas.
Para os fãs do alienígena, assim como eu, foi simplesmente um deleite vê-lo tão bem representado e imponente nas telonas novamente.
Como citei anteriormente, o diretor buscou uma reinvenção para a franquia, adicionando um plot que aborda as motivações da criatura, que faz todo sentido com sua sede pela caça.
Por outro lado o filme deixa algumas pontas soltas que poderão, ou não, ser exploradas no futuro, além de apresentar soluções questionáveis de roteiro em alguns aspectos. O final é outro ponto discutível e que me deixa receoso sobre o que está por vir.
Por fim, o que vemos em O Predador é um filme que respeita suas origens e busca se aprofundar no universo criado em torno da criatura que pode agradar tanto os fãs de carteirinha, quanto aqueles que irão conhecer agora o caçador supremo.
Com certeza foi uma grata surpresa para uma franquia que já estava bastante desgastada no cinema e que, nas mãos certas, pode render boas histórias.